Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Joana Raposo Santos, Inês Moreira Santos, Andreia Martins - RTP

Thomas Peter - Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

01h00 - Ponto de situação

  • Os EUA, o Reino Unido e a União Europeia anunciaram novas sanções à Rússia. Washington alargou as sanções a instituições bancárias, membros do Governo russo e familiares, incluindo as duas filhas adultas de Vladimir Putin;

  • A Ucrânia apela à retirada “imediata” de civis da zona leste, à medida que se espera uma intensificação dos ataques russos na região de Donbass. A administração regional militar de Kharkiv revelou que os civis das localidades de Lozova e Barvinkove começaram a sair. Em Mariupol, cidade cercada pelas tropas russas, a Cruz Vermelha conseguiu esta quarta-feira escoltar mais de mil pessoas em fuga. No total, 4.892 pessoas foram retiradas esta quarta-feira de várias cidades ucranianas através de corredores humanitários, segundo anunciou a vice-primeira-ministra Iryna Vereshchuk;

  • Mais de 5.000 civis foram mortos na cidade ucraniana portuária cercada de Mariupol, segundo anunciou o presidente da Câmara Municipal. No total, a invasão russa da Ucrânia já provocou pelo menos 1.563 mortos e 2.213 feridos entre a população civil, indicou a ONU;

  • A Assembleia-Geral das Nações Unidas vota esta quinta-feira a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos. Os EUA defendem que a Rússia é um "problema" para o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Moscovo, por sua vez, alerta que a sua possível suspensão “enfraquecerá” o órgão da ONU;

  • O presidente ucraniano vai falar no Parlamento português. A decisão foi aprovada esta quarta-feira pelos deputados, tendo recebido apenas o voto contra do PCP. Cabe agora a Marcelo Rebelo de Sousa contactar Volodymyr Zelensky para marcar uma data.

00h40 - Milhares manifestam-se contra a guerra na Alemanha e na Geórgia

Milhares de pessoas protestaram em frente ao Parlamento alemão a exigir mais pressão contra a Rússia para que acabe com a guerra na Ucrânia. Os manifestantes deitaram-se no chão, simbolizando as pessoas que já morreram nesta guerra.
Também na Geórgia, houve uma manifestação semelhante. No exterior do Parlamento, em Tblíssi, os manifestantes deitaram-se no chão para lembrar as vítimas da guerra.

23h45 - Rússia alerta que excluí-la de Conselho de Direitos Humanos da ONU enfraquecerá órgão

Moscovo, 06 abr 2022 (Lusa) – A Rússia alertou hoje que a sua possível suspensão do Conselho de Direitos Humanos da ONU enfraquecerá o caráter universal daquele órgão e deixará nas mãos do Ocidente o controlo total em matéria de direitos humanos.

“A exclusão da Rússia do Conselho enfraquecerá, sem dúvida, a sua universalidade, eficácia e, na prática, deixará as mãos livres aos países do Ocidente para exercerem um controlo total sobre a esfera dos direitos humanos”, declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, numa conferência de imprensa.

A Assembleia-Geral da ONU, composta pelos 193 Estados-membros da organização, reúne-se na quinta-feira em Nova Iorque para votar o pedido de suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos.

(agência Lusa)

23h23 - EUA admitem que Rússia é "problema" para Conselho de Segurança da ONU

O chefe da diplomacia norte-americana, Anthony Blinken, reconheceu hoje que a Rússia é um "problema" para o Conselho de Segurança das Nações Unidas e que este não será resolvido até que Moscovo mude de atitude.

Blinken falava com jornalistas russos, quando foi questionado sobre o discurso proferido na terça-feira pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que criticou a passividade do Conselho de Segurança perante a ofensiva russa e pediu uma "reforma imediata" do órgão.

"Bem, o presidente Zelensky está certo de que há um problema com o Conselho de Segurança. Há um problema fundamental quando um de seus membros permanentes, cuja responsabilidade número um é manter a paz e a segurança internacionais, é o mesmo país que está a violar grosseiramente a paz e a segurança internacionais com sua agressão à Ucrânia, e isso é a Rússia. Portanto, há um problema bastante fundamental aí", disse Blinken.

Contudo, segundo o secretário de Estado norte-americano destacou que as Nações Unidas se têm "unido poderosamente em apoio à Ucrânia e contra a agressão russa", realçando os 141 países votaram a favor de uma resolução apresentada na Assembleia-Geral das Nações Unidas em março que condenava a invasão russa da Ucrânia.

"Então, acho que a própria ONU está a intensificar-se, também no Conselho de Direitos Humanos, onde foi criada uma Comissão de Inquérito para investigar os abusos cometidos pela Rússia e pela Ucrânia", avaliou.

"Mas o próprio Conselho de Segurança tem um problema que é um verdadeiro desafio, e a menos que a Rússia atue como um membro responsável desse conselho, o problema permanecerá", frisou Blinken.

(agência Lusa)

23h06 - Número de civis mortos em Mariupol ultrapassa os 5.000

Mais de 5.000 civis foram mortos na cidade ucraniana portuária cercada de Mariupol, anunciou hoje o presidente da Câmara Municipal, numa altura em que a Ucrânia recolhe provas das atrocidades das forças russas cometidas nos arredores de Kiev.

Vadym Boichenko disse que dos mais de 5.000 civis mortos, durante semanas de bombardeamentos russos e conflitos de rua, 210 eram crianças.

O autarca adiantou que as forças russas bombardearam hospitais, incluindo uma unidade hospitalar onde 50 pessoas morreram queimadas.

O presidente do município de Mariupol realçou ainda que mais 90% das infraestruturas da cidade foram destruídas. Os ataques ao porto estratégico do mar de Azov cortaram alimentos, água, combustível e medicamentos e pulverizaram casas e empresas.

As autoridades de defesa britânicas disseram que 160 mil pessoas permaneceram presas na cidade, que tinha 430 mil habitantes antes da guerra. Um comboio de ajuda humanitária acompanhado pela Cruz Vermelha tenta, sem sucesso, entrar na cidade desde a última sexta-feira.

(agência Lusa)

22h55 – Zelensky diz que atraso na decisão do embargo de petróleo russo está a custar vidas

O presidente Volodymyr Zelensky pediu hoje ao mundo democrático que rejeite o petróleo russo, considerando que o fracasso em chegar rapidamente a um acordo sobre um embargo está a custar vidas ucranianas.

Zelensky disse também que continuará a insistir para que os bancos russos sejam completamente bloqueados do sistema financeiro internacional.


21h54 - Kiev acredita que secreta russa prepara golpe contra Putin

O fracasso dos pressupostos que levaram à guerra na Ucrânia tem estado a limpar o círculo mais próximo de Vladimir Putin, com generais e diretores de serviços de espionagem a serem afastados e presos por traição. Também vários oligarcas se distanciaram do líder e da guerra. Mas mesmo com o número dos seus mais íntimos a diminuir, a probabilidade do líder ser alvo de um golpe de estado, como tantos advogam, permanece diminuta.

21h26 – Kiev pede a Praga e a Bratislava reparação de armas danificadas

A Ucrânia pediu a Praga e a Bratislava que ajudem a reparar os seus equipamentos militares danificados durante os combates contra a invasão russa, anunciaram hoje os ministérios da Defesa checo e eslovaco.

"A Ucrânia pediu à República Checa que ajude a reparar o equipamento danificado", disse a porta-voz do Ministério da Defesa, Jana Zechmeisterova, acrescentando que os “procedimentos e opções para possíveis reparações estão a ser discutidos”.

O ministro da Defesa da Eslováquia, Jaroslav Nad, confirmou que o seu país também foi interpelado e que as reparações seriam realizadas por empresas privadas.

"Se isso acontecer, será numa base comercial padrão. As empresas são privadas, não podem trabalhar de graça", acrescentou Nad.

20h56 – EUA assumem novo compromisso de fornecimento de mísseis a Kiev

Um novo compromisso norte-americano de mísseis Javelin para a Ucrânia significa que o Ocidente em breve terá fornecido aos caças ucranianos dez armas antitanque por cada tanque russo naquele país, disse hoje o secretário de Estado norte-americano.

Antony Blinken falava à estação televisiva MSNBC depois de os Estados Unidos terem anunciado uma contribuição de mais 100 milhões de dólares (91,7 milhões de euros) para enviar mais mísseis Javelin para a Ucrânia.

Washington indicou que já disponibilizou 1,7 mil milhões de dólares (1,56 mil milhões de euros) para a defesa e ajuda à Ucrânia desde que a Rússia invadiu o país, a 24 de fevereiro.

20h24 – 4.892 pessoas retiradas de cidades ucranianas esta quarta-feira

Um total de 4.892 pessoas foram hoje retiradas de várias cidades ucranianas através de corredores humanitários, anunciou a vice-primeira-ministra Iryna Vereshchuk.

O número é superior ao da véspera, quando foram retiradas 3.846 pessoas.

20h03 – Dezasseis menores chegaram a Portugal completamente sozinhos

Cerca de 350 menores ucranianos chegaram a Portugal sem os pais ou representantes legais, tendo sido o processo comunicado ao Ministério Público, e 16 entraram completamente sozinhos, revelou à agência Lusa fonte ligada ao processo.

Segundo a mesma fonte, a situação destes 16 menores que chegaram a Portugal "não acompanhados" ou indocumentados foi de imediato levada à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) para adotar "os procedimentos urgentes e prestar a assistência adequada".

A fonte disse ainda que, desde o início da guerra da Ucrânia, em 24 de fevereiro, chegaram a Portugal cerca de 350 menores não acompanhados, mas na presença de outra pessoa que não o seu progenitor ou representante legal comprovado, pelo que a situação é comunicada ao Ministério Público para nomeação de um representante legal.

19h54 – Ucrânia não consegue ajudar na evacuação da cidade de Izyum

As autoridades ucranianas não conseguem ajudar os habitantes de Izyum a abandonar a cidade nem enviar ajuda humanitária, uma vez que o local está completamente sob controlo russo, disse hoje o governador regional de Kharkiv, Oleh Sinegubov.

19h45 – Presidente francês diz que assassinatos em Bucha foram “muito provavelmente” crimes de guerra

Os alegados assassinatos na cidade ucraniana de Bucha foram "muito provavelmente crimes de guerra", disse hoje o presidente francês, Emmanuel Macron.

A Ucrânia e muitos países ocidentais acusam a Rússia de ter matado várias centenas de civis durante a ocupação da cidade. A Rússia nega estas acusações, considerando o sucedido uma encenação e provocação ucraniana.

19h35 – O que está em causa nas sanções dos EUA

Os Estados Unidos anunciaram novas sanções contra a Rússia. Em Washington, o correspondente da RTP, João Ricardo Vasconcelos, dá conta dos últimos desenvolvimentos.

19h14 – SEF já concedeu 28.581 pedidos de proteção temporária

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) informou hoje que já concedeu, desde o início do conflito na Ucrânia, 28.581 pedidos de proteção temporária a cidadãos ucranianos e a cidadãos estrangeiros que residem naquele país.

Destes, 10.126 são menores.

19h10 – PM italiano diz que interromper importações de gás russo "não está em cima da mesa"

O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, disse hoje que a suspensão das importações de gás russo não está a ser considerada a nível da União Europeia, mas assegurou que, se for alcançado um consenso sobre o assunto, a Itália concordará “de bom grado”.

"Um embargo de gás ainda não está em cima da mesa e não sei se algum dia estará", avançou Draghi.

O líder italiano adiantou ainda que, se os fluxos de gás de Moscovo forem suspensos, a Itália terá reservas para cobrir as suas necessidades até ao final de outubro.

18h50 – Rússia anuncia destruição de base de armazenamento de combustível em Kharkiv

O Ministério da Defesa da Rússia disse ter destruído uma base de armazenamento de combustível com um ataque de mísseis levado a cabo na região de Kharkiv.

As forças russas destruíram também equipamentos militares ucranianos e armas estrangeiras numa estação ferroviária na mesma região, de acordo com agência russa de notícias RIA, que citou o Ministério.

18h26 – Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia quer discutir necessidade de armas com NATO e G7

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse há momentos que vai apelar ao G7 e às nações da NATO para que atendam ao pedido da Ucrânia de armas suficientes para combater as forças russas.

Kuleba disse ainda que irá reunir com os outros ministros dos Negócios Estrangeiros na quinta-feira. "O principal tópico da minha discussão em Bruxelas será o fornecimento de todas as armas necessárias para a Ucrânia", avançou.

18h15 - EUA vão continuar a aumentar custos económicos de Putin, diz Biden

Os Estados Unidos planeiam continuar a aumentar os custos económicos do presidente russo, Vladimir Putin, disse o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao divulgar novas sanções aos bancos e oligarcas russos.

18h05 - Ferrovia da Ucrânia relata vítimas após ataque de mísseis a estação de comboios

A empresa estatal Ferrovia da Ucrânia anuncia várias vítimas depois de três mísseis russos terem atingido uma estação de comboios no leste da Ucrânia, danificando prédios e caminhos-de-ferro.

"Há vítimas", disse a empresa em comunicado, sem adiantar detalhes sobre o número de óbitos ou o local concreto do ataque.

17h54 - Farmacêutica GSK suspende vendas de suplemento e vitaminas na Rússia

A britânica Glaxo Smith Kline anunciou, esta quarta-feira, que interrompeu as exportações de suplementos e vitaminas para a Rússia e que pretende limitar as relações com Moscovo devido à invasão da Ucrânia.

"Apoiamos as sanções globais e vamos cumpri-las”, lê-se num comunicado da empresa. "Adotamos uma abordagem de precaução para impedir, na medida do possível, qualquer envolvimento direto e apoio ao Governo e às forças armadas russas”.

17h40 - Putin considera acusações sobre Bucha “provocação grosseira e cínica”

Vladimir Putin descreveu «como "provocação grosseira e cínica” a acusação de massacre de civis por forças russas na cidade ucraniana de Bucha, perto de Kiev. Durante uma conversa com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, Putin mencionou em particular "a provocação grosseira e cínica por parte do regime de Kiev na cidade de Bucha", de acordo com um comunicado de imprensa do Kremlin.

17h34 - Diplomata britânico da embaixada do Reino Unido em Berlim acusado crimes de espionagem

Um diplomata britânico que trabalhou na embaixada do Reino Unido em Berlim, na Alemanha, foi acusado de nove crimes sob a Lei de Segredos Oficiais devido à transmissão de informações úteis à Rússia, anunciou a polícia de Londres.

David Ballantyne Smith, de 57 anos, que morava em Potsdam, na Alemanha e trabalhava como segurança na embaixada, foi extraditado para o Reino Unido na quarta-feira após a detenção pela polícia alemã em agosto de 2021, informou a polícia.

17h27 - Conselheiro de Navalny saúda sanções a filhas de Putin

Leonid Volkov, principal aliado e estratega do líder da oposição russa, Alexei Navalny, saudou hoje os relatos de que os Estados Unidos poderão impor sanções às filhas do Presidente russo, Vladimir Putin.

Volkov disse hoje não ser claro se alguma propriedade possuída pelas filhas de Putin poderia ser apreendida, mas a sua inclusão na lista de sanções enviaria uma mensagem importante como parte da resposta à invasão da Ucrânia por parte da Rússia.

17h17 - Turquia espera que negociações de paz entre Ucrânia e Rússia possam continuar

O ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Cavusoglu, disse que os assassinatos de civis na Ucrânia tornaram as negociações de paz entre Moscovo e Kiev mais difíceis, mas que espera a continuação das negociações, possivelmente entre ministros dos Negócios Estrangeiros.

17h02 - EUA dizem que sanções à Rússia dão à China 'bom entendimento' das consequências caso apoie Moscovo

A vice-secretária de Estado dos Estados Unidos, Wendy Sherman, disse esta quarta-feira que a série de sanções impostas à Rússia deve dar ao líder chinês, Xi Jinping, um "bom entendimento" das consequências que a China pode enfrentar se fornecer apoio militar à Rússia .

16h54 - Reino Unido vai banir carvão russo e congelar ativos do Sberbank

O Reino Unido congelou os ativos dos bancos russos Sberbank e Credit Bank of Moscow, e disse que vai terminar todas as importações de carvão e petróleo russos até o final de 2022, num aumento das sanções destinadas a "matar de fome a máquina de guerra de Putin”.

16h36 - Guerra já matou pelo menos 1.563 civis e fez 2.213 feridos

A invasão russa da Ucrânia já provocou pelo menos 1.563 mortos e 2.213 feridos entre a população civil, a maioria dos quais devido a armas explosivas com vasta área de impacto, indicou hoje a ONU.

No seu relatório diário sobre vítimas civis confirmadas desde o início da agressão militar russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) contabilizou, até às 24:00 de terça-feira (hora local), 130 crianças entre os mortos e 188 entre os feridos.

16h27 - Sanções petrolíferas à Rússia devem ser o próximo passo da UE, considera Lituânia

A União Europeia precisa de impor sanções ao petróleo russo, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, dizendo que os planos de sanções às importações de carvão não foram suficientes para pressionar Moscovo e impedir a invasão da Ucrânia.

"O carvão é uma porção muito pequena das nossas importações da Rússia. Em tom de brincadeira disse: vamos sancionar velas e lenha", afirmou Gabrielius Landsbergis ao chegar a uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO.

"Se levamos a sério a nossa reação aos massacres, então temos que levar a sério as sanções e o petróleo, penso eu, seria o próximo passo lógico a ser dado", disse ainda.

16h20 - Russos expulsos de Portugal "colocavam em risco segurança nacional", diz Gomes Cravinho

João Gomes Cravinho, o ministro dos Negócios Estrangeiros, está em Bruxelas para a primeira reunião na NATO enquanto chefe da diplomacia portuguesa. À entrada explicou que os funcionários russos que Portugal expulsou eram pessoas que colocam em causa a segurança nacional.

"São funcionários com acreditação diplomática junto da missão russa em Lisboa, são funcionários que estavam a trabalhar de uma forma que punha em causa interesses de segurança nacional e, portanto, naturalmente que tomámos a decisão adequada, que é dizer que tinham de sair do país", declarou, à chegada a uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO.

Questionado sobre se os funcionários em causa eram espiões, o chefe da diplomacia limitou-se a dizer que "estavam a desenvolver atividades contrárias à segurança nacional e que também eram contraditórias com o seu estatuto diplomático", mas adiantou que já estavam anteriormente identificados.

"Estavam identificadas e decidimos que este era o momento certo para dizer que deveriam sair do país", afirmou.

Na terça-feira, Portugal declarou como `persona non grata` 10 funcionários da missão diplomática da embaixada russa em Lisboa, dando-lhes duas semanas para abandonar o país.

15h52 - EUA estendem sanções a filhos adultos de Vladimir Putin

Os Estados Unidos anunciaram, esta quarta-feira, que vão intensificar as sanções contra a Rússia, alargando-as a instituições bancárias, membros do Governo russo e familiares. A Casa Branca justifica as novas sanções com as acusações ao Kremlin por vários crimes de guerra na Ucrânia.

“Hoje, os Estados Unidos, juntamente com o G7 e a União Europeia, voltam a impor sanções económicas severas e imediatas ao regime de Putin pelas suas atrocidades na Ucrânia, inclusive em Bucha”, informa a Casa Branca em comunicado.

As medidas incluem proibir novos investimentos na Rússia, sancionar os filhos adultos do presidente russo e os membros da família do ministro dos Negócios Estrangeiros, Segei Lavrov.

“Como parte desse esforço, os Estados Unidos estão a anunciar medidas económicas devastadoras para proibir novos investimentos na Rússia e impor as mais severas sanções financeiras ao maior banco da Rússia e várias das suas empresas estatais mais críticas e a funcionários do governo russo e membros das suas famílias”, lê-se no documento.

Washington então decidiu alargar as sanções económicas “ às elites russas e os seus familiares”, incluindo aos “filhos adultos do presidente Putin, esposa e filha do ministro dos Negócios Estrangeiros Lavrov e membros do Conselho de Segurança da Rússia, incluindo o ex-presidente e primeiro-ministro da Rússia Dmitry Medvedev e o primeiro-ministro Mikhail Mishustin”.

“Esses indivíduos enriqueceram às custas do povo russo”, acusa a Administração Biden. “Alguns deles são responsáveis por fornecer o apoio necessário para sustentar a guerra de Putin contra a Ucrânia”.

15h32 - Civis morrem em bombardeamento a um centro de distribuição de ajuda

Dois civis foram mortos e cinco ficaram feridos no bombardeamento de um centro de distribuição de ajuda em Vougledar, leste da Ucrânia, anunciou hoje o governador da região de Donetsk, Pavlo Kirilenko.

"Um local de distribuição de ajuda humanitária foi bombardeado por fascistas russos com foguetes em Vougledar. Há dois mortos e cinco feridos", disse Kirilenko na rede social Telegram.

O ataque "ocorreu durante a distribuição de ajuda humanitária", declarou Kirilenko, que publicou fotos que mostram corpos inertes deitados do lado de fora de um prédio com janelas partidas.

15h18 - Noruega e Luxemburgo engrossam lista de expulsões de diplomatas russos

A Noruega e o Luxemburgo juntaram-se hoje à lista de países que nos últimos dias expulsaram diplomatas ou funcionários de embaixadas russas na Europa, por razões de segurança e em resposta aos ataques perpetrados pela Rússia na Ucrânia. O Governo norueguês anunciou a expulsão do país de três diplomatas russos por atividades "não compatíveis com o seu estatuto" e sublinhou que a Noruega e os seus aliados permanecerão unidos "contra a agressão da Rússia e no apoio à Ucrânia”.

"Esta é uma consequência das chocantes revelações de ataques das forças russas contra civis, especialmente na cidade de Bucha, nos arredores de Kiev", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros norueguês, Anniken Huitfeldt, em comunicado.

O Luxemburgo anunciou também hoje que declarou um diplomata da embaixada da Rússia ‘persona non grata’, explicando, em comunicado, que "esta pessoa terá de deixar o Luxemburgo dentro de 15 dias".

A decisão, sublinha o Ministério dos Negócios Estrangeiros na mesma nota informativa, foi tomada porque as atividades do diplomata são "contrárias aos interesses de segurança" do Luxemburgo.

(agência Lusa)

14h55 - Kremlin diz que acusações de Bucha visam interferir nas negociações de paz e justificar mais sanções

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia disse esta quarta-feira que as imagens de corpos espalhados pela cidade ucraniana de Bucha, que a Rússia diz ter sido encenada por Kiev, foram planeadas para justificar a imposição de mais sanções contra Moscovo e ainda para interferir nas negociações de paz.

14h50 - PCP votou contra intervenção de Zelensky no Parlamento

O PAN anunciou há pouco a aprovação "por unanimidade" de uma sessão solene no Parlamento português com a intervenção por vídeo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

No entanto, a porta-voz da conferência de líderes, a socialista Maria da Luz Rosinha, veio agora esclarecer que a proposta teve a oposição do PCP.

A porta-voz da conferência de líderes referiu que o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, irá contactar o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, para que seja endereçado um convite formal ao Presidente Volodymyr Zelensly.

"A decisão foi tomada por maioria, com a oposição do PCP. A data em que acontecerá essa sessão ficou dependente do convidado", adiantou a responsável, citada pela agência Lusa.

Espera-se que a intervenção do presidente ucraniano possa acontecer na semana entre 18 e 22 de abril.

14h27 - Guerra poderá durar "vários meses ou até anos", reconhece Stoltenberg

À entrada para o encontro da NATO, marcado para esta quarta-feira, o secretário-geral da NATO admitiu que a situação de conflito poderá estender-se no longo prazo, ainda que se continue a exigir à Rússia o fim imediato das hostilidades.

"Temos de ser realistas e perceber que esta situação pode durar muito tempo, pode estender-se por vários meses ou até anos", admitiu.

O responsável acrescentou ainda que "independentemente de quando a guerra terminar", os eventos das últimas semanas "têm implicações de longo prazo para a nossa segurança".

"Isto porque vimos a brutalidade. Vimos a predisposição do Presidente Putin para usar a sua força militar para alcançar objetivos", afirmou Jens Stoltenberg.

14h19 - Ucrânia apela à retirada "imediata" de civis da zona leste

A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Verechtchouk, apelou esta quarta-feira à retirada "imediata" de civis através de um comunicado divulgado no Telegram pelo Ministério da Integração.

O apelo surge numa altura em que se prevê a intensificação dos ataques russos na região do Donbass. As autoridades regionais "apelam à população para que abandone os territórios e faça de tudo para que as operações de evacuação decorram de forma organizada".

O governo refere que esta saída deve acontecer "de imediato" e que quem não sair estará "a arriscar a morte".

14h10 - O essencial da informação a esta hora

  • Milhares de pessoas tentam sair do leste da Ucrânia numa altura em que se espera uma intensificação dos ataques russos no Donbass. Dos 11 corredores humanitários disponíveis esta quarta-feira, cinco destinam-se a retirar civis de Lugansk. O governador pede a todos os residentes que abandonem a região. “Saiam enquanto é seguro. Enquanto houver autocarros e comboios, aproveitem a oportunidade”, disse Serhiy Gaidai.

  • Depois de Bucha, as autoridades ucranianas denunciam massacres semelhantes noutras cidades e localidades à volta da capital. Os enviados especiais da RTP visitaram a localidade de Borodyanka, que viveu sem água, alimentação e energia durante um mês de ocupação russa. Ainda de acordo com as autoridades locais, há mais de 400 pessoas desaparecidas da cidade de Gostomel, perto de Bucha e Irpin, às portas de Kiev.

  • Continuam os esforços para a retirada de civis que ainda se encontram retidos em Mariupol. Esta quarta-feira, a Cruz Vermelha indica que conseguiram sair da cidade “mais de 500 pessoas” rumo a Zaporizhzhia. Hoje, o autarca de Mariupol acusou Moscovo de tentar encobrir o “rasto” deixado na cidade ao longo das últimas semanas com recurso a “crematórios móveis”.

  • A União Europeia, Reino Unido e Estrados Unidos preparam-se para reforçar as sanções aplicadas à Rússia. Bruxelas deverá impor um embargo ao carvão russo, mas o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse esta quarta-feira que a proibição de importação de gás e petróleo russos será necessária “mais cedo ou mais tarde”.

  • Vários países europeus, incluindo Portugal, Grécia, Itália, Espanha, Suécia e Estónia, entre outros, anunciaram nas últimas horas a expulsão de funcionários das respetivas missões diplomáticas da Federação Russa.

  • A Assembleia Geral da ONU irá votar na quinta-feira a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos na sequência da invasão da Ucrânia. A votação decorre na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, a partir das 9h00 locais (14h00 em Portugal Continental). Para expulsar o país será necessária uma maioria de dois terços no total de 193 membros.

13h46 - Primeiro-ministro húngaro apelou a Putin para um cessar-fogo na Ucrânia

O primeiro-ministro da Hungria disse esta quarta-feira que conversou com o presidente russo esta quarta-feira, tendo apelado a um cessar-fogo na Ucrânia.

Numa conferência de imprensa, Viktor Orbán disse que sugeriu a Vladimir Putin que as negociações de paz acontecessem na Hungria e que o chefe de Estado russo terá respondido de forma "positiva", mas que essa possibilidade implicaria certas condições.

Questionado por um jornalista da Reuters, Orbán afirmou ainda que a Hungria não terá dificuldade em pagar o gás russo em rublos. Disse mesmo que se Moscovo o exigir, estará em condições de o fazer.

13h32 - Assembleia Geral da ONU vota esta quinta-feira suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos

A Assembleia Geral da ONU irá votar esta quinta-feira a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos na sequência da invasão da Ucrânia. A votação decorre na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, a partir das 9h00 locais (14h00 em Portugal Continental).

Para aprovar a suspensão do Conselho de Direitos Humanos, que se reúne em Genebra, é necessária a aprovação por parte de dois terços de votos das nações representadas, ou seja, os 193 membros da Assembleia Geral.

13h15 - SEF recebeu 28.437 pedidos de proteção temporária

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras indica que já concedeu 28.437 pedidos de proteção temporária a cidadãos ucranianos e a cidadãos estrangeiros que residem naquele país.

Destes pedidos concedidos desde o início do conflito, 10.101 são menores.

13h02 - Autarca de Mariupol acusa Rússia de usar "crematórios móveis" para encobrir crimes

O presidente da Câmara de Mariupol afirmou esta quarta-feira que as tropas russas estão "a tentar encobrir os seus rastos" e estão a utilizar crematórios móveis para apagarem "vestígios" de crimes cometidos na cidade.

Através da rede social Telegram, indica que as forças russas estão agora a encobrir o que se passou nas últimas semanas em Mariupol.

"Após o genocídio generalizado cometido em Bucha, os principais líderes da Rússia ordenaram a destruição de qualquer evidência dos crimes cometidos pelo seu exército em Mariupol", afirma.

De acordo com o responsável, as estimativas das autoridades locais apontavam para cerca de 5.000 mortos em Mariupol. "Dado o tamanho da cidade, a destruição catastrófica, a duração do bloqueio e a resistência feroz, dezenas de milhares de civis de Mariupol podem ter sido vítimas dos ocupantes russos", adiantou.

O autarca da cidade acredita que a Rússia "não tem pressa" em autorizar qualquer operação humanitária para retirar civis da cidade e está a ter o cuidado de silenciar potenciais testemunhas das "atrocidades cometidas". Em concreto, as forças russas estão "a recolher e a queimar" corpos de civis mortos durante a invasão russa.

"O mundo não viu uma tragédia com a magnitude que Mariupol está a experimentar desde os campos de concentração nazis", afirmou Boychenko através do Telegram.

12h57 - Alemanha em negociações "confidenciais" sobre garantias de segurança da Ucrânia

Em declarações ao Bundestag,  o chanceler alemão, Olaf Scholz, indicou esta quarta-feira que a Alemanha está em discussões "confidenciais" com Kiev sobre possíveis garantias de segurança na sequência da invasão da Rússia.

Nas negociações com Moscovo, a Kiev apresentou uma proposta alternativa à adesão á NATO. Sob esse novo entendimento, a Ucrânia poderia obter garantias de segurança de países como a Alemanha, Turquia ou China.

12h44 - Conferência de Líderes aprova sessão solene no Parlamento português com intervenção de Zelensky

O PAN anunciou esta quarta-feira a aprovação, em Conferência de Líderes, do pedido para a realização de uma sessão solene no Parlamento com o presidente da Ucrânia.

O requerimento dirigido ao presidente da Assembleia da República tinha em vista a organização de "uma sessão solene de boas-vindas" ao Presidente da Ucrânia, com a participação à distância de Volodymyr Zelensky, em reunião plenária.

A proposta apresentada pela porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, foi aprovada "por unanimidade" na Conferência de Líderes que decorreu esta quarta-feira, lê-se no comunicado do partido enviado às redações.

12h35 - Novas sanções da UE deverão abranger gás e petróleo russo

Esta manhã o presidente do Conselho Europeu falou aos eurodeputados. Charles Michel disse acreditar que as sanções da União Europeia à Rússia vão abranger gás e petróleo mais cedo ou mais tarde. Declarações que foram recebidas com um aplauso.
12h24 - Já morreram 89 pessoas em Kiev desde o início da guerra

Oitenta e nove pessoas, incluindo quatro crianças, foram mortas em Kiev desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, segundo o Conselho da capital num comunicado.

Outras 398 pessoas ficaram feridas e 167 prédios residenciais foram danificados pelos ataques russos, acrescenta o documento, alertando os residentes para continuarem a seguir os alertas de ataques aéreos, apesar da recente retirada das forças russas da região de Kiev.

"Tornou-se mais seguro estar em Kiev, mas a ameaça de ataques aéreos mantém-se", lê-se.

12h00 - Mais de 500 pessoas chegaram a Zaporizhzhia vindas de Mariupol, diz a Cruz Vermelha

Uma equipa da Cruz Vermelha que ajudou à retirada de civis num comboio humanitário de viaturas particulares confirma esta quarta-feira que mais de 500 pessoas chegaram hoje à cidade de Zaporizhzhia.

Pascal Hundt, representante da Cruz Vermelha, salienta que estes civis saíram da cidade "por conta própria" e que outros "milhares" continuam retidos em Mariupol.

11h43 - Alemanha aprova compra de drones armados pela primeira vez

O Comité de Defesa do Bundestag aprovou esta quarta-feira a compra de drones armados, a primeira vez que tal acontece na Alemanha.

Desde o início da guerra na Ucrânia, Berlim tem aumentado de forma massiva os gastos militares, alguns destes inéditos desde o final da Segunda Guerra Mundial.

De acordo com a agência France Presse, o comité aprovou a compra de 140 drones armados do modelo israelita Heron TP. Destes, 60 serão usados para situação de treino e outros 80 para "uso operacional".

O investimento terá um custo de 152,6 milhões de euros, sendo que os drones deverão ser entregues nos próximos dois anos.

Em 2018, o governo alemão já tinha tentado fechar a compra deste tipo de drones, ainda sob a liderança de Angela Merkel. Na altura, o Partido Social Democrata (SPD), liderado pelo atual chanceler, Olaf Scholz, opôs-se à compra de drones armados.

Agora, depois de décadas de subinvestimento em Defesa, o governo alemão protagonizou uma reviravolta histórica no contexto da invasão russa da Ucrânia, com vários esforços para modernizar o Bundeswehr e um gasto em Defesa que deverá atingir, pela primeira vez, pelo menos 2 por cento do PIB nacional. 

Neste âmbito, Berlim equaciona de igual forma a aquisição do seu próprio "Iron Dome", ou Cúpula de Ferro, o sistema de defesa anti-aérea adotado pelo Exército israelita.

11h23 - General norte-americano alerta para "ameaças à paz e segurança"

No primeiro testemunho perante o Congresso desde o início da guerra na Ucrânia, o general Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, e o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, lançaram avisos sobre a situação atual e os perigos que o conflito representa para a Europa e para o mundo.

Miley afirmou que a invasão russa da Ucrânia é "a maior ameaça para a paz e segurança na Europa e provavelmente no mundo" nos 42 anos desde que é militar.

"A invasão russa da Ucrânia ameaça minar não apenas a paz e a estabilidade europeias, mas a paz e a estabilidade globais que meus pais e uma geração de americanos lutaram tanto para defender", disse Milley, citado pela CNN.

11h01 - Grécia expulsa 12 funcionários russos

Tal como Portugal, Itália, Espanha, Suécia e Estónia, entre outros países, as autoridades gregas anunciaram hoje que vão expulsar 12 funcionários das missões diplomáticas e consulares da Federação Russa na Grécia.

De acordo com o Ministério grego dos Negócios Estrangeiros, os 12 funcionários foram declarados "personae non gratae".

10h51 - Dois civis morreram em centro de distribuição de ajuda humanitária

O governador da região de Donetsk, na Ucrânia, disse esta quarta-feira que pelo menos dois civis morreram e outros cinco ficaram feridos.

As vítimas foram atingidas por disparos da artilharia russa, que visaram um centro de distribuição de ajuda humanitária em Vuhledar.

10h42 - Retirada de civis intensifica-se em Lugansk

A vice-primeira-ministra da Ucrânia confirmou o estabelecimento de 11 corredores humanitários para tentar retirar civis. Cinco destes corredores estão na região de Lugansk, numa altura em que se esperam novos ataques no leste da Ucrânia.

Os cinco corredores vão retirar civis de Sievierodonetsk, Lysychansk, Popasna, Rubizhne e Hirske.

De acordo com a vice-primeira-ministra, Iryna Vereshchuk, 3.846 pessoas foram retiradas por corredores humanitários na terça-feira, incluindo 1.080 pessoas na região de Lugansk.

10h33 - Zelensky critica indecisão da UE sobre sanções

Num discurso ao Parlamento da Irlanda, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse esta quarta-feira que não pode tolerar a indecisão dos países ocidentais sobre a imposição de novas sanções.

"Quando ouvimos esta nova retórica sobre sanções, não posso tolerar qualquer indecisão depois de tudo o que as tropas russas fizeram", afirmou por videoconferência.

Zelensky pediu a Dublin que convença os parceiros europeus a introduzir mais sanções contra a Rússia e acusou Moscovo de querer provocar uma crise alimentar para "usar a fome como arma".  

9h50 - Papa Francisco ergue bandeira ucraniana vinda de Bucha e fala em cidade "mártir"

Na audiência semanal a partir do Vaticano, esta quarta-feira, o papa Francisco ergueu uma bandeira ucraniana que viajou desde Bucha e condenou o "massacre" naquela cidade.

"As notícias recentes da guerra na Ucrânia, em vez de trazerem alívio e esperança, trazem novas atrocidades, como o massacre de Bucha. Há uma crueldade cada vez mais horrenda, mesmo contra civis, mulheres e crianças indefesas", afirmou.

"Ontem trouxeram-me esta bandeira, precisamente de Bucha. Vem da guerra, vem daquela cidade martirizada", acrescentou o sumo pontífice.

9h37 - Mais de 400 pessoas desaparecidas em Gostomel

De acordo com as autoridades locais, há mais de 400 pessoas desaparecidas da cidade de Gostomel, perto de Bucha e Irpin, às portas de Kiev.

Em declarações à Interfax Ucrânia, o responsável local Taras Dumenko, refere que os corpos de muitos moradores desta cidade foram encontrados em cidades vizinhas, incluindo em Bucha.

9h34 - Borodyanka. Um mês após a ocupação russa

Borodyanka esteve um mês sob ocupação russa. Não há água, nem luz, nem comida. Não se sabe quantas pessoas terão morrido. A cerca de 40 quilómetros de Kiev, esta cidade ainda está sob o choque da destruição massiva, como constataram os enviados da RTP.

9h28 - Ucrânia vai tentar estabelecer cinco corredores humanitários na região leste de Lugansk

As autoridades ucranianas da região de Lugansk esperam conseguir retirar civis esta quarta-feira através de cinco corredores humanitários.

"Apelo a todos os residentes da região de Lugansk. Saiam enquanto é seguro. Enquanto houver autocarros e comboios, aproveitem a oportunidade", disse o governador da região de Lugansk, Serhiy Gaidai, através do Telegram.

9h02 - Associação dos Ucranianos em Portugal denuncia "infiltrados russos" em ONG's

Até ao momento, não há qualquer ligação entre esta denúncia e a ordem de expulsão de dez funcionários da Embaixada da Rússia em Lisboa. A Associação dos Ucranianos em Portugal aponta o dedo a organizações não-governamentais que só na aparência são “multiculturais”.



8h33 - Autoridades ucranianas denunciam massacre em Borodyanka

A enviada especial da RTP, Cândida Pinto visitou a localidade de Borodyanka. É uma cidade sem luz, sem água e sem comida depois de um mês de ocupação russa. As autoridades ucranianas denunciam um massacre idêntico ao de Bucha nesta povoação.

8h26 - Ucrânia tenta retirar civis através de 11 corredores humanitários

A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, disse esta quarta-feira que as autoridades ucranianas vão tentar retirar civis através de 11 corredores humanitários.

No entanto, em Mariupol, quem quiser abandonar a cidade terá de recorrer a veículos próprios. A cidade portuária está sitiada há várias semanas.

Nos últimos dias, a Cruz Vermelha tentou sem sucesso o envio de autocarros e bens humanitários para Mariupol. As tentativas têm falhado por motivos de segurança. 

8h19 - Sanções sobre petróleo e gás russos serão necessárias "mais cedo ou mais tarde"

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou esta quarta-feira que a proibição de importação de gás e petróleo russos será necessária no futuro para tentar conter a invasão russa da Ucrânia.

Em declarações ao Parlamento Europeu, Michel afirmou que essas medidas serão necessárias "mais cedo ou mais tarde".

Em referência à devastação de Mariupol e Bucha, o responsável europeu foi bastante crítico das forças russas. "Isto não é uma operação especial, são crimes de guerra. (...) Tem de haver, e haverá, consequências graves para todos os responsáveis", afirmou.

8h13 - Governo holandês impede saída de 14 iates russos

O Governo holandês adiantou esta quarta-feira que está a vedar a saída de 14 iates russos do país. Destas embarcações, 12 estavam em construção e tinham como destino proprietários russos.

8h05 - Bombardeamento russo atinge Dnipropetrovsk

As forças russas atacaram esta quarta-feira um depósito de combustível e uma fábrica na região de Dnipropetrovsk.

O governador da região, Valentyn Reznichenko, refere que estes ataques causaram um número ainda incerto de vítimas.

"A noite foi alarmante e difícil. O inimigo atacou a nossa região pelo ar e atingiu um depósito de petróleo e uma das fábricas. O depósito de petróleo, com combustível, foi destruído. As equipas de socorro ainda estão a tentar apagar as chamas na fábrica. O fogo é intenso", disse o governador através do Telegram.

7h53 - Guardas de fronteira russos atacados em Kursk

O governador da região de Kursk, na Rússia, disse esta quarta-feira que vários guardas fronteiriços foram atacados na fronteira com a Ucrânia, junto ao distrito de Sudzhansky.

"Ontem, no dia 5 de abril, dispararam contra a posição dos nossos guardas de fronteira no distrito de Sudzhansky. Os guardas de fronteira russos responderam aos disparos. Não houve vítimas ou danos do nosso lado", diz o governador Roman Starovoit, citado pela Reuters.

Na semana passada, Moscovo acusou Kiev de ter realizado um ataque aéreo contra um depósito de combustível na cidade de Belgorod, o primeiro ataque em solo russo desde o início da invasão da Ucrânia.

7h39 - Situação humanitária "está a piorar" em Mariupol

O Ministério britânico da Defesa adianta que os ataques aéreos prosseguem na cidade de Mariupol. De acordo com a informação recolhida por Londres, a situação humanitária na cidade está "a piorar".

"A maioria dos 160.000 moradores da cidade não tem luz, comunicação, medicação, aquecimento ou água. As forças russas impediram o acesso humanitário" e estão a pressionar as forças ucranianas para deporem armas. 


Mariupol está cercada por forças russas desde o início de março. As tropas ucranianas defendem a cidade há mais 40 dias. Na semana passada, a Cruz Vermelha disse que foi forçada a adiar uma tentativa de retirada de civis da cidade por falta de condições de segurança.
Ponto de situação

  • Os Estados Unidos e União Europeia preparam-se para aplicar novas sanções contra a Rússia após alegações de crimes de guerra na cidade ucraniana de Bucha. Washington quer "esgotar os recursos de Putin" e irá proibir todos os novos investimentos na Rússia. Já a União Europeia está a preparar o embargo ao carvão russo e a proibição de circulação de navios russos aos portos europeus;

  • Num discurso ao Conselho de Segurança da ONU, o presidente ucraniano pediu que os líderes russos fossem julgados como sucedeu em Nuremberga após o nazismo. Volodymyr Zelensky frisou que os acontecimentos em Bucha "é apenas um dos muitos exemplos" do que a Rússia tem feito "nos últimos 41 dias";

  • De acordo com as autoridades ucranianas, entre 150 e 300 corpos foram encontrados numa vala comum perto de uma igreja de Bucha. Imagens de satélite publicadas pela Maxar Technologies, datadas de 19 e 21 de março, mostram que havia vários corpos nas ruas, exatamente nos locais onde foram vistos durante o fim de semana, quando a cidade foi recupada pelas forças ucranianas;

  • O Kremlin continua a negar a autoria das atrocidades na cidade de Bucha. O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, considerou uma "provocação mentirosa" a descoberta pelas autoridades ucranianas de civis assassinados na cidade de Bucha, para fazer fracassar as negociações em curso entre Kiev e Moscovo;

  • China e Índia, dois países que têm mantido uma posição ambígua em relação à Rússia desde o início do conflito, reagiram nas últimas horas às imagens do massacre de Bucha. Nova Deli "condena inequivocamente" a morte de civis e exige uma investigação independente, Pequim salienta que qualquer acusação "deve ser baseada em factos".