Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Andreia Martins - RTP

Soldados recolhem armamento na zona industrial bombardeada em Severodonetsk Oleksandr Ratushniak - Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

22h55 - Reino Unido pronto a garantir mais 525 milhões de dólares

Londres assumiu-se pronta a garantir novos empréstimos de 525 milhões do Banco Mundial à Ucrânia até ao final do ano, para um novo total de 1.5 mil milhões em 2022, anunciou o primeiro-ministro Boris Johnson, antes da cimeira do G7 na Alemanha.

"A Ucrânia pode vencer e irá vencer. Mas precisam do nosso apoio para conseguir fazê-lo. Agora não é o momento de desistir da Ucrânia", afirmou Johnson em comunicado.

22h40 - EUA querem em G7 frente unida face à Rússia pela Ucrânia

O Presidente Joe Biden chegou à Alemanha para a reunião do G7, dias antes da Cimeira da NATO em Espanha.

As debilidades da economia mundial estará igualmente na agenda, sobretudo devido à crise energética e dos cereais, assim como as alterações climáticas.

O primeiro encontro de Biden será com o chanceler alemão Olaf Scholz, domingo.

21H25 - Zelensky promete que Ucrânia irá recuperar Severodonetsk

O presidente ucraniano garantiu este sábado que as forças do país irão recuperar todas as cidades que perca para a Rússia, incluindo Severedonetsk, hoje totalmente dominada pelo exército russo.

Num vídeo publicado esta noite, Volodymyr Zelensky disse que nas últimas 24h00 a Ucrânia foi atingida por 45 mísseis russos e morteiros, no que descreveu como uma tentativa cínica de quebrar o espírito da população ucraniana.

20h50 - Bielorrússia cada vez mais envolvida na guerra

20h35 - Como se preparam os soldados para a linha da frente

20h20 - Putin vai enviar mísseis com capacidade nuclear para a Bielorrússia
19h40 - Jerónimo de Sousa promete fazer tudo por uma solução pacífica na Ucrânia
Palavras proferidas numa marcha pela paz esta tarde na Avenida da Liberdade em Lisboa.

19h15 - Russos deverão enfrentar combates ferozes em Lyssychanks

18h00 - Rússia confirma controlo de Severodonetsk

As forças russas estabeleceram o controlo total sobre a cidade ucraniana de Severodonetsk, referiu a agência de notícias russa Interfax, citando fontes do ministério russo da Defesa.

As forças ucranianas haviam confirmado a retirada após batalha prolongada.

17h30 - Moscovo vai capacitar Bielorrússia em armas nucleares

O Presidente russo Vladimir Putin anunciou este sábado que a Rússia irá enviar "nos próximos meses" mísseis capazes de transportar ogivas nucleares.

Os Presidentes dos dois países afirmam que a aviação bielorrussa será também capacitada para transportar armas nucleares.

A Rússia vai assim fornecer a Bielorússia com os seus mísseis Iskander-M.
O anúncio foi feito por Putin num encontro com Alexander Lukashenko em São Petersburgo filmado e transmitido pela televisão.

Lukashenko afirmou nesse encontro a sua preocupação com as políticas “de confronto”, “agressivas” e “repulsivas” dos seus vizinhos Polónia e Lituânia e pediu a Putin apoio para poder dar uma “resposta simétrica” ao que chamou voos equipados com armas nucleares perto das fronteiras da Bielorrússia.

“Minsk tem de estar pronto para tudo, até a utilização de armas potentes para defender a nossa pátria de Brest a Vladivostok” afirmou Lukashenko, colocando o seu país e a Rússia sob a mesma cúpula.

Em particular solicitou a Putin capacitação nuclear da aviação militar bielorrussa.

Putin respondeu que neste momento não vê necessidade de uma resposta simétrica mas que os jatos Su-25 de fabrico russo fornecidos à Bielorrússia podem ser adaptados se for necessário, nas fábricas russas.

Prometeu contudo enviar os Iskander-M, um sistema de mísseis teleguiados conhecidos como SS-26 Stone pela NATO, que substituíram os Scud soviéticos. O sistema de dois mísseis tem um alcance superior a 500 quilómetros e suporta ogivas nucleares.

17h28 - Bombardeamentos danificaram central nuclear de Kharkiv

O regulador ucraniano para a energia nuclear afirma que bombardeamentos russos contra Khakiv este sábado atingiram e danificaram a central da cidade, sem contudo afetar a área onde é guardado o material nuclear. Os níveis de radiação mantêm-se normais, referiu.

“A probabilidade de novos danos, que pode afetar diretamente a segurança nuclear e a radiação mantêm-se elevada devido ao bombardeamento” acautelou.

17h18 - Rússia está a recorrer a forças de reserva

O responsável pelos serviços de informação da Ucrânia afirmou esta tarde em entrevista à Reuters em Kiev que a Rússia está a recorrer a uma mobilização oculta de forças de reserva para repor as suas forças na Ucrânia.

Kyrylo Budanov afirmou a convicção de que a Ucrânia só conseguirá vencer a Rússia pela força. “Não deveríamos esperar por um milagre de que eles se vão cansar e deixar de querer lutar etc. Iremos recuperar os nossos territórios através na nossa contraofensiva”, afirmou Budanov.

16h38 - Ucrânia reagrupa tropas de Severodonetsk em Lyssychansk

O chefe dos serviços de informação ucranianos confirmou à agência Reuters que as forças do seu país retiraram das ruínas de Severodonetsk e estão a reagrupar-se num ponto mais elevado, na vizinha cidade de LysSychansk, para obter vantagem tática.

Entrevistado em Kiev, Kyrylo Budanov iriam prosseguir a sua defesa a partir de Lyssychansk.

Informações russas indicam que já há “combates de rua” na cidade.

16h30 - Vladmir Putin e Alexander Lukashenko debatem abastecimento de fertilizantes

Os Presidentes da Rússia e da Bielorrússia reuniram-se em São Petersburgo e debateram o abastecimento global de festilizantes.

“Gostaria de falar consigo sobre mercados globais”, afirmou Putin num vídeo gravado da reunião publicado nas redes sociais por um repórter da emissora estatal Russia 1.

A Rússia e a Bielorrússia estão entre os maiores produtores do mundo de fertilizantes, lembrou o presidente russo.

16H10 - Severodonetsk "totalmente ocupada" pelo exército russo revela presidente da cidade

"A cidade está agora sob ocupação total da Rússia. Estáo a tentar estabelecer a sua própria ordem, tanto quanto sei designaram uma espécie de comandante", afirmou o autarca, Oleksandr Stryuk na televisão nacional ucraniana.

O exército ucraniano anunciou, na quinta-feira, a retirada daquela cidade de cerca de 100.000 habitantes antes da guerra. para melhor defender a cidade vizinha de LySsychansk.

Os separatistas da região do Donbass também anunciaram que as forças russas e aliados "assumiram o controlo total da zona industrial da fábrica de Azot", conforme publicado pelo separatista Andrei Marochko, na rede social Telegram.

Outro porta-voz separatista, Ivan Filiponenko, disse que 800 civis que se refugiaram naquela fábrica durante as últimas semanas de confrontos foram retirados.

14h59 - Condenação do estatuto de candidato à UE revela "fraqueza" do Kremlin, diz Kiev

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano afirmou este sábado que a condenação do Kremlin na sequência da atribuição à Ucrânia e à Moldova de estatuto de candidato à UE "mostra a sua fraqueza".

"Tudo o que resta à Rússia é lançar ameaças contra outros Estados, após décadas de políticas falhadas baseadas na agressão, coerção e desrespeito. Isto só mostra a fraqueza da Rússia", disse o chefe diplomático ucraniano, Dmytro Kuleba, na rede social Twitter.

"Estamos ao lado do povo e do governo da Moldova amiga face às renovadas ameaças de Moscovo", acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano.


14h03 - Forças russas e pró-russas entram em Lyssychansk

Os separatistas adiantam que há "combates de rua" a decorrer em Lyssychansk, cidade vizinha de Severodonetsk.

"A milícia popular da República Popular de Lugansk e o exército russo entraram na cidade de Lysychansk", disse no Telegram um representante dos separatistas pró-Rússia, o tenente-coronel Andrei Marochko.

"Estão a decorrer combates de rua", acrescentou.

13h05 - Tropas ucranianas praticamente já deixaram Severodonetsk

Oleksandr Stryuk, prefeito de Sievierodonetsk, na Ucrânia, indicou este sábado que as tropas ucranianas "quase já deixaram" a cidade de linha de frente estratégica depois de resistirem por várias semanas ao avanço das forças russas.

"Infelizmente, eles quase já deixaram a cidade", disse Stryuk na televisão nacional.

12h12 - Zelensky demite embaixadora ucraniana em Lisboa, avança o Kyiv Independent

No Twitter, o jornal Kyiv Independent avança que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, demitiu os embaixadores na Geórgia, Eslováquia e Portugal.

De acordo com a publicação ucraniana, o presidente Zelensky assinou um decreto para demitir os embaixadores na Geórgia, Eslováquia e Portugal, todos nomeados pelo anterior presidente, Petro Poroshenko. Inna Ohnivets é embaixadora da Ucrânia em Portugal desde outubro de 2015.


11h01 - Moscovo diz ter abatido "até 80" combatentes polacos no leste da Ucrânia

Em comunicado, o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros indicou no sábado que matou "até 80" combatentes polacos num bombardeamento que ocorreu no leste da Ucrânia.

"Até 80 mercenários polacos, 20 veículos blindados de combate e oito lançadores de foguetes múltiplos Grad foram destruídos em ataques com armas de alta precisão na fábrica de zinco Megatex, na localidade de Konstantinovka", na região de Donetsk.

10h47 - Kiev acusa Moscovo de querer "atrair" a Bielorrússia para a guerra

A Ucrânia acusa a Rússia de querer "atrair" Minsk, aliado diplomático de Moscovo, para a guerra. Este sábado, de acordo com as autoridades ucranianas, foram disparados vários mísseis russos contra uma vila ucraniana a partir da Bielorrússia.

"O ataque de hoje está diretamente ligado aos esforços do Kremlin para atrair a Bielorrússia para a guerra como co-beligerante", indicou no a diretoria-geral de Inteligência da Ucrânia, ligada ao Ministério da Defesa, citada pela agência France-Presse.

9h55 - Mísseis disparados a partir da Bielorrússia para a região de Chernihiv, na Ucrânia

O exército ucraniano indicou este sábado que foram disparados vários mísseis a partir da Bielorrússia na direção da Ucrânia, em concreto da região de Chernihiv, a nordeste de Kiev.

As forças ucranianas falam de um "bombardeamento massivo" com mísseis. Pelo menos 20 rockets que atingiram a cidade de Desna "disparados a partir do território da Bielorrússia".

O governador de Chernihiv, Vyacheslav Chaus, tinha indicado anteriormente que a cidade de Desna foi alvo de ataques “concentrados” na madrugada de sábado, ainda sem vítimas a registar.

Desna é uma pequena vila que tinha apenas 7.500 habitantes antes da guerra. Fica a 70 quilómetros de Kyiv e à mesma distância para sul da fronteira com a Bielorrússia.

O ataque ocorre no mesmo dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko, se reúnem este sábado em São Petersburgo, na Rússia. Na próxima semana, é a vez do ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, viajar até à Bielorrússia.

Apesar de não estar diretamente envolvida como beligerante no conflito em curso na Ucrânia, Minsk é reconhecidamente aliada de Moscovo e tem dado apoio logístico às tropas russas nesta guerra, sobretudo nas semanas iniciais do conflito.

9h42 - Mísseis russos atingem instalações militares no norte da Ucrânia, indicam as autoridades ucranianas

Vitaliy Bunechko, governador da região de Zhytomyr, no norte do país, indicou os ataques contra um alvo militar mataram pelo menos um soldado.

“Quase 30 mísseis foram lançados em uma instalação de infraestrutura militar muito perto da cidade de Zhytomyr", disse o responsável, indicando que quase dez mísseis foram intercetados e destruídos.

Na região norte de Chernihiv, o governador Vyacheslav Chaus indicou que a cidade de Desna foi alvo de ataques “concentrados” na madrugada deste sábado.

Segundo as autoridades não há registo de vítimas e houve apenas “danos na infraestrutura”.

8h39 - Boris Johnson teme que Ucrânia seja coagida a aceitar uma "paz má"

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse neste sábado que teme que a Ucrânia enfrente pressão para chegar a um acordo de paz com a Rússia que não seja de seu interesse, sobretudo devido às consequências económicas da guerra na Europa.

"Muitos países estão a dizer que esta é uma guerra europeia desnecessária... A pressão vai aumentar para encorajar - coagir, talvez - os ucranianos a uma paz má", indicou a uma televisão ruandesa durante a visita ao país africano.

Johnson alertou que, ao dar uma vitória a Vladimir Putin, as consequências seriam perigosas para a segurança internacional. A situação representaria também "um desastre económico de longo prazo", avisou o primeiro-ministro britânico. 

7h41 - Mísseis russos atingem a base militar de Yavoriv

Um ataque russo à instalação militar de Yavoriv feriu pelo menos quatro pessoas, indicou este sábado o governador de Lviv, Maxim Kozitsky.

O responsável acrescentou que os seis mísseis foram disparados a partir do Mar Negro. Quatro conseguiram atingir a base militar, outros dois foram intercetados e destruídos.

A 13 de março, um ataque contra o centro de treino militar em Yavoriv fez 35 mortos e feriu pelo menos 130 pessoas, segundo indicaram as autoridades ucranianas.

Esta base militar fica na zona ocidental da Ucrânia, a cerca de 24 quilómetros da fronteira com a Polónia.
Ponto de situação
  • A Ucrânia está a reconfigurar posições de defesa em Severodonetsk. As unidades russas continuam a alcançar ganhos nesta zona de acordo com a inteligência militar do Reino Unido. Na sexta-feira, Kiev anunciou que as forças ucranianas se preparavam para recuar em Severodonetsk após semanas de combates. A cidade vizinha de Lysychansk deverá agora tornar-se no próximo foco principal dos combates.

  • De acordo com o Ministério britânico da Defesa, houve grandes mudanças nos comandos do exército russo desde o início de junho, inclusive com a retirada dos comandantes de forças aerotransportadas, o general Andrei Serdyukov, e o comandante do grupo sul do exército, o general Alexandr Dvornikov.


  • O Conselho Europeu aprovou na sexta-feira um pacote de nove mil milhões de euros de ajuda financeira à Ucrânia. Na cimeira do Conselho Europeu em Bruxelas, na sexta-feira, o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, afirmou que “há uma guerra na Ucrânia e não há nada para pagar enfermeiros, professores, polícia, guardas de fronteira ou muitos outros serviços públicos."

  • A Rússia condenou a decisão da União Europeia de aceitar a Ucrânia e a Moldávia como candidatos à adesão. Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, disse que a UE confirmou que continua a “explorar ativamente a CIS ao nível geopolítico”, referindo-se à esfera de influência da Rússia.