Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.
Paulo Rangel diz que é um erro a relutância de Portugal em apoiar a candidatura da Ucrânia à adesão à União Europeia.
O eurodeputado critica a posição do primeiro ministro, António Costa.
Volodymyr Zelensky diz que ninguém pode duvidar que a Ucrânia merece o estatuto de candidato à União Europeia.
Na habitual declaração noturna, o Presidente ucraniano diz que o país está a provar diariamente que já faz parte da União Europeia.
Em relação ao que se passa no terreno, Zelensky reafirma que as forças ucranianas estão a defender o Donbass, onde acontecem "os combates mais difíceis".
Os dois norte-americanos capturados na Ucrânia enqaunto combatiam ao lado das forças armadas de Kiev, "colocavam em perigo" os soldados russos e devem ser considerados "responsáveis destes crimes" afirmou o porta-voz Dmitri Peskov em entrevista à televisão americana NBC News.
23h34 - "É o meu herói" diz Ben Stiller a Zelensky
"É para mim uma grande honra", afirmou Stiller sobre o encontro, "você é o meu herói". Stiller é embaixador da boa vontade das Nações Unidas e visitou Kiev como parte do Dia Mundial de Refugiados.
"O que fez, a forma como mobilizou o país, o mundo, é realmente uma fonte de inspiração", acrescentou o americano de 56 anos, a propósito dos inúmeros discursos e apelos ao mundo todo de Zelensky por ajuda à Ucrânia.
Volodimyr Zelensky alcançou primeiro fama no seu país e nações adjacentes, incluindo a Rússia, enquanto actor de televisão.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia vai convocar esta terça-feira o embaixador da União Europeia em Moscovo, Markus Edererer, para discutir a proibição da Lituânia de trânsito de mercadorias através de Kaliningrado devido às sanções da UE.
Vilnius proibiu o trânsito de mercadorias através do território lituano de e para o enclave russo entre a Lituânia e a Polónia, justificando a decisão com as sanções de Bruxelas.
"Esta é, claro, uma situação que pode ser resolvida por meios diplomáticos", disse Anton Alikhanov, governador de Kaliningrado, à televisão russa. "Tanto quanto sei, amanhã Marcus Ederer, embaixador da União Europeia na Rússia, será convocado ao Ministério Negócios Estrangeiros e será informado das condições apropriadas envolvidas nesta matéria".
A Rússia usou na Ucrânia mais de 210 tipos de armas proibidas pelos tratados internacionais, a maioria munições de fragmentação, que podem representar um grave risco para a vida dos civis, inclusive décadas depois de acabar a guerra, assegurou hoje o New York Times.
Para chegar a esta conclusão, o diário norte-americano examinou mais de mil fotografias tiradas pelos seus próprios fotojornalistas e fotógrafos que trabalham no terreno na Ucrânia, bem como provas visuais apresentadas por agências governamentais e militares ucranianas.
O diário classifica como "guerra surpreendentemente bárbara e antiquada" a ofensiva de Moscovo, que atingiu cidades e povoações ucranianas com uma rajada de mísseis e outras munições, a maioria das quais podem considerar-se relíquias da Guerra Fria, e muitas delas amplamente proibidas pelos tratados internacionais.
Os ataques foram feitos com um uso repetido e generalizado de armas que matam, mutilam e destroem indiscriminadamente, o que supõe uma possível violação do direito internacional humanitário, afirma o jornal.
A cidade ucraniana de Kharkiv terá sido fortemente atingida por mísseis russos nas últimas 24 horas. De acordo com Oleh Synyehubov, governador de Kharkiv, nove civis ficaram feridos, incluindo três crianças.
A vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Maliar, alertou que a Rússia reuniu a maioria das suas forças militares para invadir a cidade oriental de Sievierodonetsk.
“O exército russo lançou praticamente todas as suas forças e meios para invadir os locais ao seu redor. Eles procuram romper as defesas das nossas tropas e estão a tentar cercar os militares que realizam a defesa de Lysychansk e Sievierodonetsk”, declarou Maliar.
As tropas ucranianas estão, ainda assim, a fazer “todos o possíveis” para manter o seu território e evitarem o cerco.
“Mas devemos entender que o inimigo tem uma vantagem em armamento, portanto a situação é agora extremamente difícil. À noite e durante o dia de hoje tem havido uma intensidade máxima dessas batalhas decisivas”.
O Kremlin defendeu esta segunda-feira que os americanos capturados na Ucrânia são "mercenários" envolvidos em atividades ilegais e devem, por isso, assumir a responsabilidade pelos "crimes" que cometeram, avançou a agência de notícias RIA.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse ainda que os homens detidos – que terão disparado sobre soldados russos - não estão cobertos pela convenção de Genebra, pois não são verdadeiramente soldados.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, teme que as "faíscas da democracia" se espalhem pelo seu país, considerou hoje o chanceler alemão, Olaf Scholz.
Para Scholz, Putin está a tentar dividir a Europa e voltar a um mundo dominado por esferas de influência.
"O presidente russo deve aceitar que existe, nas proximidades da Rússia, uma comunidade de democracias baseadas na lei e que estão a aproximar-se cada vez mais", declarou. "Ele teme claramente que as faíscas da democracia se espalhem pelo seu país".
A agência de energia da Dinamarca ativou hoje o primeiro passo de um plano de fornecimento de gás de emergência de três etapas, o que significa uma monitorização mais rígida do mercado para se preparar para possíveis interrupções de gás natural da Rússia. A informação foi avançada pela agência Reuters.
O Banco Central Europeu estima, num estudo hoje publicado, que 25% a 55% dos refugiados ucranianos em idade ativa venha a participar na força de trabalho na zona euro, podendo representar mais 300 mil a 1,3 milhões de trabalhadores.
Num artigo hoje publicado pelo BCE no boletim económico sobre "o impacto do afluxo de refugiados ucranianos na força de trabalho da zona euro", o banco central calcula que, tendo em conta "vagas anteriores de refugiados e adaptando-a à situação atual, prevê-se uma taxa de participação na força de trabalho (da zona euro) a médio prazo entre 25% e 55% para os refugiados em idade ativa".
Numa altura em que quase sete milhões de pessoas saíram da Ucrânia devido à invasão russa, número que pode chegar até aos 10 milhões, o BCE prevê que mais de metade dos refugiados ucranianos possa participar na força de trabalho da zona euro, sendo que o extremo inferior desse intervalo (25%) se baseia "no nível de integração verificado para os refugiados anteriores após dois anos no país de acolhimento, com um ajustamento ascendente para refletir a proximidade cultural da Ucrânia e o impacto da rápida ação política da UE", enquanto a percentagem máxima (55%) "reflete estimativas recentes da taxa de participação das mulheres em idade ativa que migraram de fora da UE a 27 para a zona euro".
As mulheres e as crianças representam a grande maioria destes migrantes e, nestes cálculos, o BCE teve ainda em conta a futura entrada na zona euro de homens que ficaram no país para combater.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse esta segunda-feira que não deverá visitar a Ucrânia quando viajar à Europa no final deste mês para cimeiras com aliados.
Falando aos jornalistas, Biden disse também acreditar que é muito provável que a Ucrânia se torne membro da União Europeia.
Um armazém de alimentos na cidade portuária de Odessa, no sul da Ucrânia, foi destruído por um ataque com mísseis russos, avançaram as forças militares ucranianas.
Segundo Kiev, as forças russas dispararam 14 mísseis no sul da Ucrânia durante um confronto de três horas motivado pela "raiva e impotência para com o sucesso das tropas ucranianas".
Nenhum civil foi morto no ataque.
“No dia em que se celebra o Dia Mundial do Refugiado, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) informa que já atribuiu, desde o início do conflito na Ucrânia, 43.483 proteções temporárias a cidadãos ucranianos e a estrangeiros que residiam naquele país. Destes, 27.135 são mulheres e 16.348 homens”, indica a entidade em comunicado.
Segundo o SEF, os municípios com o maior número de proteções temporárias concedidas continuam a ser Lisboa (8.315), Cascais (2.676), Porto (1.774), Sintra (1.509) e Albufeira (1.185).
“Relativamente aos menores, que representam 12.825 do total de 43.483 proteções temporárias concedidas, como decorre da legislação portuguesa, há duas categorias: acompanhados e não acompanhados”, acrescenta o comunicado.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou hoje que África "está refém" da invasão russa da Ucrânia e que isso provoca fortes tensões no mercado de cereais para exportação para o continente.
"África é refém daqueles que começaram a guerra contra o nosso Estado", disse Zelensky num discurso por videoconferência dirigido aos membros da União Africana.
O líder ucraniano acrescentou que a crise alimentar mundial "durará tanto quanto a guerra" provocada pela invasão russa.
Zelensky reconheceu ainda "estarem difíceis as negociações" em curso para desbloquear os portos ucranianos.
(Agência Lusa)
O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, assumiu hoje que a União Europeia (UE) precisa de contrariar melhor a "narrativa falsa" de Moscovo sobre a segurança alimentar, que admitiu estar a ganhar "alguma tração", designadamente em África.
"A Rússia está a utilizar a fome em outras partes do mundo como forma de aumentar a sua pressão, é um instrumento de guerra contra a Ucrânia. E está, em simultâneo, a tentar desenvolver uma narrativa que associa, erroneamente, sanções ocidentais ao impacto sobre a segurança alimentar mundial", declarou João Gomes Cravinho à imprensa, à margem de um Conselho de chefes de diplomacia da UE, no Luxemburgo.
Apontando que esta reunião foi muito focada nas "consequências geopolíticas da invasão da Ucrânia pela Rússia", o ministro observou que "o resto do mundo naturalmente olha não só para as causas (...) mas também para aquilo que tem sido o impacto, nomeadamente em termos de segurança alimentar", com a atual ameaça de penúria de cereais à escala global muitas vezes a ser atribuída aos pacotes de sanções aplicados pelo Ocidente a Moscovo, tal como alega o Kremlin.
(Agência Lusa)
A Ucrânia terá que iniciar discussões com credores sobre a reestruturação da dívida externa se a guerra com a Rússia continuar por muito tempo, disse o assessor económico presidencial Oleh Ustenko.
"Por um lado, recebemos doações dos nossos aliados, por outro lado, continuamos a pagar dívidas que estão em mãos privadas. Isso não é totalmente justo", disse Ustenko à televisão nacional. "Todos devem entender que houve uma força maior, o país não pode funcionar como antes da guerra”.
O partido político pró-russo e eurocético Plataforma da oposição – Pela Vida, defensor de uma aproximação à Rússia, foi oficialmente proibido na Ucrânia por “atentado à soberania”, anunciou hoje o ministro da Justiça ucraniano Denys Maliuska.
“O tribunal proibiu as atividades do partido político Plataforma da oposição – Pela Vida”, anunciou no Facebook Maliuska, precisando que a justiça ucraniana “decidiu transferir para o Estado todos os bens, fundos e outros haveres deste partido”.
A decisão era esperada após o Presidente Volodymyr Zelensky ter proibido por decreto o partido em 14 de março, após o início da invasão militar russa.
A deliberação “também se aplica às suas organizações regionais e locais, e ainda às suas restantes (…) entidades estruturais”, precisou o ministro.
(Agência Lusa)
A União Europeia (UE) e a NATO aprofundaram o diálogo político entre ambas desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, segundo um relatório hoje aprovado pelo bloco europeu.
“O relatório sublinha, em particular, que o diálogo político e as mensagens comuns entre a UE e a NATO foram ainda mais reforçados, as consultas políticas bem estabelecidas”, desde “o primeiro dia da invasão russa da Ucrânia”, em 24 de fevereiro, segundo um comunicado do Conselho da UE.
O relatório, que analisa as relações entre o bloco europeu e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) entre junho de 2021 e maio de 2022, refere ainda que, desde a invasão, “intensificaram o seu trabalho e cooperação, demonstrando total unidade e determinação comum na condenação da guerra de agressão russa e no apoio à Ucrânia na sua defesa e proteção da população". A parceria estratégica UE-NATO, refere ainda o comunicado, é agora “mais robusta e relevante do que nunca, num momento crítico para a segurança Euro-Atlântica”.
Por outro lado, ambos os blocos consideram que a nova estratégia para a Defesa que será adotada na cimeira de Madrid da NATO, na próxima semana, é “uma oportunidade única” para o aprofundamento da cooperação entre os Aliados e a UE.
(Agência Lusa)
Os mais de 100 mil civis que ainda permanecem na cidade portuária de Mariupol, ocupada pelas forças russas, não têm acesso água potável. De acordo com o Kyiv Independent, que cita o autarca Vadym Boychenko, os russos só fornecem água potável aos moradores uma vez por semana.
⚡️ Mayor: Over 100,000 residents remaining in occupied Mariupol don’t have access to drinking water.
— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) June 20, 2022
According to Mariupol Mayor Vadym Boychenko, Russians provide Mariupol residents with drinking water once a week, while to get water people should wait in lines for 4-8 hours.
Numa mensagem divulgada nas redes sociais, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia reagiu à ameaça russa pela proibição de transito de mercadorias pela Lituânia.
"A Rússia não tem o direito de ameaçar a Lituânia", escreveu Dmytro Kuleba, acrescentando que só Moscovo "tem culpa das consequências de sua invasão não provocada e injustificada da Ucrânia".
"Louvamos a postura de princípios da Lituânia e apoiamos firmemente os nossos amigos lituanos".
Russia has no right to threaten Lithuania. Moscow has only itself to blame for the consequences of its unprovoked and unjustified invasion of Ukraine. We commend Lithuania’s principled stance and stand firmly by our Lithuanian friends. @GLandsbergis
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) June 20, 2022
O número de primeiros pedidos de asilo apresentados, na União Europeia (UE), por não residentes no bloco, aumentou, em março, para os 73.850 devido à subida de solicitações de cidadãos ucranianos, segundo o Eurostat. O aumento mensal de primeiros requerimentos de proteção internacional de ucranianos (de 2.370 em fevereiro para 12.875 em março) é de 443 por cento, devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
De acordo com os dados hoje divulgados pelo serviço estatístico da UE, no total, os 73.850 novos pedidos de asilo apresentados em março comparam-se com os 34.310 do mesmo mês de 2021 e os de fevereiro (54.565).
A Hungria ofereceu uma possível rota para as exportações de cereais ucranianos devido à interrupção das vias habituais através do Mar Negro, causada pela invasão da Rússia, anunciou o ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjartos.
O presidente da Ucrânia avisa que a Rússia pode intensificar os ataques assim que a União Europeia aceitar formalmente a candidatura ucraniana a Estado-membro, no final desta semana.
O porta-voz do governo regional de Odessa, informou que foram ouvidas novas explosões na cidade no sul da Ucrânia, esta segunda-feira. A mesma fonte, citada pela Reuters, não adiantou mais detalhes sobre os ataques que se fizeram sentir após as sirenes terem soado.
A Ucrânia confirmou que perdeu o controlo de Metolkine, horas depois de a Rússia ter reivindicado a captura daquela aldeia dos arredores de Severodonetsk, na região de Lugansk (leste).
“Infelizmente, já não controlamos Metolkine”, disse o governador regional de Lugansk, Serguei Gaidai, citado pela agência francesa AFP.
A captura de Metolkine, que tinha cerca de mil habitantes antes da guerra, é o mais recente desenvolvimento da ofensiva russa contra Severodonetsk, que dura há várias semanas e onde as forças de Moscovo encontraram uma forte resistência ucraniana. O Ministério da Defesa russo anunciou, no domingo, que a ofensiva contra Severodonetsk estava a “decorrer com sucesso”.
“Unidades da Milícia Popular da República Popular de Lugansk, apoiadas pelas forças armadas russas, libertaram a localidade de Metolkine”, a sudeste de Severodonetsk, disse o ministério.
A Rússia exigiu, esta segunda-feira, que a Lituânia suspenda imediatamente a proibição do trânsito de algumas mercadorias para o enclave russo de Kaliningrado. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia disse ao enviado lituano em Moscovo que, se o trânsito de carga entre a região de Kaliningrado e o resto da Rússia através da Lituânia não fosse restabelecido, o Kremlin responderia para proteger os seus interesses.
A Ucrânia atingiu plataformas de perfuração de Chernomorneftegaz na península anexada da Crimeia, disse o chefe da região pró-russa, esta segunda-feira. Segundo a Reuters, três pessoas ficaram feridas.
O Ministério das Finanças da Rússia informou que a dívida estatal do país não excederá os 16 por cento do produto interno bruto em 2022/2024, apesar de um aumento nos gastos para proteger a economia das sanções ocidentais, avançaram as agências de notícias russas esta segunda-feira.
Segundo Moscovo, os gastos contra as sanções podem chegar aos cinco triliões de rublos (ou seja, 89,2 mil milhões de dólares), e os gastos orçamentários vão aumentar 16,7 por cento em 2022.
O Kremlin considerou, esta segunda-feira, a decisão da Lituânia de proibir o trânsito de algumas mercadorias para a região russa de Kaliningrado de "sem precedentes" e prometeu responder.
As autoridades lituanas proibiram o trânsito de mercadorias sancionadas pela União Europeia no seu território, que inclui a única rota ferroviária entre a Rússia continental e o enclave de Kaliningrado no mar Báltico. Os bens proibidos incluem carvão, metais, materiais de construção e tecnologia avançada.
Falando à comunicação social, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que esta decisão da Lituânia era "ilegal" e que Moscovo vai responder nos próximos dias.
O Conselho da União Europeia (UE) decidiu estender por mais um ano, até junho de 2023, as sanções à Rússia pela anexação ilegal da Crimeia e da cidade de Sevastopol, territórios reconhecidos como pertencentes à Ucrânia. Em comunicado, a estrutura que junta os Estados-membros da UE indica que "o Conselho decidiu hoje renovar as sanções introduzidas pela UE em resposta à anexação ilegal da Crimeia e da cidade de Sevastopol pela Federação Russa, até 23 de junho de 2023".
Em causa estão medidas restritivas já em vigor que foram introduzidas pela primeira vez em junho de 2014, após a anexação vista como ilegal pela UE, abrangendo proibições que visam as importações para o espaço comunitário de produtos provenientes da Crimeia ou Sevastopol, assim como investimentos infraestruturais ou financeiros e serviços turísticos provenientes da Crimeia ou Sevastopol.
Além disso, estão também sujeitas às restrições da UE as exportações de certos bens e tecnologias para empresas da Crimeia ou para utilização na Crimeia ilegalmente anexada nos setores dos transportes, telecomunicações e energia ou para a prospeção, exploração e produção de petróleo, gás e recursos minerais.
(Agência Lusa)
As forças russas intensificaram o bombardeamento nos arredores da cidade ucraniana de Kharkiv, mas as forças terrestres não fizeram nenhuma tentativa de romper as linhas defensivas, disseram as autoridades ucranianas, citadas pela CNN.
Os bombardeamentos intensificaram-se nas últimas 24 horas, "em particular nas regiões mais a norte", segundo Oleg Sinegubov, chefe da administração militar regional de Kharkiv e do gabinete do presidente ucraniano.
"Na linha de contacto na região de Kharkiv, o inimigo está focado principalmente na defesa", disse Sinegubov. "As nossas defesas mantêm as posições com firmeza".
O presidente da Ucrânia considera que esta é uma semana decisiva para o futuro do país. Na habitual mensagem noturna, divulgada nas redes sociais, Volodymyr Zelensky mostrou otimismo em relação à adesão do país à União Europeia.
No briefing diário da denominada “operação especial”, o Ministério russo da Defesa divulgou, esta segunda-feira, que forças militares de Moscovo destruíram um centro de controlo de drones no aeródromo Artsyz, em Odessa, assim como um lançador Buk-M1, em Donetsk.
Nas últimas horas, segundo a Defesa russa, foram também destruídos elementos-chave de um sistema de mísseis antiaéreos S-300, em Luhansk, e foi abatido um avião MiG-29 em Dnipropetrovsk. A informação avançada pelo Guardian acrescenta ainda que foram mortos pelo menos 450 soldados ucranianos.
A autoproclamada República Popular de Donetsk (DPR) afirmou, esta manhã no Telegram, que nas últimas 24 horas, 32 casas e oito “instalações de infraestrutura civil” foram danificadas por bombardeamentos das forças ucranianas em 13 dos 238 assentamentos que Moscovo já controla, cita o Guardian.
Forças separatistas na Ucrânia, apoiadas pela Rússia, disseram esta segunda-feira que tomaram um vilarejo ao lado da principal estrada sul em direção à cidade de Severodonetsk, no leste da Ucrânia, que tem sido alvo de intensos combates.
Vitaly Kiselev, assistente do autoproclamado ministro do Interior da República Popular de Luhansk (LPR), apoiada pela Rússia, foi citado pela nova agência TASS dizendo que a vila de Toshkivka, a cerca de 25 quilómetros a sul de Severodonetsk, foi tomada por Moscovo. Já o governador da região ucraniana de Luhansk, SerhiyGaidai, disse à televisão ucraniana que as forças pró-russas estavam a tentar passar as fronteiras de Toshkivka.
A Alemanha apoia que a Polónia e a Roménia adaptem as ferrovias para permitir a exportação de milhões de toneladas de cereais presos na Ucrânia devido a um bloqueio no mar da Rússia, disse a ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock.
"Os caminhos de ferro tem de ser modernizados, precisamos dos vagões de carga certos - o governo alemão está a trablhar nisso com muitos outros atores", disse ao chegar para uma reunião, em Luxemburgo.
"Está claro que, no final, certamente não vamos conseguir extrair todos os cereais, mas se conseguirmos apenas exportar parte, em várias rotas, isso ajudará, visto que estamos a enfrentar um desafio global”.
O bloqueio da Rússia à exportação de milhões de toneladas de cereais da Ucrânia é um crime de guerra, disse o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, esta segunda-feira.
"Pedimos à Rússia que desbloqueie os portos [ucranianos]. É inconcebível, não se pode imaginar que milhões de toneladas de cereais permaneçam bloqueadas na Ucrânia enquanto no resto do mundo as pessoas passam fome", disse Borrell a jornalistas.
"Isto é um verdadeiro crime de guerra, não posso imaginar que isso dure muito mais", acrescentou ao chegar a uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, em Luxemburgo.
No mais recente relatório sobre a situação no teatro de guerra, o Ministério britânico da Defesa assinala que as operações terrestres e aéreas da Rússia continuaram focadas, durante o fim de semana, no coração do Donbass.
Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine - 20 June 2022
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) June 20, 2022
Find out more about the UK government's response: https://t.co/HLNJBEbcJV
🇺🇦 #StandWithUkraine 🇺🇦 pic.twitter.com/FwRvFrbyLb
Os serviços de informações militares de Londres apontam para um desempenho aquém do expectável por parte da Força Aérea russa: "O fracasso em exercer consistentemente poderio aéreo é talvez um dos fatores mais importantes por trás do sucesso muito limitado da campanha".
7h30 - Ponto de situação
- O presidente ucraniano diz esperar que as forças russas intensifiquem os ataques. Volodymyr Zelensky reafirma que a ameaça russa se estende para lá das fronteiras ucranianas: “Obviamente, esta semana devemos esperar da Rússia uma intensificação das suas atividades hostis. E não só contra a Ucrânia, mas também contra outros países europeus. Estamos a preparar-nos. Estamos preparados. Avisamos os parceiros”.
- Os combates prosseguem em Severodonetsk, no leste da Ucrânia, onde as forças de Kiev continuam em posição defensiva. O governador da região de Lugansk, Serhiy Haidai, diz que os russos continuam a incrementar o poder de fogo naquela cidade do Donbass. “Eles controlam a principal parte da cidade, mas não toda a cidade”, afiançou o responsável.
- Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia reúnem-se esta segunda-feira no Luxemburgo, onde vão abordar o bloqueio das exportações de cereais produzidos pela Ucrânia.
- A Rússia tornou-se o maior fornecedor de petróleo à China, à frente da Arábia Saudita, no contexto das sanções ocidentais. As importações chinesas de petróleo russo aumentar em 55 por cento no mês de maio, face ao período homólogo de 2021.
- A Alemanha promete limitar a utilização de gás natural para a produção de energia elétrica e aumentar o recurso a centrar de carvão. “Isto é amargo, mas nesta situação é quase necessário reduzir o consumo de gás”, disse no domingo o ministro alemão para os Assuntos Económicos, Robert Habeck. Também o Governo austríaco anunciou a reabertura de uma central de carvão.
- O secretário-geral da NATO afirmou, em entrevista ao jornal alemão Bild, que a guerra na Ucrânia pode prolongar-se “por anos”. Na mesma linha, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, advertiu para a necessidade de o Ocidente se preparer “para uma longa guerra”.
- O Parlamento ucraniano aprovou no domingo um par de leis que introduzem restrições à publicação e comercialização de livros e música russos.
- O jornal norte-americano The New York Times identificou mais de duas mil munições empregues pela Rússia na invasão da Ucrânia. Mais de 210 das armas usadas pelas tropas de Moscovo estão banidas ao abrigo de diferentes tratados internacionais, segundo o diário.
- O jornalista russo Dmitry Muratov vai leiloar esta segunda-feira a medalha do Prémio Nobel da Paz, dedicando os proventos à Unicef.