OIM prepara apoio a Cabo Verde para assistência a migrantes resgatados

por Lusa

A Organização Internacional das Migrações (OIM) está a preparar a atribuição de apoios ao Governo cabo-verdiano no âmbito da assistência ao grupo de 38 migrantes resgatados na segunda-feira, ao largo da ilha do Sal, disse hoje fonte oficial.

"Já recebemos um pedido oficial da Alta Autoridade para a Imigração de Cabo Verde para podermos apoiar com as necessidades básicas mais urgentes, por exemplo, alimentação, vestuário, cobertores, itens de higiene", referiu à Lusa a representante da OIM no país, Quelita Gonçalves.

"Já acionámos o escritório regional em Dacar e a nossa sede para podermos disponibilizar algum fundo ao Governo de Cabo Verde para cobrir essas necessidades básicas", detalhou, à semelhança do que já havia acontecido com resgate semelhante a 90 pessoas, em janeiro, na ilha da Boa Vista.

Desta vez, os 38 migrantes resgatados passaram um mês à deriva no mar, numa piroga na qual partiram da costa norte do Senegal, com o objetivo de chegar à Europa.

Eram 101 quando saíram, mas 63 estão desaparecidos: segundo relata quem foi resgatado, morreram à fome enquanto estiveram perdidos no mar -- 56 terão sido atirados à água, enquanto sete corpos foram recuperados juntamente com os sobreviventes.

Acolhidos na ilha do Sal pelas autoridades e associações cabo-verdianas que se mobilizaram para o efeito, "há seis pessoas que ainda estão sob cuidados médicos", referiu a representante da OIM.

Dois requerem mais cuidados, sem perigo de vida, enquanto quatro devem ter alta nos próximos dias.

Entre os sobreviventes há quatro menores, dos 14 aos 17 anos.

Não há uma previsão de quando todos poderão deixar a ilha do Sal e regressar às terras de origem, no Senegal, porque o mais importante é "criar condições para que estejam recuperados, dar apoio psicológico e retomar o contacto com familiares, para assim preparar o seu retorno", indicou Quelita Gonçalves.

A OIM que acompanha o processo, aguarda também por informações acerca da cooperação entre Cabo Verde e Senegal com vista ao acompanhamento e retorno dos migrantes.

Em declarações à Lusa, Quelita Gonçalves referiu que o novo resgate deve impulsionar um novo projeto de assistência e acolhimento a migrantes resgatados no país, que já estava a ser preparado com o Governo e parceiros de cooperação.

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