Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Inês Moreira Santos, Mariana Ribeiro Soares, Andreia Martins - RTP

Maxar Technologies - EPA

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

01h00 - Durão Barroso não entende como Alemanha ficou dependente do gás russo  
Na Grande Entrevista da RTP, o antigo presidente da Comissão Europeia garante que a dependência energética da Rússia já tinha sido revelada por Vladimir Putin há mais de dez anos.

00h40 - Estados Unidos garantem mais ajuda financeira e envio de armas para Ucrânia
Joe Biden falou ao telefone com Volodymyr Zelensky durante quase uma hora. Os Estados Unidos garantem mais ajuda financeira e até o envio de armamento.

00h32 - Serviços secretos britânicos revelam que militares russos sabotam o próprio equipamento

O chefe dos serviços de informação britânicos garante ter provas de que estes militares abateram acidentalmente uma aeronave russa. tem provas de que estes militares abateram acidentalmente uma aeronave russa.

Jeremy Fleming conclui que Vladimir Putin avaliou mal a situação no terreno e que os conselheiros do Kremlin têm receio de dizer a verdade ao presidente da Federação Russa.

00h20 - António Guterres diz que arsenais nucleares estão a aumentar
António Guterres garante que a guerra na Ucrânia está a abalar dos alicerces da ordem internacional e é um desastre para os países que estão em desenvolvimento.

O secretário-geral das Nações Unidas reitera que estão a ser violados os direitos humanos e acrescenta que os os arsenais nucleares na Ucrânia estão a aumentar.

00h00 - Autoridades ucranianas acusam russos de lançar bombas de fósforo em Marinka

As autoridades ucranianas acusaram as forças russas de lançar bombas de fósforo durante o dia na pequena cidade de Marinka, localizada no leste da Ucrânia. Foram contabilizados cerca de 12 de incêndios.

"Os russos voltaram a usar hoje bombas de fósforo em Marinka [cidade que tinha 10 mil habitantes antes do início da guerra]", alertou o chefe da administração militar da região de Donetsk, Pavel Kyrylenko.

23h30 - Moscovo anuncia cessar-fogo em Mariupol para retirar civis

O Ministério russo da Defesa anunciou um cessar-fogo local ou um "regime de silêncio", esta quinta-feira, na cidade portuária de Mariupol, de modo a permitir a abertura de um corredor humanitário para a retirada de civis.
Para que esta operação humanitária seja bem sucedida, propomos realizá-la com a participação direta de representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV)", acrescentou o ministério em comunicado.

Moscovo também pede que Kiev garanta o "respeito incondicional" por este cessar-fogo local através de uma notificação escrita, a enviar aos russo, ao ACNUR e ao CICV antes das 06h00 de quinta-feira (03h00 GMT).

23h20 - Rússia planeia enviar 1.000 mercenários para o Donbass

Os Estados Unidos anunciaram terem identificado "sinais" de que a Rússia planeia enviar "cerca de 1.000 mercenários" para a região do Donbass, no leste da Ucrânia.

O porta-voz do Pentágono disse que há indícios de que o Kremlin procura contratar esses mercenários através do grupo Wagner, uma organização paramilitar privada com paramilitares e forças especiais chechenas.

John Kirby assegurou que o grupo Wagner - também apoiado pelo Kremlin - estaria a tentar recrutar os mercenários na Síria e em países do norte de África, como a Líbia, para os enviar para o Donbass, onde priorizou a sua operação militar.

23h10 - Forças russas começaram a retirar-se da central nuclear de Chernobyl

As forças russas começaram a retirar-se da central nuclear de Chernobyl, que controlam desde os primeiros dias da invasão na Ucrânia, e do aeroporto de Gostomel, perto de Kiev, avança fonte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

"Entendemos que estão a sair, mas não consigo dizer se estão todos a ir embora", acrescentou o alto funcionário do Pentágono, citada pela agência France Presse (AFP) e que falou sob a condição de anonimato.

23h00 - Zelensky não acredita nas "frases bonitas" da Rússia sobre desescalada militar

O Presidente ucraniano afirmou que não acredita em nenhuma "frase bonita" por parte da Rússia sobre uma desescalada militar. Volodymyr Zelensky assegurou que o seu Exército preparado para novos confrontos no leste do país.

"Não acreditamos em ninguém, nem numa única frase bonita", atirou o chefe de Estado da Ucrânia numa mensagem de vídeo, em reação ao anúncio de Moscovo na terça-feira, que assegurou uma redução das ações militares no oeste ucraniano, em particular nas proximidades de Kiev.

Volodymyr Zelensky garantiu ainda que a Ucrânia não irá desistir de "lutar por cada metro" do seu território.

22h50 - ONU nomeia juiz norueguês para investigar violações de direitos humanos na Ucrânia

A Organização das Nações Unidas (ONU) nomeou hoje o juiz norueguês Erik Mose, que integrou vários tribunais internacionais, para liderar uma investigação sobre violações dos direitos humanos na Ucrânia desde o início da invasão russa.

Mose foi nomeado presidente da recém-criada comissão de investigação internacional independente, segundo anunciou o Conselho de Direitos Humanos da ONU.

O presidente deste Conselho nomeou outras duas personalidades que farão parte da equipa: Jasminka Dzumhur, mediadora de direitos humanos da Bósnia-Herzegovina, e o colombiano Pablo de Greiff, que foi o primeiro relator especial das Nações Unidas para a promoção da verdade, justiça e restituições.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou em 04 de março uma resolução a favor de uma comissão internacional de inquérito sobre as violações dos direitos humanos na Ucrânia, após a invasão russa de 24 de fevereiro.

22h40 - Scholz não concordou com Putin sobre pagamentos de gás em rublos

O chanceler alemão, comprometeu-se com acordo do G7 de que o fornecimento de energia da Rússia seria pago apenas em euros ou dólares, disse um porta-voz do governo alemão depois de Olaf Scholz ter falado com Vladimir Putin, esta quarta-feira.

O presidente russo disse a Scholz que nada mudaria para os parceiros europeus e os pagamentos ainda seriam feitos em euros e transferidos para o banco Gazprom, que não é afetado por sanções, e depois convertidos em rublos, disse o porta-voz alemão.

"Scholz não concordou com esse procedimento na conversa, mas pediu informações por escrito para entender melhor o procedimento", disse o porta-voz alemão, acrescentando que o acordo anterior do G7 se manteve.

22h35 - Negociações de paz num impasse

As dúvidas da diplomacia internacional mantêm-se sobre o travar da ofensiva russa na Ucrânia. As negociações de paz prosseguem sem novidades.


22h19 - Ciberataque às forças militares ucranianas afetou utilizadores em toda a Europa

Um ciberataque direcionado a uma rede de satélites usada pelo governo e agências militares da Ucrânia, logo após o início da invasão russa, também afetou dezenas de milhares de utilizadores de Internet em toda a Europa, foi hoje divulgado. O proprietário destes satélites, a Viasat, com sede nos Estados Unidos, revelou hoje novos detalhes sobre como ocorreu o maior ciberataque, conhecido desde o início da guerra na Ucrânia e o seu amplo impacto.

O ataque afetou utilizadores da Internet desde a Polónia à França e impediu o acesso remoto a milhares de torres eólicas na Europa Central, noticia a agência Associated Press (AP). No comunicado, a Viasat não apontou quem acredita ter sido o responsável pelo ataque, embora na altura as autoridades ucranianas tenham culpado ‘hackers’ russos.

A ação terrorista ocorreu no momento em que a Rússia estava a lançar a sua invasão à Ucrânia e foi considerada o início de uma vaga de ciberataques para além da zona de conflito. No entanto, até agora, estes ataques não se materializaram, embora investigadores sobre cibersegurança refiram que as operações cibernéticas mais impactantes relacionadas com a guerra estão a ocorrer “nas sombras”.

(agência Lusa)

21h10 - Dois milhões de crianças fugiram do país devido à guerra, indica UNICEF

Dois milhões de crianças tiveram de fugir da Ucrânia em busca de segurança noutros países e mais de 2,5 milhões estão deslocadas dentro do país devido à invasão militar da Rússia, anunciou hoje a UNICEF. De acordo com uma nota de imprensa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), 60% das crianças ucranianas estão agora longe das suas casas, numa altura em que os ataques às áreas urbanas continuam.

"A situação dentro da Ucrânia está a agravar-se. Como o número de crianças que fogem das suas casas continua a aumentar, devemos lembrar que cada uma delas precisa de protecção, educação, segurança e apoio", afirmou a Directora Executiva da UNICEF, Catherine Russell, na mesma informação à imprensa.

As crianças perfazem metade de todos os refugiados da guerra na Ucrânia, de acordo com a UNICEF e o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR). Mais de 1,1 milhões de crianças chegaram à Polónia, com centenas de milhares a chegar também à Roménia, Moldova, Hungria, Eslováquia e República Checa.

(agência Lusa)


20h58 - Civis constroem barreiras de betão e postos de controlo para proteger Kiev

Nas ruas de Kiev multiplicam-se as barreiras de betão. Alguns "check points" são operados por civis sem armas de fogo, como constataram os enviados especiais da RTP a Kiev, Cândida Pinto e David Araújo.


20h55 - Sirenes voltam a soar em Kiev e tropas russas não desmobilizam

As sirenes voltam a tocar na capital ucraniana, o que revela que Vladimir Putin não terá desistido de derrubar Kiev. Além disso, não é visível uma retirada em larga escala das tropas russas que têm estado na cidade.


20h50 - Rússia retoma bombardeamentos após anunciar suspensão de ataques

A Rússia voltou a bombardear Chernihiv e as imediações de Kiev.
As autoridades ucranianas acusaram Moscovo de não ter cumprido o anúncio que fez nas negociações e parar significativamente as atividades militares à frente de Kiev.

20h41 - Ucrânia considera Abramovich um mediador eficaz com a Rússia

A Ucrânia considera que o oligarca russo Roman Abramovich é um mediador eficaz entre Kiev e Moscovo, ajudando a evitar mal-entendidos entre os dois lados, disse o negociador ucraniano Mykhailo Podolyak, esta quarta-feira.

"Há muito se sabe no espaço dos media que ele é um mediador extremamente eficaz entre delegações e modera parcialmente o processo para que não haja mal-entendidos no início", disse Podolyak, numa entrevista televisiva.

20h25 - Ucrânia vai sancionar empresas que trabalham com indústria de Defesa russa, informou oficial de segurança

A Ucrânia está a preparar sanções contra empresas que trabalham com o complexo militar-industrial da Rússia, disse a principal autoridade de segurança da Ucrânia. O secretário do Conselho de Segurança, Oleksiy Danilov, acrescentou que também estão a ser preparadas sanções contra empresas que "ajudam o orçamento russo a apoiar o exército".

20h18 - MNE ucraniano diz que sanções à Rússia devem aumentar enquanto negociações de paz estão a decorrer

As sanções internacionais contra a Rússia devem ser intensificadas e a Ucrânia deve ser mais apoiada com armamento enquanto as negociações de paz estão a decorrer, escreveu o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, no Facebook.

"A lógica é extremamente simples - quanto mais forte a Ucrânia for, melhor será qualquer acordo futuro", disse.



20h11 - Putin explicou a Draghi da Itália o porquê de pagar o gás em rublos

Vladimir Putin, apresentou ao primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, um sistema de pagamento do gás russo em rublos durante um telefonema entre os dois líderes, esta quarta-feira, informou o gabinete de Draghi. O presidente russo disse que, por causa das sanções financeiras impostas pelo Ocidente, planeia exigir o pagamento das exportações de energia em rublos, em vez de euros ou dólares.

A Itália é dependente do gás russo, e Draghi já tinha rejeitado esta forma de pagamento.

"A conversa centrou-se nas negociações entre a Rússia e a Ucrânia e os últimos desenvolvimentos", dizem os comunicados.
Draghi "sublinhou a importância de estabelecer um cessar-fogo o mais rápido possível”, acrescentando que os dois líderes concordaram que era uma boa ideia manter contato.

19h50 - Forças russas bombardearam zonas residenciais no leste da Ucrânia, dizem autoridades

As forças russas estão a usar munições de fósforo e a bombardear zonas urbanas na linha da frente que separa o território controlado pela Ucrânia de áreas mantidas por forças apoiadas pela Rússia na região leste de Donetsk, afirmou o governador local.

Falando na televisão nacional, Pavlo Kyrylenko também disse que a última tentativa de retirar civis da cidade portuária sitiada de Mariupol provavelmente falhou, visto que os comboios de civis não estavam a ser permitidos.

19h38 - Acordo de paz "à mão armada" não vai acabar com sanções da UE à Rússia, diz Rutte

Um acordo de paz entre Moscovo e Kiev terá que respeitar o território e a soberania da Ucrânia para que sejam aliviadas as sanções europeias contra a Rússia, disse o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.

"Um acordo de paz sob a ameaça de uma arma, com a perda do território e da soberania dos ucranianos, não é o caminho para voltar ao normal. Nem levará automaticamente ao alívio das nossas sanções", disse Rutte numdiscurso durante uma visita a Espanha.

19h20 - SEF já concedeu 24.880 pedidos de proteção temporária

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) informou, esta quarta-feira, que já concedeu 24.880 pedidos de proteção temporária a cidadãos ucranianos e a cidadãos estrangeiros que residem naquele país, desde o início do conflito. Destes, 8.900 são menores.

19h13 - Moscovo diz que tropas russas perto de Kiev e no norte "se reagruparam" para se concentrar em Donbass

O Ministério da Defesa da Rússia disse, esta quarta-feira, que os seus militares estão a reagrupar-se perto da capital da Ucrânia, Kiev, e da cidade de Chernihiv, no norte, a fim de se concentrar noutras regiões e completar a "libertação" da região separatista de Donbass, informaram agências de notícias russas.

19h04 - Já morreram cerca de 80 civis em Mykolayiv, dizem autoridades

Cerca de 80 civis foram mortos e na cidade de Mykolayiv, no sul da Ucrânia, desde que a Rússia invadiu o país, anunciou o prefeito local na televisão nacional, esta quarta-feira.

18h41 - Oito russos sancionados no Reino Unido tinham vistos ‘gold’

Oito cidadãos russos que beneficiaram de vistos ‘gold’ (vistos de investidor) do Reino Unido foram sancionados devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, indicou hoje o Governo britânico. De acordo com dados até ao final de 2021, "um total de oito cidadãos russos sujeitos a sanções do Reino Unido relacionadas com a invasão da Ucrânia foram identificados como titulares ou detentores (de vistos) como imigrante de Nível 1 (investidor) ou como dependente”, indicou a secretária de Estado do Interior, Susan Williams.

A informação foi dada em resposta a uma pergunta do partido da oposição Liberais Democratas.

“Durante demasiado tempo, o Governo estendeu o tapete vermelho aos comparsas de (Presidente russo Vladimir) Putin. Essas pessoas nunca deveriam ter conseguido comprar o acesso ao Reino Unido com riquezas ilícitas”, criticou a deputada Layla Moran.

Moran quer agora saber "quantos mais que receberam vistos ‘gold' devem a riqueza ao regime de Putin e porque é que o Governo não os sancionou também”. Estatísticas do Ministério do Interior mostram que o Reino Unido emitiu 2.581 vistos de investidor, designados por vistos Tier 1, também conhecidos por ‘golden visas', a cidadãos russos desde que o esquema foi introduzido em 2008.

(agência Lusa)

18h34 - Eslováquia 35 diplomatas russos da embaixada no país

A Eslováquia ordenou que a embaixada da Rússia expulsasse 35 funcinários, disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros esta quarta-feira, citando atividades inaceitáveis de outro diplomata russo.

O objetivo da medida é "estabelecer um número máximo de portadores de passaporte diplomático e de serviço nesta missão [russa]", disse Juraj Tomaga em comunicado. Já a 14 de março, a Eslováquia expulsou três funcionários da embaixada russa com base em informações do serviço secreto.

18h28 - Bombardeamento russo e ataques a cidades podem ser 'crimes de guerra', diz ONU

Desde a invasão russo, há cerca de cinco semanas, várias cidades ucranianas foram atingidas por ataques aéreos e bombardeamentos, nos quais morreram civis em atos que podem ser considerados crimes de guerra, afirmou Michelle Bachelet da Organização das Nações Unidas.

Bachelet, dirigindo-se ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, pediu à Rússia que retire as suas tropas de território ucraniano.

18h20 - PM britânico diz que “Putin não é de confiança"

O primeiro-ministro britânico avisou hoje que o presidente russo “não é de confiança” quando questionado se o presidente francês, Emmanuel Macron, deve continuar a falar com Vladimir Putin sobre a guerra na Ucrânia.

“É muito importante que a unidade do Ocidente e da NATO seja recordada e priorizada. A questão da negociação com Vladimitir Putin e o valor dessas negociações está em aberto. Na minha opinião, claramente Putin não é de confiança”, afirmou, durante uma audição parlamentar esta tarde.

Boris Johnson vincou que é importante que “o que seja que venha a acontecer, deve ser aquilo que os ucranianos querem e cabe a eles decidir o futuro dele”.

18h05 - Refugiados na Polónia esperam pelo fim da guerra para regressarem à Ucrânia

A Polónia começa a ter dificuldades em dar resposta aos pedidos de alojamento dos refugiados ucranianos, mas são muitos os que querem ficar perto de casa para regressarem assim que for possível.


17h47 - PAM fornece alimentação a um milhão de pessoas

O Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU revelou hoje ter fornecido uma ajuda alimentar de urgência a um milhão de pessoas na Ucrânia, após a invasão do país pelas forças russas.

"Camiões, comboios e camionetas entregaram hoje alimentação às pessoas mais vulneráveis em todo o país e mais comboios (humanitários) são esperados nas próximas semanas", assegurou a agência da ONU, em comunicado.

Segundo o PAM, "mais de 6,5 milhões de pessoas" estão deslocadas no interior da Ucrânia e o acesso a alimentação representa "uma das três principais preocupações" da população, juntamente com a segurança e o abastecimento de combustível. O PAM pede agora aos doadores "590 milhões de dólares (528,35 milhões de euros) para apoiar 3,1 milhões de pessoas".

(agência Lusa)

17h34 - Zelensky e Biden debateram o apoio defensivo e humanitário e novas sanções contra a Rússia

Numa mensagem divulgada no Twitter, o presidente ucraniano afirmou ter conversado, esta quarta-feira, com o homólogo norte-americano sobre a situação na Ucrânia e as negociações com a Rússia.

“Falamos sobre o apoio defensivo específico, um novo pacote de sanções, ajuda macrofinanceira e humanitária”, detalhou Volodymyr Zelensky.


A Casa Branca também confirmou, entretanto, que Joe Biede debateu com Zelensky “sobre o trabalho em progresso dos Estados Unidos e os seus aliados e parceiros para fornecer assistência militar, económica e humanitária à Ucrânia. Numa mensagem oficial, enviada à comunicação social, Washington acrescenta que esteve em discussão a imposição de “sanções severas à Rússia pela brutal agressão” em território ucraniano.

“Os líderes discutiram como os Estados Unidos estão a trabalhar 24 horas por dia para atender às principais solicitações de assistência de segurança da Ucrânia, os efeitos críticos que essas armas tiveram no conflito e os esforços contínuos dos Estados Unidos com aliados e parceiros para identificar recursos adicionais para ajudar os militares ucranianos defendem seu país”, acrescenta a nota. “Além disso, o presidente Biden informou ao presidente Zelensky que os Estados Unidos pretendem fornecer ao governo ucraniano 500 milhões de dólares em ajuda financeira direta”.

O presidente norte-americano revisou ainda “as sanções adicionais e a assistência humanitária anunciadas na semana passada”. Por seu lado, o chefe de Estado ucraniano atualizou o estado das “negociações da Ucrânia com a Rússia”.

17h11 - Diretor da agência nuclear da ONU visita centrais e garante ajuda

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) visitou, esta quarta-feira, a central nuclear de Konstantinovka, no sul da Ucrânia, para disponibilizar "assistência técnica" no contexto da guerra, num país com um enorme parque nuclear. Desde o início da ofensiva militar russa, Rafael Grossi tem alertado para os perigos desta guerra, a primeira num país com uma grande capacidade nuclear - 15 reatores em quatro centrais em atividade e vários depósitos de resíduos nucleares.

"É vital estar no terreno para prestar apoio eficaz neste momento extremamente difícil", escreveu numa mensagem no Twitter o chefe da agência para o nuclear da ONU, que chegou terça-feira à Ucrânia.

"Estou na central elétrica do sul da Ucrânia para me encontrar com os seus funcionários e responsáveis do governo ucraniano", mencionou na mensagem, onde as imagens o mostram a apertar a mão a funcionários do local, cuja "resistência" elogiou.

"Queria dizer-vos que estamos aqui convosco, prontos para ajudar em tudo e de todas as formas possíveis ", sublinhou o chefe da AIEA.

A Agência espera ser capaz de enviar rapidamente especialistas para o local e entregar o equipamento necessário para garantir a segurança das instalações.

"Já evitámos por pouco vários incidentes. Não podemos perder mais tempo", disse o chefe da AIEA.

16h51 - Putin diz que pagar pelo gás russo em rublos não deve prejudicar os clientes europeus

Dirigindo-se a Olaf Scholz, Vladimir Putin disse que o pagamento em rublos pelas exportações de gás russo, agora exigido por Moscovo, não deve prejudicar os clientes europeus.

"Esta decisão não deve levar a uma deterioração das condições dos contratos das empresas europeias que importam gás russo", disse Putin, segundo um comunicado do Kremlin sobre a conversa telefónica com o chanceler alemão.

16h44 - Boris Johnson quer intensificar sanções contra Rússia até retirada de todos os militares na Ucrânia

O primeiro-ministro britânico pediu, esta quarta-feira, que se continue “a intensificar as sanções" contra a Rússia até à retirada de todos os soldados russos na Ucrânia.

"Não podemos esperar que o G7 levante as sanções só porque há um cessar-fogo", disse Boris Johnson perante o parlamento britânico. "Devemos continuar a intensificar as sanções (...) até que cada um” dos soldados russos esteja "fora da Ucrânia", acrescentou.

16h26 - Governador da Popasne relata combates com forças russas na cidade

As forças russas e ucranianas estão a combater nas ruas da cidade de Popasne, no leste da Ucrânia, segundo afirmou o governador regional, esta quarta-feira.

Serhiy Haidai, governador da região de Luhansk, disse à Reuters que as forças russas estão a tentar avançar na região.

"Esperamos uma escalada. Eles vão tentar alcançar os limites da região de Luhansk", disse Haidai.

16h12 - Boris Johnson garante que não pretende retirar Putin do Kremlin

O Reino Unido não pretende mudar o regime político da Rússia nem destituir o presidente Vladimir Putin, assegurou o primeiro-ministro britânico, afirmando que o objetivo é ajudar a proteger os ucranianos na guerra.

"Eu entendo as frustrações que as pessoas sentem em relação a Putin e desejar uma mudança de Governo em si não é algo ignóbil. Esse é o objetivo de muitas políticas democráticas", disse Boris Johnson esta quarta-feira.

"Mas vamos ser absolutamente claros, não é o objetivo do Governo do Reino Unido, e é muito, muito importante que todos entendam isso. Estamos simplesmente a preparar-nos para ajudar a proteger o povo da Ucrânia e protegê-lo contra a violência absolutamente bárbara e irracional”.

15h53 - Casa Branca anuncia que Biden e Zelensky vão falar esta quarta-feira

A Reuters está a avançar que a Joe Biden e Volodymyr Zelensky vão conversar esta quarta-feira, através de chamada, segundo informação da Casa Branca.

15h33 - EUA dizem que assessores de Putin “têm medo de lhe dizer a verdade” sobre a guerra na Ucrânia

Um funcionário norte-americano, citado pela agência Reuters sob condição de anonimato, disse que o presidente russo, Vladimir Putin, está a ser “mal informado” pelos seus assessores acerca do desempenho russo na guerra com a Ucrânia e do impacto das sanções do Ocidente na economia russa.

"Acreditamos que Putin está a ser mal informado pelos seus conselheiros sobre o mau desempenho dos militares russos e como a economia russa está a ser prejudicada pelas sanções, porque os seus conselheiros têm muito medo de lhe dizer a verdade", disse o funcionário norte-americano.

A CNN, que cita a mesma fonte, avança ainda que os EUA têm informações que indicam que Putin ficou a saber que lhe estavam a omitir informação, o que provocou um clima de tensão entre o presidente russo e os seus principais funcionários do Ministério da Defesa (MOD).

“Temos informações de que Putin se sentiu enganado pelos militares russos. Agora há uma tensão persistente entre Putin e o Ministério da Defesa, decorrente da desconfiança de Putin na liderança do MOD", disse o funcionário dos EUA.

15h22 - Ucrânia diz que Rússia está a preparar novas operações ofensivas

O porta-voz do Ministério ucraniano da Defesa, Oleksandr Motuzyanyk, alertou esta quarta-feira que as forças russas na Ucrânia estão a reagrupar-se e a preparar novas operações ofensivas.

"Os principais esforços [da Rússia] estão concentrados em cercar as forças ucranianas no leste da Ucrânia", disse Motuzyanyk, acrescentando que a Rússia ainda está a tentar tomar a cidade portuária de Mariupol, no sul, e as cidades de Popasna e Rubizhne.

"Ela [a Rússia] está a prepar-se para retomar as operações ofensivas", disse Motuzyanyk, acrescentando que o comando das forças armadas da Ucrânia observou alguns movimentos das forças russas para longe das regiões de Kiev e Chernihiv, mas não considera que seja uma retirada em massa.

14h50 - Rússia diz que Ucrânia mostrou-se disposta a atender às suas principais exigências

Após a nova ronda de negociações que decorreu na terça-feira em Istambul, o principal negociador russo disse hoje que Kiev mostrou abertura às principais exigências de Moscovo. Vladimir Medinsky diz que se Ucrânia cumprir com as suas promessas, "a ameaça de uma fortaleza da NATO" em Kiev será removida.

Medinsky acrescentou, no entanto, que a posição da Rússia acerca de Donbass e da Crimeia permanece inalterada.

Esta quarta-feira, Mykhailo Podolyak, elemento da delegação ucraniana envolvida nas negociações, disse ter ficado com "uma impressão otimista" após as conversações com os negociadores russos.

14h39 - Entre 200 e 300 civis morreram em Irpin, diz o prefeito da cidade

As autoridades locais estimam que entre 200 a 300 civis tenham morrido em Irpin, perto de Kiev. A cidade voltou às mãos das tropas ucranianas na última segunda-feira.

No primeiro comunicado sobre o balanço de vítimas mortais entre os civis aquando da ocupação russa daquela cidade, o prefeito Oleksandr Markushyn tinha confirmado a morte de pelo menos 50 pessoas.

No entanto, o responsável local adiantou que o balanço era provisório e que ainda havia corpos a serem recuperados dos escombros de edifícios.

Desde o início do conflito que a cidade de Irpin tem sido um dos principai s focos de combate entre as tropas russas e ucranianas. 

14h19 - China está pronta para levar relação com a Rússia "a um nível mais elevado"

Os ministros dos Negócios Estrangeiros de Rússia e China estiveram reunidos esta quarta-feira num encontro que reuniu responsáveis de países que têm fronteiras terrestres com o Afeganistão.

Citado pela imprensa chinesa, Wang Yi, disse que as relações entre os dois países resistem às mudanças do contexto internacional e que Pequim está pronta para elevar a relação com a Rússia "a um nível mais elevado" e "para uma nova era".

Neste encontro, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, informou o homólogo chinês acerca da "operação militar especial" em curso na Ucrânia.

Lavrov afirmou que ambos os países se opõe "à hegemonia e política de poder". Por sua vez, Wang vincou que a China esteve sempre "do lado certo da história".

O chefe da diplomacia chinesa considera que a situação na Ucrânia resulta de uma "história complexa" e que resulta de "um conflito de segurança europeu de longa data".

Pequim refere ainda que está disponível para apoiar os esforços da Rússia e de todas as partes envolvidas para "evitar uma crise humanitária em larga escala".

14h13 - Kremlin afirma que pagamento de gás russo em rublos será feito gradualmente

O Kremlin anunciou esta quarta-feira que o pagamento de gás russo em rublos, exigido por Moscovo em resposta às sanções ocidentais, será feito gradualmente.

"Já conversamos sobre isso, o pagamento e entrega [de gás] é um processo prolongado ao longo do tempo", disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, esta quarta-feira.

Na semana passada, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que a Rússia não aceitaria mais pagamentos em dólares ou em euros para entregas de gás a “países hostis”, dando às autoridades russas uma semana para elaborar um novo sistema de pagamento em rublos.

Na quinta-feira, o governo russo, o Banco Central e a gigante russa do gás Gazprom deverão apresentar a Vladimir Putin um relatório sobre o novo sistema de pagamento. No entanto, Peskov explicou que este novo sistema não entrará totalmente em vigor esta quinta-feira.

"Não estamos a falar em entregar amanhã e ser pago à noite. Não, é um processo mais longo", disse Peskov.

Peskov deu ainda a entender que outros produtos poderão também passar a ser pagos em rublos. “É uma ideia que, claro, deve ser estudada”, disse Peskov, enquanto respondia a uma pergunta sobre a possibilidade de essa medida se aplicar, em particular às exportações russas de cereais, carvão, petróleo e madeira.

Esta quarta-feira, o presidente da câmara baixa do Parlamento russo, Vyacheslav Volodin, também sugeriu que a lista de produtos exportados a ser paga em rublos deveria ser alargada. "Fertilizantes, sementes, óleo alimentar, petróleo, carvão, metais, madeira", exemplificou.

14h08 - Kiev promete submeter acordo com a Rússia a referendo nacional

Mykhailo Podolyak, elemento da delegação ucraniana envolvida nas negociações, adiantou hoje que o país poderá votar um acordo de paz com a Rússia em referendo.

No entanto, esse plesbicito só acontecerá se Moscovo recuar para as posições anteriores à da invasão iniciada a 24 de fevereiro. 

O referendo votaria, nesse cenário, a posição de neutralidade por parte da Ucrânia em troca de um sistema de garantias de segurança do país.

Apesar dos bombardeamentos e intensificação de combates das últimas horas, o negociador diz ter ficado com "uma impressão otimista" após as conversações com os negociadores russos. 

13h50 - Portugal já recebeu 24.765 pedidos de proteção temporária

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) já concedeu, desde o início do conflito na Ucrânia, 24.765 pedidos de proteção temporária a cidadãos ucranianos e a cidadãos estrangeiros que residem naquele país.

13h33 - Zelensky pede à Europa que feche portos marítimos a navios russos

Num discurso ao Parlamento norueguês, o presidente ucraniano apelou a Oslo e ao resto da Europa que corte o acesso aos navios russos nos portos marítimos.

"A União Europeia e a Noruega, espero eu, tem de impor uma proibição para que os navios russos não usem os portos europeus enquanto continuarem a bloquear os nossos portos", afirmou Volodymyr Zelensky.

Na mesma declaração, o líder ucraniano pede à Noruega que forneça mais energia à Ucrânia e União Europeia. Oslo é o segundo maior fornecedor de gás natural da Europa, ficando apenas atrás da Rússia.

"Vocês podem dar um contributo decisivo à segurança energética da Europa através do fornecimento dos recursos necessários, tanto para os países da União Europeia como para nós", afirmou.

Zelensky adiantou ainda que Oslo e Kiev já iniciaram negociações para o fornecimento de 5 mil milhões de metros cúbicos de gás natural norueguês para o próximo inverno.

13h25 - Delegação ucraniana fica em Istambul para discutir cooperação "técnico-militar"

A delegação ucraniana que participou esta semana nas negociações com Moscovo em Istambul vai ficar mais alguns dias na cidade para discutir questões sobre cooperação "técnico-militar" com o Governo turco.

A informação foi avançada pelo negociador ucraniano David Arakhamia, citado pela agência Reuters.

12h49 - Rússia "aumentou intensidade dos ataques a Chernihiv desde que prometeu reduzir operações", diz responsável local

Em declarações à CNN, o prefeito de Chernihiv, Vladyslav Atroshenk, denuncia que a situação piorou nas últimas horas e que a cidade tem estado sob "ataque colossal", apesar das promessas de Moscovo.

"Esta é outra confirmação de que a Rússia está sempre a mentir. Eles dizem que estão a reduzir a intensidade, mas na verdade aumentaram a intensidade dos ataques. Hoje está em curso um ataque colossal ao centro de Chernihiv", denuncia.

E acrescenta: "Vinte pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas. Todos os feridos são civis. Por isso, cada vez que a Rússia diz algo, essa informação deve ser verificada com cuidado", diz o prefeito da cidade.


12h35 - Ucrânia denuncia bombardeamento do edifício da Cruz Vermelha em Mariupol

Um edifício do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) foi alvo de bombardeamentos russos em Mariupol, uma cidade portuária estratégica no sudeste da Ucrânia, disse um funcionário ucraniano esta quarta-feira.

"Os ocupantes bombardearam deliberadamente um edifício do CICV em Mariupol", escreveu no Telegram Lioudmyla Denisova, responsável pelos Direitos Humanos no Parlamento ucraniano.

"De momento, não temos informações sobre vítimas", acrescentou, sem especificar quantas pessoas poderiam estar no edifício no momento do ataque.

12h30 - Noruega envia mais armas antitanque para a Ucrânia

A Noruega enviou mais armas para a Ucrânia para ajudar o país a se defender contra a invasão da Rússia, disse o Ministério norueguês da Defesa esta quarta-feira.

A última remessa, que já foi concluída, é de 2.000 armas antitanque M72. A Noruega já tinha enviado outras duas mil armas antitanque para a Ucrânia.

12h22 - Governo holandês não ativa para já plano de emergência de gás

O governo holandês vai pedir aos cidadãos que usem menos gás, mas ainda não irá ativar o seu plano de emergência, depois de a Alemanha ter lançado esta quarta-feira um "aviso antecipado" de uma possível emergência de fornecimento de gás.

"Tendo em vista a decisão alemã, revimos o nosso plano de segurança de gás. Não vamos acionar o plano porque só daremos esse passo quando houver uma escassez física real ou uma ameaça aguda de que isso aconteça", disse Tim van Dijk, porta-voz do Ministério da Economia à Reuters.

12h15 - Ucrânia aceita empréstimo de 300 milhões de euros da França

A Ucrânia concordou com um empréstimo de 15 anos avaliado em 300 milhões de euros com a França, anunciou o ministro ucraniano das Finanças, Serhiy Marchenko, esta quarta-feira.

Marchenko afirmou que a invasão da Ucrânia pela Rússia provou uma queda das receitas alfandegárias para 6,7 mil milhões de hryvnias (229 milhões de dólares), contra uma expectativa pré-guerra de 32 mil milhões de hryvnias (1,09 mil milhões de dólares).

12h00 - O essencial da informação a esta hora

  • Depois do otimismo a terça-feira, a possibilidade de um acordo entre Moscovo e Kiev parece agora mais distante. Na sequência das negociações que decorreram na terça-feira, em Istambul, e das propostas “substanciais” da equipa ucraniana, a Rússia anunciou que iria recuar nas cidades de Kiev e Chernihiv, prometendo reduzir “drasticamente” a presença nestas cidades para se concentrar apenas na região do Donbass, ainda que nada disto aponte para um cessar-fogo.,

  • No entanto, menos de 24 horas depois, a hipótese de um recuo no conflito não se verifica no terreno. As autoridades ucranianas adiantam que os combates prosseguem em Kiev e que a cidade de Chernihiv foi bombardeada durante a noite. 

  • De acordo com os militares ucranianos, esta alegada retirada será "provavelmente uma rotação de unidades individuais" com o objetivo de ludibriar a liderança militar ucraniana. O Estado-Maior Geral das Forças Armadas da Ucrânia considera que as promessas de retirada por parte de Moscovo servem para enganar os ucranianos.

  • No mesmo sentido, o Ministério da Defesa do Reino Unido adianta que as forças russas sofreram grandes perdas e foram forçadas a regressar à Bielorrússia e à Rússia para se reorganizarem e reabastecerem. Londres prevê que as forças russas compensem a capacidade terrestre mais reduzida com mais ataques de artilharia e com mísseis.

  • Esta manhã, o assessor presidencial de Zelensky, Oleksiy Arestovych, indicou na televisão ucraniana que a Rússia está a deslocar forças do norte para o leste da Ucrânia de forma a tentar cercar as tropas ucranianas. Refere que Moscovo pretende manter alguns meios na capital de forma a segurar no local parte das forças armadas ucranianas e impedir que estas reforcem a frente oriental.

  • As perspetivas negativas surgem também no campo diplomático. Após o breve otimismo de terça-feira, o Kremlin veio hoje afirmar que não houve propostas “promissoras” ou “avanços” significativos. O porta-voz Dmitry Peskov saudou o envio de propostas “concretas” e por escrito, mas considera que “ainda há muito trabalho a fazer”.

  • A nível humanitário, o número de ucranianos que fugiram do país desde o início do conflito ultrapassou hoje a barreira dos quatro milhões, segundo os dados da Agência das Nações Unidas para os Refugiados. Aquando da invasão, a população ucraniana chegava aos 44 milhões. Assim sendo, praticamente 10 por cento já abandonou o país em 34 dias de guerra.

11h50 - UE promete preparar eventual interrupção no fornecimento de gás russo

A Comissão Europeia garantiu esta quarta-feira que vai trabalhar "em estreita colaboração" com os Estados-membros para preparar uma eventual interrupção no fornecimento de gás por parte da Rússia.

"Estamos preparados. (...) É claro que vamos trabalhar em estreita colaboração com os Estados-membros para que todos estejam preparados para qualquer tipo de situação", disse o chefe de política climática da UE, Frans Timmerman, em declarações aos jornalistas.

11h11 - Kremlin diz que não houve "avanços" ou propostas "promissoras" por parte da Ucrânia

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou esta quarta-feira que a Rússia não registou nenhum avanço ou proposta promissora por parte da Ucrânia e que há ainda um longo trabalho pela frente nas negociações.

"Neste momento não podemos reportar nada de muito promissor ou quaisquer avanços. Há muito trabalho a ser feito", adiantou Dmitry Peskov.

Ainda assim, o porta-voz saudou o esforço de Kiev e considerou "positivo" o facto de Kiev ter "finalmente começado a formular as suas propostas de forma concreta e a colocá-las por escrito".

Peskov diz que o Kremlin está "cuidadosamente a evitar fazer declarações públicas" sobre o conteúdo da proposta, salientando que as negociações devem decorrer de forma discreta.

A posição do Kremlin contrasta com o que foi dito pelos representantes da delegação russa que viajaram esta semana para Istambul, na Turquia.

No final das negociações, Vladimir Medinski, chefe da delegação russa nas negociações, adiantou que as conversas foram "substanciais" e que as propostas "claras" apresentadas pela Ucrânia seriam "estudadas muito em breve" e enviadas a Vladimir Putin.

10h40 - ONU nomeia especialistas para investigar possíveis crimes de guerra na Ucrânia

As Nações Unidas nomearam esta quarta-feira três especialistas em Direitos Humanos para conduzirem uma investigação sobre possíveis crimes de guerra e outras violações cometidas desde o início do conflito na Ucrânia.

O painel independente, liderado por Erik Mose, da Noruega, foi designado para "investigar todas as alegadas violações e abusos dos direitos humanos e violações do direito internacional humanitário e crimes relacionados no contexto da agressão contra a Ucrânia pela Federação Russa", revela a ONU em comunicado.

Erik Mose foi presidente do Tribunal Penal Internacional para o Ruanda entre 2003 e 2007.

A 4 de março, o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou o estabelecimento de uma comissão de inquérito, que irá investigar os alegados crimes de guerra durante um ano. A proposta inicial foi apresentada pela Ucrânia e aliados, incluindo a União Europeia, Reino Unido e Estados Unidos.

10h32 - Grécia convoca reunião de emergência sobre pagamento de gás russo em rublos

A Grécia convocou uma reunião de emergência com o regulador de energia, operadora de transmissão de gás e os maiores fornecedores de gás para discutir o pagamento de gás russo em rublos, tal como foi exigido por Moscovo.

O objetivo desta reunião, convocada pelo Ministério grego da Energia, tem em vista avaliar os cenários disponíveis sobre o fornecimento de gás à Grécia caso a Rússia interrompa os fluxos de gás para o país.

10h18 - Plano de emergência na Alemanha, fase 1

A ameaça de interrupção no fornecimento de gás vindo da Rússia tornou-se mais real após o presidente russo, Vladimir Putin, ter alertado na semana passada que iria passar a aceitar a compra de gás apenas em rublos quando os compradores são "países hostis".

Esta quarta-feira, Berlim lançou um "aviso antecipado" de uma possível emergência de fornecimento de gás, o primeiro nível do plano alemão de emergência.

10h04 - Maternidade de Mariupol evacuada "à força" para a Rússia

As autoridades da cidade portuária denunciam esta quarta-feira a evacuação forçada de uma maternidade para a Rússia.

"Mais de 70 pessoas, entre mulheres e pessoal médico, foram levados à força pelos ocupantes", adiantou a câmara de Mariupol através do Telegram.

Segundo o município, mais de 20 mil moradores de Mariupol foram deslocados da cidade para a Rússia "contra a sua vontade".

A autarquia da cidade sitiada diz que os russos confiscaram os documentos destes habitantes e os levaram para "cidades russas distantes".

De recordar que uma outra maternidade de Mariupol foi alvo de um bombardeamento a 9 de março. Nesse ataque morreram pelo menos três pessoas, incluindo uma criança.

Segundo a agência France Presse, há ainda cerca de 160 mil civis que continuam retidos em Mariupol, cidade que há várias semanas é alvo de bombardeamentos e onde a catástrofe humanitária se adensa, onde não há acesso a energia, água ou alimentação.

9h57 - Reorganizar e reabastecer

Ao fim de 34 dias, a máquina de guerra da Rússia terá sido obrigada a fazer recuar tropas para o país de origem e para a Bielorrússia para permitir a reorganização e reabastecimento. A informação é avançada pelos serviços de informações militares em Londres.



9h45 - Mais de quatro milhões de pessoas fugiram da Ucrânia

O número de ucranianos que fugiram do país desde o início do conflito já ultrapassa a barreira dos 4 milhões, revela hoje a Agência das Nações Unidas para os Refugiados.

Segundo o ACNUR, o número é agora de 4.019.287 pessoas que fugiram para o exterior.

À altura da invasão, a população ucraniana chegava aos 44 milhões. Assim sendo, praticamente 10 por cento já abandonou o país em 34 dias de guerra.

9h22 - Rússia está a deslocar tropas para cercar forças ucranianas no leste, diz conselheiro de Zelensky

Em declarações à televisão ucraniana, o assessor presidencial Oleksiy Arestovych declarou esta quarta-feira que a Rússia está a deslocar forças do norte para o leste da Ucrânia, de forma a tentar cercar as tropas ucranianas.

O assessor presidencial refere que Moscovo está a manter algumas forças na capital de forma a prender no local parte das forças armadas ucranianas e impedir que reforcem a frente oriental.

9h12 - Polónia planeia deixar de importar petróleo russo até ao final do ano

O primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, disse hoje numa conferência de imprensa que o país planeia deixar de importar petróleo russo até ao final de 2022. Já o carvão russo deixará de ser usado já em abril ou "no máximo até maio".

Nesta declaração, Morawiecki apelou ainda à União Europeia que introduza um imposto sobre as importações de hidrocarbonetos russos.

8h45 - Combates e bombardeamentos em Chernihiv e Kiev, zonas onde Moscovo prometeu recuar

Mykola Povoroznyk, vice-prefeito de Kiev, adianta que não houve bombardeamentos na última noite na capital, mas que ao início do dia era possível ouvir as sirenes de alerta e o som de disparos e combates em vários pontos da cidade.

Já na região de Chernihiv, as autoridades locais registaram ataques e bombardeamentos russos em Nizhyn e na própria cidade de Chernihiv.

Em Khmelnitskyi, o governador da região adianta que as forças russas atingiram instalações industriais com três ataques.

8h27 - "Arranjem rublos". Líder do Parlamento russo ameaça países ocidentais

O presidente da câmara baixa do Parlamento russo, Vyacheslav Volodin, disse esta quarta-feira que os países ocidentais devem "arranjar rublos" para pagar gás natural e outros produtos que a Rússia exporta.

No contexto da guerra na Ucrânia, Moscovo tem exigido que o pagamento do gás natural que é exportado para o Ocidente seja feito na moeda russa.

Face às ameaças e à enorme dependência energética perante a Rússia, o G7 recusou recentemente o pagamento de gás em rublos, alegando que as empresas não podem alterar unilateralmente os contratos.

Cerca de 40 por cento do gás natural que chega à Europa vem da Rússia e o pagamento dos países ocidentais é feito sobretudo em euros.

Ao fim de mais de um mês de guerra, o líder da Duma ameaça: "Se querem gás, arranjem rublos".

Vyacheslav Volodin acrescenta ainda que a lista de produtos exportados a ser paga em rublos deveria mesmo ser alargada. "Fertilizantes, sementes, óleo alimentar, petróleo, carvão, metais, madeira", exemplifica.

Não é certo que as medidas sugeridas sejam adotadas, ainda que o presidente Vladimir Putin tenha sugerido, ao anunciar a decisão sobre o pagamento em rublos para o gás natural, que esse seria apenas o início do processo.

8h18 - Governador de Chernihiv não espera trégua nos ataques russos

Em resposta à promessa de um recuo por parte das tropas russas, o governador de Chernihiv, no norte da Ucrânia, afirmou esta quarta-feira que não vê qualquer trégua tendo em conta as ações no terreno.

"Acreditamos mesmo nisso? Claro que não. A 'redução de atividade' na região de Chernhiv foi demonstrada pelo inimigo com ataques em Nizhyn, incluindo ataques aéreos, e ataques a Chernihiv", adiantou através do Telegram.

8h01 - Ucrânia exige retirada das tropas russas de Chernobyl e assinala perigo situação de perigo

As autoridades da Ucrânia alertam que há "perigo de explosão" na antiga central nuclear de Chernobyl e exigem que a Rússia se retire de imediato daquela área específica.

"Exigimos que o Conselho de Segurança da ONU tome medidas imediatas para desmilitarizar a zona de exclusão de Chernobyl e introduza uma missão especial (...) para eliminar o risco de repetição de uma catástrofe nuclear", afirmou hoje a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk.

7h33 - Alemanha lança "aviso antecipado" para possíveis interrupções no fornecimento de gás

A Alemanha lançou esta quarta-feira um "aviso antecipado" de uma possível emergência de fornecimento de gás. De acordo com o ministro alemão da Economia, medida foi projetada para preparar uma possível interrupção dos fluxos de gás natural vindo da Rússia.

De acordo com os planos de emergência, esta é a primeira de três etapas de alerta na Alemanha.

Em comunicado, o ministro alemão da Economia, Robert Habeck, adianta que a Alemanha está a monitorizar com atenção os fluxos de fornecimento com os operadores de mercado. 

"No entanto, devemos aumentar as medidas de precaução para estarmos preparados para uma escalada por parte da Rússia", acrescentou.

Ponto da situação

  • O Estado-Maior Geral das Forças Armadas da Ucrânia considera que as promessas de retirada por parte de Moscovo servem para enganar os ucranianos.

  • Moscovo anunciou na terça-feira, nas negociações em Istambul, o recuo nas cidades de Kiev e Chernihiv, prometendo reduzir "drasticamente" a presença nestas cidades e concentrar-se apenas na região do Donbass.

  • No entanto, os militares ucranianos acreditam que esta retirada será "provavelmente uma rotação de unidades individuais" com o objetivo de ludibriar a liderança militar ucraniana.

  • O Ministério da Defesa do Reino Unido adianta que as forças russas sofreram grandes perdas e foram forçadas a regressar à Bielorrússia e à Rússia para se reorganizarem e reabastecerem. Londres prevê que as forças russas compensem a capacidade terrestre mais reduzida com mais ataques de artilharia e com mísseis. 

  • O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reagiu com cautela às promessas de recuo por parte da Rússia. "Os ucranianos não são ingénuos". Apesar dos sinais "positivos" nas negociações que decorreram na terça-feira, na Turquia, estes "não apagam" o que se passou nas últimas semanas.

  • Também o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que só acredita quando vir "quais são as ações" de Moscovo, enquanto o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, salienta que há diferenças entre o que a Rússia diz e o que faz.

  • Líderes do Reino Unido, França, Alemanha e Itália também pedem ao Ocidente que não baixe a guarda contra Moscovo.