Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.
As forças russas estão a bombardear as siderúrgicas no porto de Mariupol, o último bastião dos defensores ucranianos numa cidade quase totalmente controlada pela Rússia.
Kiev refere que todos os civis que ficaram presos na fábrica foram retirados, mas não há acordo quanto à retirada de centenas de combatentes, 38 dos quais gravemente feridos.
"Iniciamos uma nova ronda de negociações em torno de um roteiro para uma operação. E começaremos com aqueles que estão gravemente feridos", disse a vice-primeira-ministra Iryna Vereshchuk à televisão 1+1.
Vereshchuk confirmou que as autoridades ucranianas estão a trabalhar com a Cruz Vermelha e as Nações Unidas, que ajudaram nas operações anteriores.
"Queremos um documento assinado sobre como uma retirada ocorrerá em Azovstal", disse a vice-primeiroa-ministra, acrescentando que a Turquia também está a agir como intermediária.
Manifestantes, a maioria mulheres, marcharam pelo centro de Kiev, segurando faixas e cantando: "Salvem os defensores de Mariupol, salvem Azovstal", "Glória aos heróis de Mariupol" e "Salvem os militares de Azovstal".
Volodymyr Zelensky disse que os russos lançaram esta noite um novo ataque na região de Chernihiv.
A formalização do pedido de adesão à aliança atlântica deverá ser seguida em breve por um pedido da Suécia.
O encontro entre os chefes da diplomacia português e finlandês serve, também, para debater assuntos bilaterais e a situação na Ucrânia.
Washington acusa o Exército russo de ter levado "à força" "vários milhares" de ucranianos para a Rússia desde o início da guerra.
Kiev avançou o número de 1,2 milhão de pessoas deportadas por Moscovo para a Rússia. As autoridades ucranianas também denunciam a existência de "campos de filtragem", muitas vezes nos territórios controlados pela Rússia no leste da Ucrânia, por onde passam os deportados.
"Os Estados Unidos estimam que as forças russas transferiram pelo menos vários milhares de ucranianos para esses 'campos de filtragem' e retiraram pelo menos dezenas de milhares para a Rússia ou territórios controlados pela Rússia, às vezes sem dizer aos deportados qual era seu destino final", disse o embaixador dos EUA na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Michael Carpenter.
Forças ucranianas destruiram um moderno navio logístico da Marinha russa no Mar Negro, incendiando-o, disse um porta-voz da administração militar regional de Odessa, no sul da Ucrânia, esta quinta-feira.
Serhiy Bratchuk afirmou, nas redes sociais, que o Vsevolod Bobrov foi atingido perto de Snake Island, palco de novos combates nos últimos dias.
A Casa Branca disse, esta quinta-feira, que apoiaria qualquer movimento da Finlândia e da Suécia para aderir à NATO em reação à invasão da Ucrânia pela Rússia.
"Apoiamos um pedido da NATO pela Finlândia e/ou Suécia se eles se candidatarem. Respeitaremos qualquer decisão que eles tomem", afirmou a assessora de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki.
O exército ucraniano reforçou as medidas de segurança na região.
Não é claro que solidez tem o recuo imposto às forças russas em Kharkiv, e se as forças russas não estarão a reposicionar-se. Trata-se de uma região muito próxima da fronteira russa e de um ponto estratégico, que acolhia muitas fábricas de material militar.
Kiev mantém “conversações difíceis” com a Rússia para a retirada de 38 soldados ucranianos gravemente feridos que estão na cave da fábrica de aço Azovstal, o último bastião de resistência em Mariupol, cidade cercada pelas forças russas.
“Hoje, as conversações são apenas sobre cerca de 38 soldados gravemente feridos. Estamos a trabalhar passo a passo”, disse a vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Verechtchuk no serviço de mensagens Telegram, refutando o número de 500 a 600 pessoas apresentado por alguns meios de comunicação social.
Segundo a própria, as negociações sobre a “retirada de combatentes gravemente feridos de Azovstal em troca de russos capturados” são “muito difíceis”. Verechtchuk disse à France-Presse na terça-feira que “mais de 1.000” militares ucranianos, incluindo “centenas de feridos”, estavam ainda no enorme complexo Azovstal, sitiados pelas tropas russas em Mariupol depois de todos os civis terem sido retirados na semana passada com a ajuda das Nações Unidas.
“Há pessoas gravemente feridas que precisam de ser retiradas urgentemente”, apontou, acrescentando que “a situação está a deteriorar-se a cada dia” nesta fábrica em Mariupol, cidade portuária no sudeste do país, devastada pelos combates e quase totalmente sob controlo russo.
As forças ucranianas estão a tentar consolidar posições em Kharkiv após terem empurrado as tropas russas quase até à fronteira.
Volodymyr Zelensky afirmou, durante uma entrevista televisiva que será transmitida esta noite em Itália, que está disponível para conversar com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, "mas sem ultimatos".
"Estou disposto a falar com Putin, mas sem ultimatos", defendeu Zelensky na entrevista concedida ao canal público de televisão italiano RAI, a primeira a um meio de comunicação social de Itália desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.
Zelensky explicou que as negociações com Moscovo são complicadas porque "todos os dias os russos ocupam aldeias, muitas pessoas deixaram as casas, foram mortas pelos russos" e os cidadãos ucranianos estão a sofrer "torturas e assassínios". O presidente ucraniano defendeu que o exército russo deve deixar o país o mais depressa possível e responder pelo que fez, rejeitando que deva ser procurada "uma saída para a Rússia".
"Sei que Putin quer conseguir resultados. Mas ter de ceder alguma coisa para salvar a face do Presidente russo não é justo. A Ucrânia não vai salvar a face de ninguém pagando com os seus territórios”, argumentou Zelensky.
Nesse sentido, garante que em nenhum momento considerou "reconhecer a independência da Crimeia", anexada pela Rússia em 2014, e sustenta que a Crimeia "sempre foi território ucraniano".
"A Ucrânia quer a paz. Quer coisas muito normais como respeito pela soberania, integridade territorial, tradições do povo, língua. Podem ser coisas triviais, mas foram violadas pela Rússia e devem ser devolvidas", insistiu o líder ucraniano.
Zelensky reconhece que o exército russo é "quatro vezes maior, o seu Estado é oito vezes maior", mas diz que os ucranianos são "10 vezes mais fortes como povo", porque estão no seu território.
"Para nós, a vitória é recuperar as nossas coisas. Para eles é roubar alguma coisa. Não estamos em pé de igualdade. A Rússia é mais forte, mas o mundo está connosco e sentimos que pouco a pouco estamos a avançar", explicou o líder ucraniano.
A diretora do torneio de Roland Garros, segundo Grand Slam da temporada, avisou hoje que os tenistas que manifestarem apoio ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, vão ficar sujeitos a sanções, face à invasão da Ucrânia pelos russos.
"Estamos de acordo com o que foi decidido pelos ministros do Desporto da UE. Não vamos receber equipas, mas atletas individuais [russos e bielorrussos]. Obviamente, se um atleta comparecer perante a imprensa pró-Putin, haverá sanções", garantiu Amelie Mauresmo, antiga número um mundial, em entrevista à rádio France Inter.
(Agência Lusa)
A Alemanha acusou hoje a Rússia de usar a energia como uma arma, após a estatal russa Gazprom ter anunciado uma redução nos fluxos de gás para a Europa pelo segundo dia consecutivo. Após uma redução de 18 por cento na quarta-feira, a Gazprom anunciou uma nova quebra de quase 30 por cento no trânsito do gás russo para os países europeus, que atribuiu à guerra na Ucrânia.
“A situação está a piorar porque a energia está agora a ser usada como arma de muitas maneiras”, disse o ministro da Energia alemão, Robert Habeck, citado pela agência francesa AFP, durante uma conferência de imprensa com o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba.
Como retaliação pelas sanções que enfrenta pela sua ofensiva militar contra a Ucrânia, a Rússia impôs na quarta-feira sanções a mais de 30 empresas energéticas ocidentais, a maioria delas propriedade da Gazprom Germania, a filial alemã do gigante russo do gás.
A Hungria opõe-se à inclusão de líderes religiosos nas listas de sanções da União Europeia (UE) à Rússia devido à invasão da Ucrânia, como o patriarca Kirill, anunciou hoje o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
Sancionar os dignitários da igreja "afetaria a liberdade de religião das comunidades húngaras, algo que é sagrado e inviolável", disse um porta-voz do primeiro-ministro, citado pela agência de notícias oficial MTI.
A Alemanha dá o seu “apoio total” ao desejo da liderança finlandesa de aderir imediatamente à NATO, afirmou hoje o chanceler alemão, Olaf Scholz.
“Saúdo a decisão da Finlândia de se pronunciar a favor de uma adesão imediata à NATO”, publicou o líder alemão na rede social Twitter.
Scholz revelou ter falado com o Presidente finlandês, Sauli Niinistö, sobre o “apoio total do Governo alemão” a esse desejo de adesão, numa conversa telefónica.
Ich begrüße die Entscheidung Finnlands, sich für einen unverzüglichen Beitritt des Landes zur @NATO auszusprechen. In einem Telefonat mit Präsident @niinisto habe ich #Finnland die volle Unterstützung der Bundesregierung zugesichert.
— Bundeskanzler Olaf Scholz (@Bundeskanzler) May 12, 2022
O líder republicano no Senado dos Estados Unidos, Mitch McConnell, disse esta quinta-feira que o Senado tem de aprovar um novo pacote de ajuda para a Ucrânia hoje, depois de a Câmara dos Deputados ter aprovado 40 mil milhões de dólares para ajuda a Kiev.
"Apoio fortemente o próximo pacote de assistência militar, que a Câmara aprovou com uma esmagadora maioria bipartidária. Espero que o Senado possa chegar a um acordo para considerar e aprovar esta legislação hoje. Os ucranianos precisam. Precisamos de o fazer hoje", disse.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, reclamou hoje a concessão à Ucrânia do estatuto de país candidato à adesão à União Europeia e manifestou esperança que a decisão fosse tomada na próxima cimeira europeia em junho. Kuleba salientou que essa decisão “irá definir em grande medida o futuro da Europa”, depois de se encontrar em Berlim com o co-presidente dos sociais-democratas alemães, Lars Klingbeil.
“Trata-se de ancorar a Ucrânia no projeto de integração europeia”, afirmou o ministro, acrescentando que “é óbvio” que o estatuto de país candidato “não implica uma adesão imediata”, mas sim “fixar legalmente” Kiev no processo de adesão.
Por outro lado, o ministro congratulou-se com o facto de a posição do governo alemão ter “avançado na direção certa” desde o início da guerra na Ucrânia, citando como exemplos as decisões de enviar armas para Kiev e de apoiar sanções mais duras contra a Rússia.
“Há uma dinâmica positiva nas relações, mas temos de assegurar que ela se mantenha, que avancemos e sejam tomadas as decisões certas”, apontou Kuleba, que no passado foi crítico em relação ao governo do chanceler, Olaf Scholz.
O Presidente russo, Vladimir Putin, felicitou hoje a auto-proclamada "República Popular" de Lugansk pelo aniversário da sua declaração de independência, garantindo ao seu líder, Leonid Pásechnik, que a Rússia defenderá a soberania deste enclave apenas reconhecido por Moscovo.
“Os cidadãos da República Popular de Lugansk celebram hoje esta data em condições difíceis, defendendo a sua pátria com armas nas mãos. Estou certo de que, com os nossos esforços conjuntos, defenderemos a independência, a soberania e a integridade territorial da república”, disse Putin num telegrama enviado a Pásechnik.
O Presidente russo lembrou que o acordo de paz, cooperação e ajuda mútua entre a Rússia e Lugansk, assinado em 21 de fevereiro, quando o Kremlin reconheceu as repúblicas pró-russas de Lugansk e Donetsk, “servirá como base segura para fortalecer os laços de fraternidade e aliança entre os países”.
“Aceite os nossos sinceros parabéns pelo Dia da República Popular de Lugansk. Desejo-lhe, com sinceridade, muita saúde e sucesso e a todos os moradores de Lugansk, bravura, coragem e tenacidade na luta por um futuro de paz e segurança”, acrescentou.
(Agência Lusa)
O número de pessoas que fugiram da Ucrânia, após a invasão russa, já ultrapassou os seis milhões, naquela que é considerada a pior crise de refugiados da Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial, informou a ONU.
A Ucrânia e os seus aliados denunciaram hoje à ONU uma "lista interminável" de abusos cometidos pela Rússia desde o início da invasão, em 24 de fevereiro, durante uma sessão especial do Conselho de Direitos Humanos.
No final da reunião, solicitada por Kiev, os 47 Estados-membros do Conselho irão votar um projeto de resolução a pedir uma "investigação pela comissão internacional da ONU para a Ucrânia sobre graves violações de direitos humanos" realizadas pelas tropas de ocupação russas nas regiões de Kiev, Cherniguiv, Kharkiv e Sumy entre final de fevereiro e março de 2022.
A investigação visa "responsabilizar os responsáveis", refere a resolução apresentada.
"Milhares de pessoas no meu país perderam a vida. Os bombardeamentos e tiros russos fazem parte da nossa vida diária", afirmou a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Emin Dzhaparova, na abertura do debate, num discurso divulgado em vídeo.
Entre atos de "tortura e desaparecimentos forçados, violência sexual e de género, a lista de crimes russos é interminável", denunciou Dzhaparova, enquanto mostrava uma fotografia de um menino violado à frente da mãe a desenhar um turbilhão de linhas pretas.
Durante o debate, muitos diplomatas aliados de Kiev expressaram o seu horror e indignação pelo sofrimento dos ucranianos.
"A agressão russa é acompanhada, todos os dias, por descobertas cada vez mais macabras e insuportáveis", disse o embaixador francês nas Nações Unidas, Jérôme Bonnafont, enquanto o seu homólogo britânico denunciou a "campanha brutal" liderada por Moscovo.
A alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, que já acusou os militares russos de ações na Ucrânia "possivelmente equivalentes a crimes de guerra", avisou que a organização que lidera continua a verificar as alegações de abusos.
"Estou chocada com a escala da destruição e as inúmeras violações do direito internacional, dos direitos humanos e do direito internacional humanitário que foram cometidas na cidade, incluindo ataques contra civis e bens civis", afirmou no seu discurso perante os membros do Conselho, acrescentando que atualmente tem informações sobre 300 casos.
O chanceler alemão Olaf Scholz saudou esta quinta-feira a decisão da Finlândia de se candidatar à aliança militar da NATO, garantindo no Twitter que assegurou a Helsínquia o seu “apoio total”.
"Numa conversa telefónica com o presidente Sauli Niinistö, assegurei à Finlândia o apoio total do governo alemão”, escreveu Scholz.
Ich begrüße die Entscheidung Finnlands, sich für einen unverzüglichen Beitritt des Landes zur @NATO auszusprechen. In einem Telefonat mit Präsident @niinisto habe ich #Finnland die volle Unterstützung der Bundesregierung zugesichert.
— Bundeskanzler Olaf Scholz (@Bundeskanzler) May 12, 2022
O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, reúne-se na sexta-feira, em Helsínquia, com o seu homólogo finlandês, Pekka Haavisto, para debater a adesão da Finlândia à NATO, anunciou o Governo português.
Além da questão da adesão da Finlândia à NATO, estarão na agenda de trabalho assuntos bilaterais, bem como a situação da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Importantes políticos finlandeses foram avisados de que a Rússia poderá suspender o fornecimento de gás para a vizinha Finlândia na sexta-feira, avança o jornal local Iltalehm citando fontes não identificadas.
O presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, e a primeira-ministra, Sanna Marin, pediram esta quinta-feira uma adesão à NATO “sem demoras”, o que levou a Rússia a prometer uma resposta retaliatória.
A semana passada, o governo finlandês disse estar preparado para a possibilidade de um corte no fornecimento de gás em resposta à recusa da Finlândia em cumprir as exigências russas de pagamentos de gás em rublos.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, considerou hoje que a adesão da Finlândia à NATO, cujo pedido de adesão deverá ser formalizado no domingo, será "um passo histórico" que contribuirá para a segurança na Europa.
O anúncio, pelos líderes finlandeses, da intenção de formalizar o pedido de adesão do país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla inglesa) é "um passo histórico que, uma vez dado, irá contribuir muito para a segurança europeia", escreveu Michel na sua conta na rede social Twitter.
"Com a Rússia em guerra na Ucrânia, é um poderoso sinal de dissuasão", acrescentou.
Um navio russo de desembarque com vários militares a bordo terá sido atingido e estará em chamas. A informação ainda não foi confirmada.
Responsáveis militares em Odessa remetem as explicações para Kiev, mas ainda não foi avançada qualquer informação. Esta não é a primeira vez que o exército ucraniano, através da sua força marinha, consegue neutralizar algumas embarcações importantes de Moscovo. Em abril, o cruzador de mísseis russo Moskva afundou no Mar Negro na consequência de um ataque das forças ucranianas.
"Há um estado que considera que é melhor para a sua segurança passar a pertencer a uma aliança defensiva", argumentou ainda o Presidente da República.
Para o chefe de Estado português, cada país deve poder decidir livremente sobre a sua própria segurança. "Ou há soberania ou não há soberania", vincou.
Had a phone conversation with President of Finland @niinisto. Commended the readiness of 🇫🇮 to apply for NATO membership. We also discussed Ukraine's European integration. And 🇺🇦 - 🇫🇮 defense interaction.
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) May 12, 2022
- A Finlândia anunciou esta quinta-feira que deverá apresentar o pedido de adesão formal à NATO “sem demoras". De acordo com a primeira-ministra e o presidente finlandeses, a decisão será anunciada no próximo domingo;
- A Suécia deverá seguir o exemplo da vizinha Finlândia, esperando-se que apresente o pedido formal de adesão à aliança na próxima semana;
- A Rússia já reagiu a estas notícias, afirmando que será “forçada a tomar medidas retaliatórias, tanto de natureza técnico-militar quanto de outra natureza” em resposta à adesão da Finlândia à NATO. O Kremlin afirmou que a decisão é “certamente” uma ameaça à Rússia e alertou ainda para o risco de guerra nuclear total;
- A alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michele Bachelet, afirmou que o número de mortos civis na cidade ucraniana de Mariupol chega "aos milhares", admitindo estar chocada com as inúmeras violações dos direitos humanos cometidas na cidade;
- A Ucrânia propôs-se a libertar prisioneiros de guerra russos em troca da retirada de soldados ucranianos feridos que estão retidos na fábrica de Azovstal, disse a vice-primeira-ministra ucraniana na quarta-feira. Iryna Vereshchuk acrescentou que ainda não havia acordo, mas que as negociações sobre esta proposta estavam em curso.
A alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michele Bachelet, afirmou hoje que o número de mortos civis na cidade ucraniana de Mariupol chega "aos milhares", admitindo estar chocada com as inúmeras violações dos direitos humanos cometidas na cidade.
"A cidade de Mariupol e os seus moradores sofreram horrores inimagináveis desde o início do ataque armado da Federação Russa", sublinhou a responsável na sessão especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU, hoje realizado.
"Estou chocada com a escala da destruição e as inúmeras violações do direito internacional, dos direitos humanos e do direito internacional humanitário que foram cometidas na cidade, incluindo ataques contra civis e bens civis", afirmou no seu discurso perante os membros do Conselho, reunidos em Genebra.
"Estimamos que o número de mortos civis em Mariupol esteja na casa dos milhares, mas só com o tempo será possível tornar claro a verdadeira escala de atrocidades, vítimas e danos", avançou Michele Bachelet, acrescentando que as áreas residenciais da cidade foram ocupadas pelas forças armadas russas e grupos armados afiliados.
Segundo a alta-comissária, não é só em Mariupol que os direitos humanos estão a ser violados.
O Alto Comissariado da ONU "continua a verificar [em toda a Ucrânia] alegações de violações do direito internacional, dos direitos humanos e do direito internacional humanitário, muitas das quais podem constituir crimes de guerra".
(agência Lusa)
A Rússia disse esta quinta-feira que será forçada a responder à decisão da Finlândia de adesão à NATO.
"A Rússia será forçada a tomar medidas de retaliação, tanto de natureza técnico-militar quanto de outra natureza, a fim de impedir que surjam ameaças à sua segurança nacional”, sublinhou.
"Helsínquia deve estar ciente da responsabilidade e das consequências de tal medida", alertou o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros.
A Rússia tem vindo a declarar veementemente a sua oposição à expansão da NATO junto às suas fronteiras. Ainda antes de invadir a Ucrânia, em fevereiro, Moscovo exigia garantias por parte dos EUA e da NATO de que a aliança transatlântica não admitira novos membros.
A Rússia alertou hoje que a ajuda militar ocidental à Ucrânia e os exercícios da NATO perto das suas fronteiras aumentam a probabilidade de um conflito direto e o risco de uma guerra nuclear total.
O alerta, feito pelo vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitri Medvedev, surgiu no dia em que o Presidente e a primeira-ministra finlandeses divulgaram o seu apoio à adesão da Finlândia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
Medvedev não menciona a possibilidade de a Finlândia e a Suécia poderem aderir à NATO, mas acusa os países da Aliança Atlântica de estarem a aumentar o risco de uma guerra total com o seu apoio militar à Ucrânia na guerra com a Rússia.
“Os países da NATO a fornecer armas à Ucrânia, a treinar as suas tropas para utilizar equipamento ocidental, a enviar mercenários e os exercícios por países da Aliança perto das nossas fronteiras aumentam a probabilidade de um conflito direto e aberto entre a NATO e a Rússia, em vez da ‘guerra por procuração’ que estão a travar”, escreveu Medvedev na rede social Telegram.
No texto, citado pela agências russa TASS e espanhola EFE, Medvedev avisa que “um tal conflito tem sempre o risco de se transformar numa verdadeira guerra nuclear”.
“Este será um cenário catastrófico para todos”, disse o ex-Presidente (2008-2012) e ex-primeiro-ministro da Rússia (2012-2020).
Medvedev, um aliado do líder russo, Vladimir Putin, acusou ainda o Ocidente de cinismo e de colocar no “topo da agenda” internacional a “tese de que a Rússia assusta o mundo com um conflito nuclear”.
Por isso, referiu, o Ocidente não deve enganar-se a si próprio ou os outros, mas “pensar nas possíveis consequências dos seus atos”.
O presidente ucraniano está convicto de que os soldados russos não têm qualquer hipótese de êxito na Ucrânia. Na mais recente declaração, Volodymyr Zelensky agradeceu aos Estados Unidos a aprovação de apoio financeiro e material.
"Se a Finlândia decidir candidatar-se, eles serão calorosamente recebidos na NATO e o processo de adesão será tranquilo e rápido", disse o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, depois de a Finlândia ter anunciado que deve pedir a adesão "sem demora".
O Kremlin já reagiu ao anúncio da Finlândia desta quinta-feira, que deve pedir adesão à NATO “sem demoras”. O Governo russo defende que a adesão da Finlândia à aliança é "definitivamente" uma ameaça para a Rússia e que a expansão da NATO não tornará a Europa ou o mundo mais estáveis.
Durante uma videoconferência, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse ainda aos jornalistas que as medidas tomadas pela Finlândia para aderir à NATO são motivo de arrependimento e razão para impor uma resposta simétrica.
As forças russas continuam a bombardear a fábrica Azovstal em Mariupol, sul da Ucrânia, aumentando ao mesmo tempo o assédio à cidade portuária, disseram hoje as Forças Armadas ucranianas.
Os bombardeamentos aéreos ocorrem numa altura em que a Ucrânia propôs a Moscovo a troca de prisioneiros russos pela retirada de combatentes feridos que se mantêm nos subterrâneos da instalação metalúrgica, o último bastião da presença armada ucraniana em Mariupol.
A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, disse que as negociações estavam a decorrer no sentido da retirada dos combatentes, mas que apesar das várias opções "nenhuma é a ideal".
Um conselheiro do autarca de Mariupol disse hoje que as forças russas bloquearam todas as vias de retirada da cidade.
Petro Andriushchenko afirmou ainda que restam muito poucos apartamentos habitáveis e que a escassez em relação a alimentos e água potável é dramática.
O conselheiro do presidente da Câmara referiu que alguns residentes são obrigados a cooperar com as forças ocupantes em troca de alimentos.
No relatório diário (respeitante ao 78.º dia de guerra) os militares da Ucrânia afirmam que as forças russas estão a fazer disparos de artilharia de campanha contra as tropas ucranianas que se dirigem para Zaporijia, cidade de refúgio para os deslocados de Mariupol.
De acordo com fontes militares ucranianas, as forças russas estão também a atacar com artilharia zonas de Kharkiv, nordeste do país, e Chernihiv e Sumi no norte.
Um ataque aéreo russo na cidade de Novgorod-Siversky, no nordeste da Ucrânia, provocou pelo menos três mortos e 12 feridos durante a madrugada, anunciaram os serviços de emergência locais esta quinta-feira.
"Há três pessoas mortas e doze feridas após um ataque" em Novgorod-Siversky, disse um porta-voz dos serviços de socorro, citado pela agência francesa AFP.
"Os russos atingiram infraestruturas críticas, incluindo escolas. Outros edifícios administrativos e casas também foram danificados", disse o governador da região de Cherniguiv, Vyacheslav Chaouss, ao início da manhã.
O governo da Suécia planeia apresentar um pedido formal de adesão à NATO na próxima semana, seguindo os passos da vizinha Finlândia.
O parlamento da Suécia vai debater a situação de segurança na segunda-feira e a primeira-ministra Magdalena Andersson vai então convocar uma reunião especial do gabinete onde a decisão formal de adesão será tomada, avança o jornal sueco Expressen, citando fontes não identificadas.
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a Suécia e a Finlândia procuram reforçar a sua segurança juntando-se à aliança transatlântico, abandonando assim a posição de não-alinhamento e neutralidade militar que assumiram durante várias décadas.
Esta quinta-feira, o presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, e a primeira-ministra, Sanna Marin, defenderam que o país deve apresentar o pedido de adesão à NATO "sem demora", pressionando a Suécia a seguir o exemplo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano pediu hoje que seja reservado um lugar para a Ucrânia na União Europeia (UE), mesmo que as negociações da sua adesão demorem muito tempo, durante uma entrevista à televisão pública alemã.
"Ouvimos muitas vezes que a Ucrânia pertence à família europeia e, agora, é importante reservar este lugar" para o país na União Europeia, declarou Dmytro Kuleba ao canal público de televisão ARD, no início de uma visita à Alemanha.
"Não estamos a falar sobre uma adesão rápida da Ucrânia à UE, mas é muito importante para nós que este lugar seja reservado para a Ucrânia", afirmou Kuleba.
Kiev apresentou o seu pedido de adesão à UE em 28 de fevereiro, poucos dias depois do início da invasão russa, mas alguns países membros da UE têm reservas, mesmo sobre a concessão do estatuto de candidato à Ucrânia.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou na segunda-feira, em Berlim, que levaria "décadas" para um país como a Ucrânia ingressar na UE e sugeriu que, enquanto isso, deveria fazer parte de uma "comunidade política europeia", que também poderia incluir o Reino Unido, que abandonou a UE em 2020.
Esta ideia também foi apoiada pelo chanceler alemão, Olaf Scholz.
Em declaração aos deputados da UE esta quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, Pekka Haavisto, disse que a invasão da Ucrânia pela Rússia alterou a situação de segurança do país, mas ressalva que não existe, para já, uma ameaça imediata.
Haavisto defendeu que a adesão da Finlândia à NATO fortaleceria a segurança na região do mar Báltico.
"Se a Finlândia decidir candidatar-se, a sua adesão fortalecerá a segurança e a estabilidade da região do mar Báltico e do norte da Europa", disse Haavisto, dirigindo-se aos deputados da UE por videoconferência.
As tropas ucranianas continuam, aos poucos, a conquistar terreno de Kharkiv. O presidente ucraniano anunciou na terça-feira que as suas tropas tinham recuperado o controlo de quatro aldeias. A última a ser recuperada foi Pytomnyk, anunciaram na quarta-feira os militares ucranianos.
A enviada da RTP à Ucrânia, Cândida Pinto, testemunhou, no entanto, que a situação em Kharkiv permanece volátil e que algumas das aldeias recuperadas voltaram a estar sob domínio russo.
7h30 - Ponto de situação:
- A Ucrânia propôs-se a libertar prisioneiros de guerra russos em troca da retirada de soldados ucranianos feridos que estão retidos na fábrica de Azovstal, disse a vice-primeira-ministra ucraniana na quarta-feira. Iryna Vereshchuk acrescentou que ainda não havia acordo, mas que as negociações sobre esta proposta estavam em curso.
- A Finlândia deverá anunciar esta quinta-feira a sua intenção formal de se juntar à NATO. Os aliados da NATO esperam que a adesão à aliança seja garantida rapidamente, tanto à Finlândia como a Suécia, abrindo portas ao aumento da presença de tropas nos dois países durante o período de ratificação de um ano. As duas nações nórdicas têm uma longa história de neutralidade. Tornarem-se membro da NATO seria uma mudança colossal e o presidente russo já deixou clara a sua oposição. Na quarta-feira, o Reino Unido fechou novos acordos com a Suécia e a Finlândia para reforçar a segurança europeia, prometendo apoiar as forças armadas de ambos os países caso sejam atacados.
- A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a Rússia é a "ameaça mais direta" à ordem internacional, devido à invasão da Ucrânia. Moscovo "é hoje a ameaça mais direta à ordem mundial com a guerra bárbara contra a Ucrânia e o perturbador pacto com a China", disse Von der Leyen, depois de um encontro com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, na presença do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
- Cerca de 561 soldados da Guarda Nacional Ucraniana, à qual pertence em particular o regimento Azov escondido na siderúrgica Azovstal em Mariupol, foram mortos desde o início da invasão russa da Ucrânia, disse esta quarta-feira o chefe desta instituição, Oleksiï Nadtotchy. Numa conferência de imprensa transmitida online, o responsável acrescentou que 1.697 membros da Guarda Nacional também ficaram feridos.