Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Inês Moreira Santos, Mariana Ribeiro Soares, Carlos Santos Neves - RTP

Ivan Alvarado - Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

00h30 - ACNUR revê em baixa número de pessoas em fuga

Ao 100.º dia de guerra, dados da ONU apontam para mais 4.100 mortes de civis durante o conflito e para cerca de 14 milhões de pessoas deslocadas desde o início da invasão da Ucrânia.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados estima que 2,3 milhões de pessoas já terão regressado à Ucrânia.

00h20 - António Guterres renova apelos pelo fim da guerra ao assinalar marca "trágica" de 100 dias

"Assinalam-se 100 dias desde o início da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro. O conflito já ceifou milhares de vidas, causou uma destruição incalculável, deslocou milhões de pessoas, resultou em violações inaceitáveis dos direitos humanos e está a inflamar uma crise global tridimensional – alimentos, energia e finanças – que atinge as pessoas, países e economias mais vulneráveis", disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas em comunicado.

Ao assinalar este "dia trágico", o diplomata português renovou os seus apelos pelo "fim imediato da violência", pelo acesso humanitário irrestrito a todos os necessitados, pela evacuação segura de civis encurralados em áreas de combate e pelo respeito pelos direitos humanos.

"A ONU está comprometida com o esforço humanitário. Mas, como enfatizei desde o início, a resolução desse conflito exigirá negociações e diálogo. Quanto mais cedo as partes se envolverem em esforços diplomáticos de boa-fé para acabar com esta guerra, melhor para o bem da Ucrânia, da Rússia e do mundo. As Nações Unidas estão prontas para apoiar todos esses esforços", concluiu António Guterres.

Depois de 100 dias desde o início da guerra, regista-se em muitas cidades ucranianas “um nível de destruição impossível de compreender”, afirmou hoje o diretor general do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICR), Robert Mardini.

Há ainda muitos civis, como os familiares de prisioneiros de guerra, sem nenhuma informação sobre o paradeiro dos seus entes queridos, explicou o responsável do CICR, a organização que tem como missão proteger estes detidos em casos de conflito.

A ofensiva russa na Ucrânia causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – mais de 8 milhões de deslocados internos e mais de 6,8 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

00h10 - António Vitorino insiste na necessidade de um cessar-fogo humanitário na Ucrânia

As Nações Unidas não têm informação independente sobre os ucranianos que, como diz Moscovo, passaram voluntariamente a fronteira para Federação Russa: serão 1,2 milhões de pessoas.

Perante a suspeita de deslocações forçadas de ucranianos, António Vitorino, diretor-geral da Organização Internacional das Migrações, disse no 360 que a ONU, objetivamente, nada sabe e pede um cessar-fogo humanitário.

23h55 - Forças ucranianas recuperam 20% do território perdido em Severodonetsk

O anúncio foi feito pelo governador de Lugansk: as forças ucranianas recuperaram cerca de 20% do território que perderam em Sievierodonetsk desde a invasão da Rússia, segundo autoridades ucranianas.

“Enquanto antes a situação era difícil, a percentagem (detida pela Rússia) andava em torno de 70%, agora já os empurramos para trás em aproximadamente 20%”, anunciou Serhiy Gaidai, chefe da região leste de Lugansk.

Gaidai disse que as forças russas estavam a atacar e a avançar sobre as posições ucranianas, apenas para serem repelidas pelos defensores que não ficaram feridos.

“É assim que estão a avançar, passo a passo, porque estão simplesmente a destruir tudo com artilharia, aviões, morteiros”, disse Gaidai.

“Mas assim que tivermos armas ocidentais de longo alcance suficientes, empurraremos a sua artilharia para longe das nossas posições. E então, acreditem em mim, a infantaria russa simplesmente fugirá”, acrescentou.

As forças russas invadiram Severodnetsk na tentativa de capturar a cidade, para alcançar o seu objetivo declarado de controlar toda a província de Lugansk.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prometeu aos cidadãos a vitória, mas admite dificuldades em defender a região do Donbass.

23h50 - Representante  da Ucrânia em Genebra critica Rússia por impedir saída de cereais

A representante da Ucrânia na ONU em Genebra reiterou as críticas à Rússia por impedir a saída de cereais ucranianos pelo Mar Negro, uma situação que pode levar à fome em vários países.

Em declarações por ocasião dos 100 dias da invasão russa da Ucrânia, a embaixadora Yevheniia Filipenko insistiu nas críticas que já tinha feito há cerca de uma semana, alegando que a Rússia tenta culpar outros pela situação que se vive de bloqueio à exportação de cereais.

"Estamos a lutar pela liberdade na Europa e no mundo inteiro. Os próximos 100 dias vão ser de muito trabalho para todos nós", afirmou.

No passado dia 26 de maio, Yevheniia Filipenko já tinha deixado alguns alertas relacionados com a crise alimentar que ameaça o mundo por causa da guerra em curso.

"Milhões de toneladas de cereais estão bloqueados à exportação, o que afetará os mais pobres (...) embora não tenham nada a ver" com o conflito, afirmou na altura a representante ucraniana.

A ONU teme "um furacão de fome", principalmente nos países africanos que importam mais de metade do seu trigo da Ucrânia ou da Rússia.

(Agência Lusa)

22h50 - Suíça recusa transferir armas e veículos blindados por outros países para a Ucrânia

A Suíça voltou a recusar, esta sexta-feira, a transferência de material de guerra suíço para a Ucrânia por meio de um país terceiro, de acordo com a doutrina de neutralidade militar.

A entrega de material de guerra na forma de elementos de montagem ou peças sobressalentes para empresas de armamento europeias, no entanto, continuará a ser possível, mesmo que o material de guerra fabricado seja provavelmente enviado para a Ucrânia, decidiu o Conselho Federal.

22h25 - Blinken assinala 100 dias de guerra pedindo a Putin que cesse o conflito

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, assinalou hoje os 100 dias de guerra da Rússia na Ucrânia pedindo ao Presidente russo, Vladimir Putin, que cesse "imediatamente o conflito, sofrimento e agitação global causados pela sua escolha".

"O nosso objetivo é direto: os Estados Unidos querem ver uma Ucrânia democrática, independente, soberana e próspera com os meios para dissuadir e se defender contra novas agressões", disse Blinken em comunicado.

Nesse sentido, o secretário de Estado reiterou os apelos a Putin para que encerre "imediatamente" este conflito, frisando que nem os Estados Unidos, nem os seus aliados e parceiros, procuram prolongar a guerra para infligir dor à Rússia.

"Respeitamos muito os cidadãos da Rússia, que não são nossos inimigos e que merecem um futuro melhor do que o que a guerra contínua e a repressão crescente trarão", sublinhou.

(Agência Lusa)


21h50 - Putin sugere exportação de cereais ucranianos pela Bielorrússia

A exportação de cereais da Ucrânia “não é um problema”, assegurou hoje o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, sugerindo que a melhor opção é através da Bielorrússia e que as sanções ocidentais a este país devem ser levantadas.

“Não há problema em exportar cereais da Ucrânia”, disse o chefe de Estado russo em entrevista televisiva, referindo-se a várias maneiras de os libertar através de portos ucranianos, ou de outros controlados pelos russos ou via Europa Central e Oriental.

Numa altura em que o conflito russo-ucraniano levanta receios de uma crise alimentar mundial, Vladimir Putin afirmou que os ocidentais estavam “a fazer ‘bluff’” ao acusar Moscovo de impedir as exportações de cereais da Ucrânia.

21h02 - Macron diz que Putin cometeu “erro histórico e fundamental”

O Presidente francês Emmanuel Macron considerou hoje que o seu homólogo russo Vladimir Putin cometeu um “erro histórico e fundamental” ao atacar a Ucrânia e que hoje está “isolado”.

“Penso, e disse-lhe, que cometeu um erro histórico e fundamental para o seu povo, para si próprio e para a História”, declarou Macron no 100º dia do conflito, em declarações a diversos ‘media’ regionais franceses.

“Penso que está isolado. Encerrar-se no isolamento é uma coisa, saber sair é um caminho difícil”, sublinhou igualmente Macron.

O Presidente francês repetiu que não será necessário “humilhar a Rússia” – uma fraseologia muito mal recebida no leste da Europa –, “para que quando terminarem os combates um dia, possamos encetar um caminho de saída pelas vias diplomáticas”.

(Agência Lusa)

20h44 - Massacre de Bucha foi um dos momentos mais sangrentos da guerra

No início de Março, as forças russas entraram na cidade e mataram centenas de pessoas. O cemitério de Bucha é pequeno para tantas campas de homens e mulheres que perderam a vida durante os dias de ocupação do exército de Putin.


20h32 - Especulações nos EUA sobre estado de saúde de Putin

Um relatório dos serviços secretos dos Estados Unidos indica que Vladimir Putin sofre de um cancro em estado avançado a que foi tratado durante o mês de abril. A notícia é avançada pela Newsweek que cita três fontes diferentes dos serviços de informações norte-americanos.


20h17 - Zelensky promete que a vitória será da Ucrânia

Na região do Donbass as forças ucranianas tentam travar com esforço o avanço das tropas russas e lutam agora também contra o tempo. Esperam que chegue rapidamente o armamento prometido pela Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos.


19h37 - Ucrânia diz ter recuperado cerca de 20% do território perdido em Severodonetsk

As forças ucranianas recuperaram cerca de 20 por cento do território que perderam na cidade de Severodonetsk durante os combates com a Rússia, disse o governador da região leste de Lugansk esta sexta-feira.

"Enquanto antes a situação era difícil, a percentagem [de território conquistado pela Rússia] era cerca de 70 por cento, agora já recuperamos cerca de 20 por cento", disse Serhiy Gaidai à televisão nacional.

19h07 - Macron diz que Putin cometeu um "erro histórico e fundamental” ao invadir a Ucrânia

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse esta sexta-feira que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, cometeu "um erro histórico e fundamental" ao atacar a Ucrânia e que agora está "isolado".

"Eu acho, e disse-lhe, que ele cometeu um erro histórico e fundamental para o seu povo, para si mesmo e para a história", disse Macron em entrevista à imprensa regional francesa.

"Acho que ele se isolou. Isolar-se é uma coisa, saber sair do isolamento é um caminho difícil", sublinhou Macron.

O presidente francês reiterou que não devemos "humilhar a Rússia", "para que, no dia em que os combates cessem, possamos construir uma saída através da diplomacia”.

Pressionado a viajar até Kiev, quando muitos dos seus homólogos europeus já lá estiveram, o presidente francês respondeu: "Hoje, não excluo nada".

"Queremos aumentar o apoio financeiro e militar à Ucrânia. E, finalmente, fazer tudo para exportar os cereais da Ucrânia", acrescentou.

18h40 - Putin nega estar a bloquear exportação de cereais da Ucrânia e acusa Ocidente de fazer "bluff”

Num discurso transmitido na televisão nacional, o presidente russo negou que a Rússia esteja a bloquear a exportação de cereais da Ucrânia e acusou os países ocidentais de estarem a fazer “bluff”.

“Não existem problemas com o transporte de cereais para fora da Ucrânia”, garantiu Putin, recusando estar a bloquear a exportação de cereais do seu país vizinho.

“Não estamos a bloquear a exportação de cereais da Ucrânia”, afiançou Vladimir Putin, acusando os países ocidentais de estarem a tentar encobrir os seus próprios erros políticos ao culpar a Rússia por problemas no mercado mundial de alimentos.

“Os nossos parceiros cometeram muitos erros e agora estão à procura de um bode expiatório”, acusou Putin.

O presidente russo asseverou que a Ucrânia pode exportar os seus cereais através dos seus portos, como Odessa. “Estamos prontos para garantir as exportações dos portos do Mar de Azov”, disse Putin.

Putin também sugeriu a exportação através da Roménia e da Polónia, bem como da Bielorrússia. Mas para isso, “as sanções contra a Bielorrússia devem ser suspensas”, ressalvou.

"Se alguém quiser resolver o problema da exportação de cereais ucranianos, por favor, a maneira mais fácil é através da Bielorrússia. Ninguém está a impedir isso", disse Putin. "Mas para isso têm que suspender as sanções contra a Bielorrússia", acrescentou.

Ainda esta sexta-feira, o presidente bielorrusso mostrou-se disponível para fazer transitar cereais ucranianos pela Bielorrússia em troca de acesso aos portos do Báltico.

18h15 - Kiev diz estar “pronta para criar as condições necessárias para retomar as exportações” do porto de Odessa

“A Ucrânia está pronta para criar as condições necessárias para retomar as exportações do porto de Odessa”, disse o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, no Twitter.


“A questão é como garantir que a Rússia não se aproveita da rota comercial para atacar a cidade de Odessa”, sublinhou. “Não temos nenhuma garantia da Rússia até agora. Estamos à procura de soluções em conjunto com a ONU e parceiros”, acrescetou

17h44 - NATO. Erdogan disse a Stoltenberg que as preocupações de segurança da Turquia são legítimas

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan disse ao secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, por chamada telefónica, que as preocupações de segurança da Turquia em relação às propostas de adesão da Suécia e da Finlândia à aliança são baseadas em motivos justos e legítimos.

"Ambos os países devem deixar claro que pararam de apoiar o terrorismo, que suspenderam as sanções contra a Turquia e que estão prontos para mostrar solidariedade à aliança", disse Erdogan a Stoltenberg esta sexta-feira.

17h28 - Central nuclear de Zaporizhzhia enfrenta “situação crítica”

A maior central nuclear da Europa, que fica na Ucrânia, agora ocupada pela Rússia, enfrenta uma “situação crítica” devido à escassez de peças de reposição, ameaçando a segurança de suas operações, disse a agência de inteligência militar da Ucrânia esta sexta-feira.

A central nuclear, na região sudeste de Zaporizhzhia, foi ocupada por tropas russas logo após a invasão a 24 de fevereiro, mas a instalação ainda é operada por técnicos ucranianos.

"Praticamente não existem peças sobressalentes e materiais descartáveis", disseram os serviços de inteligência.

16h47 - Putin está disposto a facilitar a exportação de cereais ucranianos, diz presidente da União Africana

O presidente do Senegal e da União Africana (UA), Macky Sall, disse esta sexta-feira que saiu "tranquilizado" do seu encontro com Vladimir Putin, afirmando que o presidente russo mostrou-se disposto a facilitar as exportações de cereais ucranianos.

Sall acrescentou num comunicado no Twitter que Putin lhe comunicou que a Rússia também estava pronta para garantir as exportações de trigo e fertilizantes russos.


"Estamos a sair daqui muito tranquilos e muito satisfeitos com os nossos intercâmbios", disse Sall aos jornalistas, no final da reunião em Sochi (sul da Rússia), acrescentando que encontrou Putin "empenhado e consciente de que a crise e as sanções estão a criar graves problemas às economias fracas, tais como as economias africanas".

O líder africano voltou a apelar à União Europeia que adapte as sanções a Moscovo de forma a que os países africanos possam receber cereais.
Os países africanos importaram 44% do seu trigo da Rússia e da Ucrânia, entre 2018 e 2020, de acordo com números das Nações Unidas, e os preços do trigo subiram cerca de 45% como resultado da rutura de abastecimento, de acordo com o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

A Rússia, o maior exportador mundial de trigo, exortou o ocidente a levantar as sanções impostas sobre a sua ação militar na Ucrânia, para que os cereais comecem a fluir livremente para os mercados globais.

c/Lusa

16h10 - Combatente francês morto na Ucrânia, confirma Ministério dos Negócios Estrangeiros

O Ministério francês dos Negócios Estrangeiros confirmou esta sexta-feira a morte de um francês “em combate” na Ucrânia.

"Recebemos a triste notícia de que um francês foi morto em combate na Ucrânia", disse o Ministério francês em comunicado. "Nós apresentamos as nossas condolências à sua família", acrescenta.

Segundo uma fonte de segurança entrevistada pela agência francesa AFP, o homem era "um combatente que partiu a Ucrânia como voluntário".

15h54 - Rússia proíbe a entrada no país de mais 41 canadianos

A Rússia proibiu a entrada no seu território de mais 41 pessoas do Canadá em resposta às sanções anunciadas por Otava contra Moscovo.

As sanções, que têm como alvo "líderes de organizações de apoio às forças ultranacionalistas na Ucrânia, bem como altos funcionários militares", foram decretadas "em resposta às novas sanções anti-russas, anunciadas por Otava a 8 de maio, contra os representantes do Ministério da Defesa russo, dirigentes militares e representantes da comunidade empresarial", disse a diplomacia russa em comunicado.

15h14 - Eslováquia afirma que continuará a importar petróleo russo até que haja uma alternativa adequada

A Eslováquia irá continuar a importar petróleo russo até que esteja disponível uma alternativa adequada, disse o primeiro-ministro Eduard Heger esta sexta-feira.

O Ministério da Economia da Eslováquia disse esta sexta-feira que o país seria o mais atingido pelas sanções da União Europeia ao petróleo russo e esperava a solidariedade de Bruxelas para mitigar o impacto.

14h36 - Polónia recebeu em março a maioria dos refugiados ucranianos

A Polónia foi o país da União Europeia que em março concedeu proteção temporária ao maior número de ucranianos que fogem da guerra, enquanto outros países aumentaram, desde então, o número de pessoas que estão a acolher, mostraram dados da UE publicados esta sexta-feira.

Dados do Eurostat mostram que a Polónia, em março, concedeu estatuto de proteção temporária a 675.085 ucranianos, seguida pela República Checa (244.650) e a Eslováquia (58.750).

Do total dos refugiados acolhidos na Polónia, dois terços ou mais eram mulheres e meninas, enquanto as crianças - com menos de 18 anos - representavam mais de metade destes.

Embora a maioria dos que receberam proteção temporária fossem ucranianos, os dados mostram que a Polónia também recebeu 575 cidadãos da Rússia e 325 da Bielorrússia.

Com base nos dados disponíveis até agora para abril, o Eurostat afirma que o número de ucranianos com proteção temporária aumentou a partir de março em nove Estados-membros da UE, liderados pela Bulgária e Lituânia, que receberam 30.965 e mais 21.800 pessoas, respetivamente.

Um relatório de migração das Nações Unidas publicado em maio revelou que a ofensiva russa na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro, desencadeou a pior crise de refugiados na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial, com mais de seis milhões de pessoas a fugirem da Ucrânia.

14h08 - ONU prepara-se para missão de Direitos Humanos

A ONU anunciou que vai enviar três especialistas em Direitos Humanos à Ucrânia na próxima semana. Terão por missão investigar alegadas violações e abusos.

Os três enviados integram a comissão independente de inquérito das Nações Unidas para a Ucrânia. Planeiam deslocar-se a diferentes locais do país, incluindo Lviv, Kiev, Kharkiv e Sumy, entre os dias 7 e 16 de junho.


Os especialistas vão encontrar-se com vítimas, testemunhas e deslocados, assim como membros do Governo ucraniano.

13h33 - Mariupol. Autoridades ucranianas fazem balanço de mais de 22 mil mortes

Mariupol tornou-se um símbolo de destruição em massa e sofrimento humano. As autoridades ucranianas estimam que mais de 22 mil pessoas tenham morrido na cidade.
A resistência foi feita até ao último minuto, mas a Rússia acabou por controlar a cidade e, cem dias após a invasão, esse controlo é evidente.

13h23 - 100 dias de guerra, Kiev resiste

Cem dias depois, as Nações Unidas confirmam pelo menos quatro mil civis mortos, mas o número de vítimas poderá ser bem mais elevado.
A ONU revela também que a invasão russa na Ucrânia provocou a fuga em massa de quase 15 milhões de pessoas.

Destes, oito milhões são deslocados internos. Fugiram de casa mas ainda estão em território ucraniano.

12h56 - Von der Leyen garante apoio da UE à Ucrânia “enquanto for necessário”

“Acabamos de adotar o nosso sexto pacote de duras sanções contra a Rússia e manteremos a pressão”, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, num tweet onde surge acompanhada pelo presidente francês, Emmanuel Macron.

"A Europa apoiará a Ucrânia enquanto for necessário, com toda a ajuda financeira, técnica e humanitária possível”, garante von der Leyen. “Vamos ajudá-los a reconstruir, reformar e a modernizar”, sublinha.

12h20 - “A vitória será nossa”, diz Zelensky

Num vídeo publicado no Instagram, o presidente ucraniano deixa uma mensagem ao país a assinalar o 100º dia de guerra.

“As forças armadas da Ucrânia também estão aqui, o nosso povo está aqui. Já estamos a defender a Ucrânia há 100 dias. A vitória será nossa. Glória à Ucrânia!”, diz Zelensky num vídeo filmado em frente ao edifício presidencial, em Kiev, acompanhado por alguns dos seus aliados mais próximos, incluindo o primeiro-ministro da Ucrânia.


12h08 - Lukashenko disponível para fazer transitar cereais ucranianos pela Bielorrússia em troca de acesso aos portos do Báltico

O governo de Minsk está pronto para permitir o trânsito de cereais ucranianos para os portos do mar Báltico através da Bielorrússia se for autorizado a enviar mercadorias bielorrussas a partir desses portos, avança a agência de notícias Belta, citando o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, esta sexta-feira.

O assunto foi discutido durante um telefonema entre Lukashenko e o secretário-geral da ONU, António Guterres, esta sexta-feira, acrescenta a agência.

11h44 - Rússia vai “continuar na Ucrânia até alcançar todos os objetivos”

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, garantiu em conferência de imprensa que a Rússia tenciona prosseguir a ofensiva contra a Ucrânia “até alcançar todos os objetivos”.

Peskov reiterou que “um dos principais objetivos da operação é proteger as populações” das repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste ucraniano. “Foram tomadas medidas para garantir a sua proteção e foram alcançados alguns objetivos”, continuou.


Foto: Maxim Shemetov - Reuters

O porta-voz de Putin referiu-se ainda ao encontro que o presidente russo vai manter esta sexta-feira, em Sochi, com o presidente senegalês Macky Sall, à frente da União Africana.

A agenda do encontro entre Putin e Sall vai abordar “a profunda preocupação do Continente Africano sobre a crescente crise de alimentos e a falta de fertilizantes”, segundo Dmitry Peskov. O presidente russo, acrescentou o porta-voz, dará uma “exaustiva” explicação sobre o que está a acontecer com os cereais ucranianos.

11h35 - Moscovo adverte contra militarização da Alemanha

A porta-voz do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, vincula o incremento do orçamento alemão para a defesa a um aumento dos riscos em matéria de segurança.

“Interpretamos as declarações do chanceler alemão como mais uma confirmação de que Berlim está orientada para uma acelerada militarização do país. Como é que isto pode acabar? Bem, isso é conhecido com base na história”, disse, numa aparente alusão ao passado belicista da Alemanha.

11h22 - Ponto de situação

  • Mykhailo Podolyak, conselheiro de Volodymyr Zelensky, garante que a Ucrânia não tenciona usar o novo armamento de médio alcance fornecido pelos Estados Unidos para atacar território russo.

  • O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksiy Reznikov, mostra-se convicto de que o Kremlin está a tentar levar a guerra para uma “fase prolongada”, ao montar sucessivas linhas de defesa em regiões ocupadas no sul do país, principalmente em Kherson.

  • O presidente do Parlamento ucraniano, Ruslan Stefanchuk, apelou ao chanceler alemão, Olaf Scholz, durante uma visita a Berlim, para que a Alemanha faça chegar à Ucrânia armamento mais sofisticado.

  • O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, afirmou, em entrevista a um jornal local, que está preparado para discutir a possibilidade fazer transitar cereais ucranianos pelo seu país. Entretanto, o embaixador ucraniano em Ancara denunciou que a Turquia é um dos países que está a comprar cereais subtraídos pela Rússia.

  • Ao 100.º dia da guerra na Ucrânia, o coordenador das Nações Unidas neste país vaticina que o conflito “não terá vencedor”.

  • A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assinalou os 100 dias da guerra com a garantia de que a UE permanece ao lado da Ucrânia. Von de Leyen vai discutir esta sexta-feira com o presidente francês, Emmanuel Macron, “o apoio atual e futuro” a dar ao país invadido.

  • No seu relatório diário sobre o evoluir da guerra, o Ministério britânico da Defesa indica que as forças russas estão a alcançar sucessos táticos no Donbass e controlam já mais de 90 por cento de Lugansk.

  • O presidente ucraniano afiançou, na última mensagem em vídeo, que as tropas ucranianas tiveram “algum sucesso” nos combates em Severodonetsk, cidade-chave da região de Lugansk. Na quinta-feira, Volodymyr Zelensky admitiu, durante uma intervenção por videoconferência perante o Parlamento do Luxemburgo, que a Rússia ocupa já 20 por cento do território da Ucrânia.

  • O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, diz que a Aliança Atlântica está em contacto permanente com a Turquia para encontrar “um caminho unido” - com vista ao levantamento das objeções de Ancara ao alargamento da organização militar a Suécia e Finlândia.

10h56 - Governo russo chama responsáveis por meios de comunicação dos EUA

O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros está a convocar os responsáveis por filiais de meios de comunicação norte-americanos em Moscovo para uma reunião na próxima segunda-feira. O Governo russo prepara-se para comunicar a estes representantes medidas de resposta a restrições aos media russos impostas nos Estados Unidos.

“Se o trabalho dos media russos – operadores e jornalistas – não for normalizado nos Estados Unidos, seguir-se-ão inevitavelmente as mais estritas medidas”, antecipou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, citada pela Reuters.

10h46 - Escala da guerra “desafia a compreensão”

O Comité Internacional da Cruz Vermelha fez também publicar um comunicado em que assinala os 100 dias de guerra na Ucrânia, um conflito, sublinha a organização, que “desafia a compreensão”.

“Seria difícil exagerar o preço que o conflito internacional armado na Ucrânia tem representado para civis nos últimos 100 dias”, afirma o director-geral da Cruz Vermelha, Robert Mardini.

“Casas, escolas e hospitais foram destruídos e os civis sofreram os horrores do conflito, com vidas perdidas e famílias separadas”, prossegue.

O Comité Internacional da Cruz Vermelha – organização que tradicionalmente adota uma posição de neutralidade – apela ao acesso a todos os prisioneiros de guerra, acrescentando que, embora as Convenções de Genebra confiram ao CICV acesso a todos os cativos, onde quer que estes se encontrem, as partes em conflito permitiram apenas o acesso a alguns. “E alguns não são suficientes”.

10h38 - 100 dias de guerra. A análise de Filipe Pathé Duarte

O comentador de assuntos internacionais analisou esta manhã, na RTP3, o alcance dos avanços das tropas russas na Ucrânia e perspetivou cenários para o evoluir do conflito.
10h35 - 100 dias de guerra. Um balanço
Virgílio Luís Silva - Antena 1

10h24 - NATO. Ucrânia quer ser membro de facto

A NATO deveria ponderar, já na cimeira de junho, a atribuição à Ucrânia do estatuto de país-membro de facto e não de jure, defendeu o ministro ucraniano da Defesa, Oleksii Reznikov.

“Penso que, se estamos a falar sobre o estatuto de membro da Ucrânia com a NATO de facto, não de jure, poderia ser uma boa ideia nesta estratégia”, sustentou Reznikov durante uma intervenção por videoconferência no Fórum GLOBSEC 2022, em Bratislava.A cimeira da Aliança Atlântica marcada para junho vai dedicar-se à discussão da estratégia para os próximos dez anos.

“A Ucrânia também fará parte da estratégia porque somos também parte do flanco leste da Europa, do flanco leste dos países da NATO, do flanco leste da UE. Penso que seria uma situação em que todos os países ganhariam”, frisou o governante ucraniano.

10h11 - A mensagem da ONU nos 100 dias da guerra

Mais detalhes sobre a mensagem do coordenador das Nações Unidas na Ucrânia, divulgada ao 100.º dia da invasão russa: Amin Awad sublinha, em comunicado, que a guerra "fez a população civil pagar um preço pesado".

Awad enumera "destruições, devastações em cidades e vilas", bem como "vidas, casas, empregos e perspetivas perdidas".

9h56 - Turquia adquire cereais subtraídos à Ucrânia, denuncia diplomata

O embaixador ucraniano em Ancara denuncia que a Turquia é um dos países que continuam a comprar cereais subtraídos pela Rússia à Ucrânia.

Vasyl Bodnar disse aos jornalistas ter pedido ajuda às autoridades turcas e à Interpol para que se investigue quem esteja envolvido em carregamentos de cereais que transitam por águas da Turquia.

9h51 - Fábrica russa de automóveis prepara-se para retomar produção

A Avtovaz, principal unidade da indústria automóvel da Rússia, manifestou a intenção de retomar a produção do seu modelo mais vendido, o Lada Granta, a partir da próxima quarta-feira – a produção foi interrompida em março devido a quebras nos aprovisionamentos de peças, na sequência das sanções ocidentais.


Foto: Gleb Stolyarov - Reuters

A Renault negociou em maio a venda da sua posição maioritária na Avtovaz a um instituto científico russo por uma verba simbólica de um rublo. Durante seis anos, o grupo francês conservará a opção de reaquisição de ações.

9h31 - “Guerra na Ucrânia não terá vencedor”

O coordenador das Nações Unidas na Ucrânia assinala os 100 dias da invasão russa com um vaticínio: “A guerra não terá um vencedor”.

“Precisamos de paz. A guerra deve cessar”, insta em comunicado Amin Awad, num momento em que as conversações entre Kiev e Moscovo se encontram em ponto-morto.

9h16 - Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas atualiza informações

Nas últimas 24 horas, segundo a mais recente atualização de informações do terreno por parte do Estado-Maior ucraniano, as tropas do país invadido repeliram pelo menos cinco ataques russos em Donetsk e Lugansk, no Donbass.

Há agora intensos combates em curso no centro da cidade de Severodonetsk e nas imediações de Studenka, localidade próxima da cidade de Lyman.

As forças ucranianas adiantam ainda que “algumas unidades” da 150ª Divisão Motorizada de Atiradores do 8.º Exército de Armas Combinadas da Rússia perdeu “pelo menos 50 por cento” dos operacionais e armas durante combates em Popasna, na região de Lugansk.

9h04 - “Os nossos parceiros sabem onde as suas armas são usadas”

Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente ucraniano, garante no Twitter que a Ucrânia não tenciona utilizar o novo armamento de médio alcance fornecido pelos Estados Unidos em ataques contra território russo.

“Tarefa número um para a Rússia – minar a confiança entre a Ucrânia e os EUA. A Ucrânia está a travar uma guerra defensiva e não planeia usar MLRS para atacar instalações na Rússia. Os nossos parceiros sabem onde as suas armas são usadas. Quaisquer alegações de tais intenções – PSYOP dos serviços especiais russos”, escreve o conselheiro de Zelensky, referindo-se aos novos sistemas de lançamento múltiplo de rockets e a alegadas operações psicológicas movidas pelos russos.

8h51 - Von der Leyen assinala 100 dias de “guerra injustificável”

A presidente da Comissão Europeia escreve no Twitter que a UE permanece ao lado da Ucrânia, numa mensagem destinada a assinalar os 100 dias da invasão russa.


“Há 100 dias a Rússia desencadeou uma guerra injustificável contra a Ucrânia. A bravura dos ucranianos motiva o nosso respeito e a nossa admiração. A UE está ao lado da Ucrânia. Hoje, em Paris, vou discutir com Emmanuel Macron o apoio atual e futuro da UE ao país”, lê-se no tweet de Ursula von der Leyen.

8h43 - Frota russa do Pacífico dá início a exercícios

A Frota do Pacífico da Armada russa deu início a uma semana de exercícios que envolvem mais de 40 navios e até 20 aviões, anunciou o Ministério russo da Defesa, citado pelas agências do país.

Estas manobras, que vão decorrer até 10 de junho, empregam "grupos de navios, juntamente com aviação naval". Oficialmente, trata-se de treino para "operações de busca de submarinos" inimigos.

8h39 - As contas da defesa de Lviv ao 100.º dia de guerra

O governador de Lviv, Maksym Kozytskyi, recorreu à plataforma de mensagens Telegram para assinalar os 100 dias da guerra na Ucrânia.

“Durante 100 dias de guerra em larga escala”, escreve Kozytskyi, as forças de defesa da Ucrânia abateram “23 mísseis de cruzeiro e 11 drones inimigos no céu sobre a região de Lviv”.

“Gostaria de enfatizar que estes números se aplicam apenas à região de Lviv, dado que o Comando Aéreo do Oeste opera em oito regiões na Ucrânia ocidental”, acrescenta, para depois agradecer à Força Aérea ucraniana pela resposta “a todas as ameaças”, durante 100 dias, “de dia e de noite”.

Maksym Kozytskyi apela, por último, aos habitantes da região para que “não ignorem sinais de alarme”: “Sempre que a sirena soa, há perigo. Por isso, temos de ir para o abrigo”.

8h31 - Pussy Riot exortam europeus a oporem-se a Putin

O grupo composto por mulheres ativistas russas vai atuar em Portugal na próxima semana.
A jornalista da Antena 1 Raquel Morão Lopes falou com um dos elementos.

8h29 - Washington alerta para necessidade de gastar mais em defesa

Os aliados vão ter de começar a gastar mais do que dois por cento no domínio militar. Declaração feita pelo secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, depois de um encontro, no Pentágono, com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
João Ricardo de Vasconcelos, correspondente da Antena 1 nos Estados Unidos

8h25 - Biden vai à Arábia Saudita a pensar em petróleo

O presidente norte-americano vai viajar no final de junho para a Arábia Saudita, onde se avistará com o príncipe herdeiro, Mohamed bin Salman, noticiou a imprensa dos Estados Unidos. Joe Biden havia prometido tratar o reino saudita como "pária". Mas os impactos da guerra na Ucrânia terão obrigado a uma inflexão na doutrina do presidente democrata.

O jornal The New York Times escreveu que a viagem do presidente a Riade visa reparar relações, num momento em que procura baixar os preços do combustível e isolar a Rússia na arena internacional. Biden vai ainda encontrar-se com os líderes de Egito, Jordânia, Iraque e Emirados Árabes Unidos.

8h19 - Delegação da ONU em Moscovo com a crise alimentar em mente

A exportação de cereais ucranianos está a ser negociada desde quinta-feira, em Moscovo, por Martin Griffiths, responsável pela ajuda humanitária das Nações Unidas. O objetivo desta missão é a abertura de passagens marítimas a partir dos portos do Mar Negro e do Mar de Azov.

Recorde-se que, na semana passada, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, falou ao telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, a quem pediu que desbloqueasse as exportações de cereais da Ucrânia.

Por sua vez, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, anunciou que Vladimir Putin e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, chegaram a um presumível acordo para que a Turquia ajude na desminagem dos portos ucranianos.

8h10 - Kiev à procura de adesão rápida à União Europeia

O Governo ucraniano encetou nova investida diplomática com o objetivo de acelerar o processo de adesão à União Europeia. Uma abordagem que não reúne ainda consenso no seio dos países-membros.

São particularmente agudas em Paris e Berlim as reticências quanto à possibilidade de dar agora início formal ao processo de adesão, antes do Conselho Europeu previsto para o final deste mês.

“Será muito difícil dizer não, mas será ainda mais difícil dizer sim, segundo um diplomata europeu citado na edição online do jornal britânico The Guardian.

7h50 - Forças russas controlam mais de 90% de Lugansk

O último relatório dos serviços de informações militares do Reino Unido conclui que a Rússia está neste momento a obter ganhos táticos na região do Donbass e controla já mais de 90 por cento de Lugansk.

“As forças russas geraram e mantiveram o ímpeto e parecem atualmente ter a iniciativa sobre a oposição ucraniana”, lê-se na síntese do Ministério britânico da Defesa.


“A Rússia controla mais de 90 por cento do oblast de Lugansk e é provável que complete o controlo nas próximas duas semanas. A Rússia alcançou estes recentes sucessos táticos com um significativo custo em recursos e ao concentrar força e fogo numa única parte da campanha”.

7h32 - Ponto de situação


  • A guerra na Ucrânia soma esta sexta-feira 100 dias. Na antecâmara deste marco sombrio, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, avisou os aliados de que devem preparar-se para um conflito “de atrito” prolongado. “Temos de estar preparados para o longo prazo, porque o que estamos a ver é que esta guerra se transformou agora numa guerra de atrito”, afirmou o responsável, após um encontro, na quinta-feira, com o presidente norte-americano, Joe Biden, em Washington.

  • Numa alocução, por videoconferência, ao Parlamento do Luxemburgo, o presidente ucraniano admitiu que as forças russas ocupam atualmente 20 por cento do território do seu país. As linhas da frente da guerra estendem-se, segundo Volodymyr Zelensky, por mais de mil quilómetros. O chefe de Estado acrescentou que, no leste da Ucrânia, morrem diariamente 100 pessoas.

  • As tropas ucranianas obtiveram “algum sucesso” nos combates contra os russos em Severodonetsk, cidade-chave da região de Lugansk, no Donbass. Quem o diz é também o presidente ucraniano. “A situação lá é agora a mais dura, tal como nas cidades e comunidades próximas, Lysychansk, Bakhmut e outras. Muitas cidades estão a enfrentar um poderoso ataque russo”, afirmou Zelensky na mais recente intervenção em vídeo.

  • Perto de 60 por cento das infraestruturas e edifícios residenciais de Lysychansk, uma de apenas duas cidades que permanecem sob controlo ucraniano, foram destruídos por ataques das forças russas. Oleksandr Zaika, responsável pela administração civil e militar de Lysychansk, adianta que 20 mil pessoas abandonaram a cidade – antes da guerra, a população local era de 97 mil habitantes.

  • Segundo Serhiy Haidai, governador da região de Lugansk, cerca de 800 pessoas, incluindo crianças, estão abrigadas sob a Azot, fábrica de químicos de Severodonetsk. A maior parte desta cidade está nas mãos das tropas russas, de acordo com o Ministério britânico da Defesa.

  • Os civis de Sloviansk, no leste da Ucrânia, estão a ser aconselhados a deixar a cidade, à medida que os bombardeamentos russos se intensificam. A malha urbana está sem água ou eletricidade.

  • Responsáveis pró-russos em Zaporizhia anunciaram um decreto para “nacionalizar” ativos estatais naquela região do sudeste da Ucrânia.

  • A Casa Branca anunciou um novo pacote de sanções contra a Rússia, visando agora responsáveis do Governo de Moscovo e nomes da elite russa. Estas sanções foram reveladas quando o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, agradecia aos Estados Unidos o envio de armamento mais sofisticado para a Ucrânia, nomeadamente sistemas de artilharia de médio alcance.

  • A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sustenta que a abertura da União Europeia a uma futura adesão da Ucrânia é “um dever moral”. O presidente ucraniano expressou, por seu turno, a expectativa de receber “nas próximas semanas” uma resposta de Bruxelas relativamente ao processo de candidatura.

  • As autoridades ucranianas identificaram dez soldados russos alegadamente envolvidos em pilhagem de propriedades de residentes de Bucha.