Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.
O chefe dos serviços de informação britânicos garante ter provas de que estes militares abateram acidentalmente uma aeronave russa. tem provas de que estes militares abateram acidentalmente uma aeronave russa.
Jeremy Fleming conclui que Vladimir Putin avaliou mal a situação no terreno e que os conselheiros do Kremlin têm receio de dizer a verdade ao presidente da Federação Russa.
00h00 - Autoridades ucranianas acusam russos de lançar bombas de fósforo em Marinka
"Os russos voltaram a usar hoje bombas de fósforo em Marinka [cidade que tinha 10 mil habitantes antes do início da guerra]", alertou o chefe da administração militar da região de Donetsk, Pavel Kyrylenko.
Moscovo também pede que Kiev garanta o "respeito incondicional" por este cessar-fogo local através de uma notificação escrita, a enviar aos russo, ao ACNUR e ao CICV antes das 06h00 de quinta-feira (03h00 GMT).
O porta-voz do Pentágono disse que há indícios de que o Kremlin procura contratar esses mercenários através do grupo Wagner, uma organização paramilitar privada com paramilitares e forças especiais chechenas.
John Kirby assegurou que o grupo Wagner - também apoiado pelo Kremlin - estaria a tentar recrutar os mercenários na Síria e em países do norte de África, como a Líbia, para os enviar para o Donbass, onde priorizou a sua operação militar.
O Presidente ucraniano afirmou que não acredita em nenhuma "frase bonita" por parte da Rússia sobre uma desescalada militar. Volodymyr Zelensky assegurou que o seu Exército preparado para novos confrontos no leste do país.
"Não acreditamos em ninguém, nem numa única frase bonita", atirou o chefe de Estado da Ucrânia numa mensagem de vídeo, em reação ao anúncio de Moscovo na terça-feira, que assegurou uma redução das ações militares no oeste ucraniano, em particular nas proximidades de Kiev.
Volodymyr Zelensky garantiu ainda que a Ucrânia não irá desistir de "lutar por cada metro" do seu território.
O presidente deste Conselho nomeou outras duas personalidades que farão parte da equipa: Jasminka Dzumhur, mediadora de direitos humanos da Bósnia-Herzegovina, e o colombiano Pablo de Greiff, que foi o primeiro relator especial das Nações Unidas para a promoção da verdade, justiça e restituições.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou em 04 de março uma resolução a favor de uma comissão internacional de inquérito sobre as violações dos direitos humanos na Ucrânia, após a invasão russa de 24 de fevereiro.
O chanceler alemão, comprometeu-se com acordo do G7 de que o fornecimento de energia da Rússia seria pago apenas em euros ou dólares, disse um porta-voz do governo alemão depois de Olaf Scholz ter falado com Vladimir Putin, esta quarta-feira.
O presidente russo disse a Scholz que nada mudaria para os parceiros europeus e os pagamentos ainda seriam feitos em euros e transferidos para o banco Gazprom, que não é afetado por sanções, e depois convertidos em rublos, disse o porta-voz alemão.
"Scholz não concordou com esse procedimento na conversa, mas pediu informações por escrito para entender melhor o procedimento", disse o porta-voz alemão, acrescentando que o acordo anterior do G7 se manteve.
As dúvidas da diplomacia internacional mantêm-se sobre o travar da ofensiva russa na Ucrânia. As negociações de paz prosseguem sem novidades.
Um ciberataque direcionado a uma rede de satélites usada pelo governo e agências militares da Ucrânia, logo após o início da invasão russa, também afetou dezenas de milhares de utilizadores de Internet em toda a Europa, foi hoje divulgado. O proprietário destes satélites, a Viasat, com sede nos Estados Unidos, revelou hoje novos detalhes sobre como ocorreu o maior ciberataque, conhecido desde o início da guerra na Ucrânia e o seu amplo impacto.
O ataque afetou utilizadores da Internet desde a Polónia à França e impediu o acesso remoto a milhares de torres eólicas na Europa Central, noticia a agência Associated Press (AP). No comunicado, a Viasat não apontou quem acredita ter sido o responsável pelo ataque, embora na altura as autoridades ucranianas tenham culpado ‘hackers’ russos.
A ação terrorista ocorreu no momento em que a Rússia estava a lançar a sua invasão à Ucrânia e foi considerada o início de uma vaga de ciberataques para além da zona de conflito. No entanto, até agora, estes ataques não se materializaram, embora investigadores sobre cibersegurança refiram que as operações cibernéticas mais impactantes relacionadas com a guerra estão a ocorrer “nas sombras”.
(agência Lusa)
Dois milhões de crianças tiveram de fugir da Ucrânia em busca de segurança noutros países e mais de 2,5 milhões estão deslocadas dentro do país devido à invasão militar da Rússia, anunciou hoje a UNICEF. De acordo com uma nota de imprensa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), 60% das crianças ucranianas estão agora longe das suas casas, numa altura em que os ataques às áreas urbanas continuam.
"A situação dentro da Ucrânia está a agravar-se. Como o número de crianças que fogem das suas casas continua a aumentar, devemos lembrar que cada uma delas precisa de protecção, educação, segurança e apoio", afirmou a Directora Executiva da UNICEF, Catherine Russell, na mesma informação à imprensa.
As crianças perfazem metade de todos os refugiados da guerra na Ucrânia, de acordo com a UNICEF e o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR). Mais de 1,1 milhões de crianças chegaram à Polónia, com centenas de milhares a chegar também à Roménia, Moldova, Hungria, Eslováquia e República Checa.
(agência Lusa)
Nas ruas de Kiev multiplicam-se as barreiras de betão. Alguns "check points" são operados por civis sem armas de fogo, como constataram os enviados especiais da RTP a Kiev, Cândida Pinto e David Araújo.
As sirenes voltam a tocar na capital ucraniana, o que revela que Vladimir Putin não terá desistido de derrubar Kiev. Além disso, não é visível uma retirada em larga escala das tropas russas que têm estado na cidade.
A Rússia voltou a bombardear Chernihiv e as imediações de Kiev. As autoridades ucranianas acusaram Moscovo de não ter cumprido o anúncio que fez nas negociações e parar significativamente as atividades militares à frente de Kiev.
A Ucrânia considera que o oligarca russo Roman Abramovich é um mediador eficaz entre Kiev e Moscovo, ajudando a evitar mal-entendidos entre os dois lados, disse o negociador ucraniano Mykhailo Podolyak, esta quarta-feira.
"Há muito se sabe no espaço dos media que ele é um mediador extremamente eficaz entre delegações e modera parcialmente o processo para que não haja mal-entendidos no início", disse Podolyak, numa entrevista televisiva.
A Ucrânia está a preparar sanções contra empresas que trabalham com o complexo militar-industrial da Rússia, disse a principal autoridade de segurança da Ucrânia. O secretário do Conselho de Segurança, Oleksiy Danilov, acrescentou que também estão a ser preparadas sanções contra empresas que "ajudam o orçamento russo a apoiar o exército".
As sanções internacionais contra a Rússia devem ser intensificadas e a Ucrânia deve ser mais apoiada com armamento enquanto as negociações de paz estão a decorrer, escreveu o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, no Facebook.
"A lógica é extremamente simples - quanto mais forte a Ucrânia for, melhor será qualquer acordo futuro", disse.
Vladimir Putin, apresentou ao primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, um sistema de pagamento do gás russo em rublos durante um telefonema entre os dois líderes, esta quarta-feira, informou o gabinete de Draghi. O presidente russo disse que, por causa das sanções financeiras impostas pelo Ocidente, planeia exigir o pagamento das exportações de energia em rublos, em vez de euros ou dólares.
A Itália é dependente do gás russo, e Draghi já tinha rejeitado esta forma de pagamento.
"A conversa centrou-se nas negociações entre a Rússia e a Ucrânia e os últimos desenvolvimentos", dizem os comunicados.
Draghi "sublinhou a importância de estabelecer um cessar-fogo o mais rápido possível”, acrescentando que os dois líderes concordaram que era uma boa ideia manter contato.
As forças russas estão a usar munições de fósforo e a bombardear zonas urbanas na linha da frente que separa o território controlado pela Ucrânia de áreas mantidas por forças apoiadas pela Rússia na região leste de Donetsk, afirmou o governador local.
Falando na televisão nacional, Pavlo Kyrylenko também disse que a última tentativa de retirar civis da cidade portuária sitiada de Mariupol provavelmente falhou, visto que os comboios de civis não estavam a ser permitidos.
Um acordo de paz entre Moscovo e Kiev terá que respeitar o território e a soberania da Ucrânia para que sejam aliviadas as sanções europeias contra a Rússia, disse o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.
"Um acordo de paz sob a ameaça de uma arma, com a perda do território e da soberania dos ucranianos, não é o caminho para voltar ao normal. Nem levará automaticamente ao alívio das nossas sanções", disse Rutte numdiscurso durante uma visita a Espanha.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) informou, esta quarta-feira, que já concedeu 24.880 pedidos de proteção temporária a cidadãos ucranianos e a cidadãos estrangeiros que residem naquele país, desde o início do conflito. Destes, 8.900 são menores.
O Ministério da Defesa da Rússia disse, esta quarta-feira, que os seus militares estão a reagrupar-se perto da capital da Ucrânia, Kiev, e da cidade de Chernihiv, no norte, a fim de se concentrar noutras regiões e completar a "libertação" da região separatista de Donbass, informaram agências de notícias russas.
Cerca de 80 civis foram mortos e na cidade de Mykolayiv, no sul da Ucrânia, desde que a Rússia invadiu o país, anunciou o prefeito local na televisão nacional, esta quarta-feira.
Oito cidadãos russos que beneficiaram de vistos ‘gold’ (vistos de investidor) do Reino Unido foram sancionados devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, indicou hoje o Governo britânico. De acordo com dados até ao final de 2021, "um total de oito cidadãos russos sujeitos a sanções do Reino Unido relacionadas com a invasão da Ucrânia foram identificados como titulares ou detentores (de vistos) como imigrante de Nível 1 (investidor) ou como dependente”, indicou a secretária de Estado do Interior, Susan Williams.
A informação foi dada em resposta a uma pergunta do partido da oposição Liberais Democratas.
“Durante demasiado tempo, o Governo estendeu o tapete vermelho aos comparsas de (Presidente russo Vladimir) Putin. Essas pessoas nunca deveriam ter conseguido comprar o acesso ao Reino Unido com riquezas ilícitas”, criticou a deputada Layla Moran.
Moran quer agora saber "quantos mais que receberam vistos ‘gold' devem a riqueza ao regime de Putin e porque é que o Governo não os sancionou também”. Estatísticas do Ministério do Interior mostram que o Reino Unido emitiu 2.581 vistos de investidor, designados por vistos Tier 1, também conhecidos por ‘golden visas', a cidadãos russos desde que o esquema foi introduzido em 2008.
A Eslováquia ordenou que a embaixada da Rússia expulsasse 35 funcinários, disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros esta quarta-feira, citando atividades inaceitáveis de outro diplomata russo.
O objetivo da medida é "estabelecer um número máximo de portadores de passaporte diplomático e de serviço nesta missão [russa]", disse Juraj Tomaga em comunicado. Já a 14 de março, a Eslováquia expulsou três funcionários da embaixada russa com base em informações do serviço secreto.
Desde a invasão russo, há cerca de cinco semanas, várias cidades ucranianas foram atingidas por ataques aéreos e bombardeamentos, nos quais morreram civis em atos que podem ser considerados crimes de guerra, afirmou Michelle Bachelet da Organização das Nações Unidas.
Bachelet, dirigindo-se ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, pediu à Rússia que retire as suas tropas de território ucraniano.
O primeiro-ministro britânico avisou hoje que o presidente russo “não é de confiança” quando questionado se o presidente francês, Emmanuel Macron, deve continuar a falar com Vladimir Putin sobre a guerra na Ucrânia.
“É muito importante que a unidade do Ocidente e da NATO seja recordada e priorizada. A questão da negociação com Vladimitir Putin e o valor dessas negociações está em aberto. Na minha opinião, claramente Putin não é de confiança”, afirmou, durante uma audição parlamentar esta tarde.
Boris Johnson vincou que é importante que “o que seja que venha a acontecer, deve ser aquilo que os ucranianos querem e cabe a eles decidir o futuro dele”.
A Polónia começa a ter dificuldades em dar resposta aos pedidos de alojamento dos refugiados ucranianos, mas são muitos os que querem ficar perto de casa para regressarem assim que for possível.
O Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU revelou hoje ter fornecido uma ajuda alimentar de urgência a um milhão de pessoas na Ucrânia, após a invasão do país pelas forças russas.
"Camiões, comboios e camionetas entregaram hoje alimentação às pessoas mais vulneráveis em todo o país e mais comboios (humanitários) são esperados nas próximas semanas", assegurou a agência da ONU, em comunicado.
Segundo o PAM, "mais de 6,5 milhões de pessoas" estão deslocadas no interior da Ucrânia e o acesso a alimentação representa "uma das três principais preocupações" da população, juntamente com a segurança e o abastecimento de combustível. O PAM pede agora aos doadores "590 milhões de dólares (528,35 milhões de euros) para apoiar 3,1 milhões de pessoas".
(agência Lusa)
Numa mensagem divulgada no Twitter, o presidente ucraniano afirmou ter conversado, esta quarta-feira, com o homólogo norte-americano sobre a situação na Ucrânia e as negociações com a Rússia.
“Falamos sobre o apoio defensivo específico, um novo pacote de sanções, ajuda macrofinanceira e humanitária”, detalhou Volodymyr Zelensky.
Just finished an hour-long conversation with @POTUS. Shared assessment of the situation on the battlefield and at the negotiating table. Talked about specific defensive support, a new package of enhanced sanctions, macro-financial and humanitarian aid.
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) March 30, 2022
“Os líderes discutiram como os Estados Unidos estão a trabalhar 24 horas por dia para atender às principais solicitações de assistência de segurança da Ucrânia, os efeitos críticos que essas armas tiveram no conflito e os esforços contínuos dos Estados Unidos com aliados e parceiros para identificar recursos adicionais para ajudar os militares ucranianos defendem seu país”, acrescenta a nota. “Além disso, o presidente Biden informou ao presidente Zelensky que os Estados Unidos pretendem fornecer ao governo ucraniano 500 milhões de dólares em ajuda financeira direta”.
O presidente norte-americano revisou ainda “as sanções adicionais e a assistência humanitária anunciadas na semana passada”. Por seu lado, o chefe de Estado ucraniano atualizou o estado das “negociações da Ucrânia com a Rússia”.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) visitou, esta quarta-feira, a central nuclear de Konstantinovka, no sul da Ucrânia, para disponibilizar "assistência técnica" no contexto da guerra, num país com um enorme parque nuclear. Desde o início da ofensiva militar russa, Rafael Grossi tem alertado para os perigos desta guerra, a primeira num país com uma grande capacidade nuclear - 15 reatores em quatro centrais em atividade e vários depósitos de resíduos nucleares.
"É vital estar no terreno para prestar apoio eficaz neste momento extremamente difícil", escreveu numa mensagem no Twitter o chefe da agência para o nuclear da ONU, que chegou terça-feira à Ucrânia.
"Estou na central elétrica do sul da Ucrânia para me encontrar com os seus funcionários e responsáveis do governo ucraniano", mencionou na mensagem, onde as imagens o mostram a apertar a mão a funcionários do local, cuja "resistência" elogiou.
"Queria dizer-vos que estamos aqui convosco, prontos para ajudar em tudo e de todas as formas possíveis ", sublinhou o chefe da AIEA.
I'm at South #Ukraine Nuclear Power Plant to meet Ukrainian gov't officials and staff, and start @IAEAorg technical assistance for safety and security of country’s nuclear facilities. Vital to be on the ground to provide effective support to 🇺🇦 in these extremely difficult times. pic.twitter.com/LqcR23SXgK
— Rafael MarianoGrossi (@rafaelmgrossi) March 30, 2022
A Agência espera ser capaz de enviar rapidamente especialistas para o local e entregar o equipamento necessário para garantir a segurança das instalações.
"Já evitámos por pouco vários incidentes. Não podemos perder mais tempo", disse o chefe da AIEA.
Dirigindo-se a Olaf Scholz, Vladimir Putin disse que o pagamento em rublos pelas exportações de gás russo, agora exigido por Moscovo, não deve prejudicar os clientes europeus.
"Esta decisão não deve levar a uma deterioração das condições dos contratos das empresas europeias que importam gás russo", disse Putin, segundo um comunicado do Kremlin sobre a conversa telefónica com o chanceler alemão.
O primeiro-ministro britânico pediu, esta quarta-feira, que se continue “a intensificar as sanções" contra a Rússia até à retirada de todos os soldados russos na Ucrânia.
"Não podemos esperar que o G7 levante as sanções só porque há um cessar-fogo", disse Boris Johnson perante o parlamento britânico. "Devemos continuar a intensificar as sanções (...) até que cada um” dos soldados russos esteja "fora da Ucrânia", acrescentou.
As forças russas e ucranianas estão a combater nas ruas da cidade de Popasne, no leste da Ucrânia, segundo afirmou o governador regional, esta quarta-feira.
Serhiy Haidai, governador da região de Luhansk, disse à Reuters que as forças russas estão a tentar avançar na região.
"Esperamos uma escalada. Eles vão tentar alcançar os limites da região de Luhansk", disse Haidai.
O Reino Unido não pretende mudar o regime político da Rússia nem destituir o presidente Vladimir Putin, assegurou o primeiro-ministro britânico, afirmando que o objetivo é ajudar a proteger os ucranianos na guerra.
"Eu entendo as frustrações que as pessoas sentem em relação a Putin e desejar uma mudança de Governo em si não é algo ignóbil. Esse é o objetivo de muitas políticas democráticas", disse Boris Johnson esta quarta-feira.
"Mas vamos ser absolutamente claros, não é o objetivo do Governo do Reino Unido, e é muito, muito importante que todos entendam isso. Estamos simplesmente a preparar-nos para ajudar a proteger o povo da Ucrânia e protegê-lo contra a violência absolutamente bárbara e irracional”.
Um funcionário norte-americano, citado pela agência Reuters sob condição de anonimato, disse que o presidente russo, Vladimir Putin, está a ser “mal informado” pelos seus assessores acerca do desempenho russo na guerra com a Ucrânia e do impacto das sanções do Ocidente na economia russa.
"Acreditamos que Putin está a ser mal informado pelos seus conselheiros sobre o mau desempenho dos militares russos e como a economia russa está a ser prejudicada pelas sanções, porque os seus conselheiros têm muito medo de lhe dizer a verdade", disse o funcionário norte-americano.
A CNN, que cita a mesma fonte, avança ainda que os EUA têm informações que indicam que Putin ficou a saber que lhe estavam a omitir informação, o que provocou um clima de tensão entre o presidente russo e os seus principais funcionários do Ministério da Defesa (MOD).
“Temos informações de que Putin se sentiu enganado pelos militares russos. Agora há uma tensão persistente entre Putin e o Ministério da Defesa, decorrente da desconfiança de Putin na liderança do MOD", disse o funcionário dos EUA.
O porta-voz do Ministério ucraniano da Defesa, Oleksandr Motuzyanyk, alertou esta quarta-feira que as forças russas na Ucrânia estão a reagrupar-se e a preparar novas operações ofensivas.
"Os principais esforços [da Rússia] estão concentrados em cercar as forças ucranianas no leste da Ucrânia", disse Motuzyanyk, acrescentando que a Rússia ainda está a tentar tomar a cidade portuária de Mariupol, no sul, e as cidades de Popasna e Rubizhne.
"Ela [a Rússia] está a prepar-se para retomar as operações ofensivas", disse Motuzyanyk, acrescentando que o comando das forças armadas da Ucrânia observou alguns movimentos das forças russas para longe das regiões de Kiev e Chernihiv, mas não considera que seja uma retirada em massa.
Após a nova ronda de negociações que decorreu na terça-feira em Istambul, o principal negociador russo disse hoje que Kiev mostrou abertura às principais exigências de Moscovo. Vladimir Medinsky diz que se Ucrânia cumprir com as suas promessas, "a ameaça de uma fortaleza da NATO" em Kiev será removida.
Medinsky acrescentou, no entanto, que a posição da Rússia acerca de Donbass e da Crimeia permanece inalterada.
Esta quarta-feira, Mykhailo Podolyak, elemento da delegação ucraniana envolvida nas negociações, disse ter ficado com "uma impressão otimista" após as conversações com os negociadores russos.
O Kremlin anunciou esta quarta-feira que o pagamento de gás russo em rublos, exigido por Moscovo em resposta às sanções ocidentais, será feito gradualmente.
"Já conversamos sobre isso, o pagamento e entrega [de gás] é um processo prolongado ao longo do tempo", disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, esta quarta-feira.
Na semana passada, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que a Rússia não aceitaria mais pagamentos em dólares ou em euros para entregas de gás a “países hostis”, dando às autoridades russas uma semana para elaborar um novo sistema de pagamento em rublos.
Na quinta-feira, o governo russo, o Banco Central e a gigante russa do gás Gazprom deverão apresentar a Vladimir Putin um relatório sobre o novo sistema de pagamento. No entanto, Peskov explicou que este novo sistema não entrará totalmente em vigor esta quinta-feira.
"Não estamos a falar em entregar amanhã e ser pago à noite. Não, é um processo mais longo", disse Peskov.
Peskov deu ainda a entender que outros produtos poderão também passar a ser pagos em rublos. “É uma ideia que, claro, deve ser estudada”, disse Peskov, enquanto respondia a uma pergunta sobre a possibilidade de essa medida se aplicar, em particular às exportações russas de cereais, carvão, petróleo e madeira.
Esta quarta-feira, o presidente da câmara baixa do Parlamento russo, Vyacheslav Volodin, também sugeriu que a lista de produtos exportados a ser paga em rublos deveria ser alargada. "Fertilizantes, sementes, óleo alimentar, petróleo, carvão, metais, madeira", exemplificou.
Mykhailo Podolyak, elemento da delegação ucraniana envolvida nas negociações, adiantou hoje que o país poderá votar um acordo de paz com a Rússia em referendo.
No entanto, esse plesbicito só acontecerá se Moscovo recuar para as posições anteriores à da invasão iniciada a 24 de fevereiro.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) já concedeu, desde o início do conflito na Ucrânia, 24.765 pedidos de proteção temporária a cidadãos ucranianos e a cidadãos estrangeiros que residem naquele país.
BREAKING: "Russia always lies. They're saying 'reducing intensity,' they actually have increased the intensity of strikes. Today we have a colossal attack on the center of Chernihiv."
— John Berman (@JohnBerman) March 30, 2022
--Chernihiv's Mayor on Russian promises to reduce military activity.pic.twitter.com/LvLLgvqqsp
Um edifício do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) foi alvo de bombardeamentos russos em Mariupol, uma cidade portuária estratégica no sudeste da Ucrânia, disse um funcionário ucraniano esta quarta-feira.
"Os ocupantes bombardearam deliberadamente um edifício do CICV em Mariupol", escreveu no Telegram Lioudmyla Denisova, responsável pelos Direitos Humanos no Parlamento ucraniano.
A Noruega enviou mais armas para a Ucrânia para ajudar o país a se defender contra a invasão da Rússia, disse o Ministério norueguês da Defesa esta quarta-feira.
A última remessa, que já foi concluída, é de 2.000 armas antitanque M72. A Noruega já tinha enviado outras duas mil armas antitanque para a Ucrânia.
O governo holandês vai pedir aos cidadãos que usem menos gás, mas ainda não irá ativar o seu plano de emergência, depois de a Alemanha ter lançado esta quarta-feira um "aviso antecipado" de uma possível emergência de fornecimento de gás.
"Tendo em vista a decisão alemã, revimos o nosso plano de segurança de gás. Não vamos acionar o plano porque só daremos esse passo quando houver uma escassez física real ou uma ameaça aguda de que isso aconteça", disse Tim van Dijk, porta-voz do Ministério da Economia à Reuters.
A Ucrânia concordou com um empréstimo de 15 anos avaliado em 300 milhões de euros com a França, anunciou o ministro ucraniano das Finanças, Serhiy Marchenko, esta quarta-feira.
Marchenko afirmou que a invasão da Ucrânia pela Rússia provou uma queda das receitas alfandegárias para 6,7 mil milhões de hryvnias (229 milhões de dólares), contra uma expectativa pré-guerra de 32 mil milhões de hryvnias (1,09 mil milhões de dólares).
- Depois do otimismo a terça-feira, a possibilidade de um acordo entre Moscovo e Kiev parece agora mais distante. Na sequência das negociações que decorreram na terça-feira, em Istambul, e das propostas “substanciais” da equipa ucraniana, a Rússia anunciou que iria recuar nas cidades de Kiev e Chernihiv, prometendo reduzir “drasticamente” a presença nestas cidades para se concentrar apenas na região do Donbass, ainda que nada disto aponte para um cessar-fogo.,
- No entanto, menos de 24 horas depois, a hipótese de um recuo no conflito não se verifica no terreno. As autoridades ucranianas adiantam que os combates prosseguem em Kiev e que a cidade de Chernihiv foi bombardeada durante a noite.
- De acordo com os militares ucranianos, esta alegada retirada será "provavelmente uma rotação de unidades individuais" com o objetivo de ludibriar a liderança militar ucraniana. O Estado-Maior Geral das Forças Armadas da Ucrânia considera que as promessas de retirada por parte de Moscovo servem para enganar os ucranianos.
- No mesmo sentido, o Ministério da Defesa do Reino Unido adianta que as forças russas sofreram grandes perdas e foram forçadas a regressar à Bielorrússia e à Rússia para se reorganizarem e reabastecerem. Londres prevê que as forças russas compensem a capacidade terrestre mais reduzida com mais ataques de artilharia e com mísseis.
- Esta manhã, o assessor presidencial de Zelensky, Oleksiy Arestovych, indicou na televisão ucraniana que a Rússia está a deslocar forças do norte para o leste da Ucrânia de forma a tentar cercar as tropas ucranianas. Refere que Moscovo pretende manter alguns meios na capital de forma a segurar no local parte das forças armadas ucranianas e impedir que estas reforcem a frente oriental.
- As perspetivas negativas surgem também no campo diplomático. Após o breve otimismo de terça-feira, o Kremlin veio hoje afirmar que não houve propostas “promissoras” ou “avanços” significativos. O porta-voz Dmitry Peskov saudou o envio de propostas “concretas” e por escrito, mas considera que “ainda há muito trabalho a fazer”.
- A nível humanitário, o número de ucranianos que fugiram do país desde o início do conflito ultrapassou hoje a barreira dos quatro milhões, segundo os dados da Agência das Nações Unidas para os Refugiados. Aquando da invasão, a população ucraniana chegava aos 44 milhões. Assim sendo, praticamente 10 por cento já abandonou o país em 34 dias de guerra.
Alemanha ativa plano de emergência para garantir fornecimento de gás https://t.co/qWn09jDGrY
— RTPNotícias (@RTPNoticias) March 30, 2022
- O Estado-Maior Geral das Forças Armadas da Ucrânia considera que as promessas de retirada por parte de Moscovo servem para enganar os ucranianos.
- Moscovo anunciou na terça-feira, nas negociações em Istambul, o recuo nas cidades de Kiev e Chernihiv, prometendo reduzir "drasticamente" a presença nestas cidades e concentrar-se apenas na região do Donbass.
- No entanto, os militares ucranianos acreditam que esta retirada será "provavelmente uma rotação de unidades individuais" com o objetivo de ludibriar a liderança militar ucraniana.
- O Ministério da Defesa do Reino Unido adianta que as forças russas sofreram grandes perdas e foram forçadas a regressar à Bielorrússia e à Rússia para se reorganizarem e reabastecerem. Londres prevê que as forças russas compensem a capacidade terrestre mais reduzida com mais ataques de artilharia e com mísseis.
- O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reagiu com cautela às promessas de recuo por parte da Rússia. "Os ucranianos não são ingénuos". Apesar dos sinais "positivos" nas negociações que decorreram na terça-feira, na Turquia, estes "não apagam" o que se passou nas últimas semanas.
- Também o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que só acredita quando vir "quais são as ações" de Moscovo, enquanto o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, salienta que há diferenças entre o que a Rússia diz e o que faz.
- Líderes do Reino Unido, França, Alemanha e Itália também pedem ao Ocidente que não baixe a guarda contra Moscovo.