Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.
O presidente da Ucrânia diz que as negociações com a Rússia continuam e que quer o que sempre quis: o fim da guerra.
No habitual discurso ao mundo, que fez há instantes, Volodymyr Zelensky condenou também o ataque ao teatro de Mariupol, onde estariam escondidas centenas de pessoas.
A notícia foi avançada pelo Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia.
Este ataque provocou um incêndio no edifício de 3.600 metros quadrados, que ficou completamente destruído.
Mais de cinquenta bombeiros estiveram a combater o fogo provocado pelo bombardeamento desse mercado.
Os Estados Unidos criaram uma 'task force' que pretende trabalhar com países aliados para "apreender e congelar" os iates, propriedades ou outros bens das elites da Rússia, em resposta à invasão russa da Ucrânia.
Esta 'task force' vai trabalhar com outros países aliados para investigar e processar oligarcas e indivíduos aliados do Presidente russo, Vladimir Putin.
Até agora, estão a ser investigados 50 indivíduos, sendo que 28 nomes já foram divulgados.
O diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações diz que a capacidade para acolher refugiados está esgotada e que, nas próximas semanas, haverá mais pessoas a sair da Ucrânia. António Vitorino admite mesmo que o número de deslocados possa duplicar.
O chanceler alemão pede a Vladimir Putin que "acabe com esta guerra horrível já". Olaf Scholz reafirma o apoio da Alemanha à Ucrânia.
As forças russas libertaram o autarca da cidade de Melitopol, em troca de nove soldados russos. Ivan Fedorov está agora em liberdade, depois de pressões do Ocidente e de vários protestos na Ucrânia. O presidente russo falou com o autarca, ao telefone, horas mais tarde.
A Federação Russa garantiu que ordenou o pagamento dos juros da sua dívida em dólares vencida naquele dia, de 117,2 milhões, mas não garantiu que os credores os recebam devido às sanções de que é objeto.
"A possibilidade ou impossibilidade de cumprir as nossas obrigações em divisa estrangeira não depende de nós. Nós temos o dinheiro e temos pagado. Agora, a bola está no campo dos EUA", disse o ministro russo das Finanças, Anton Siluanov, à RT.
Se não pagar o cupão desta emissão nos termos estabelecidos, seria a primeira vez que a Federação Russa incumpriria o pagamento da dívida externa desde a Revolução Bolchevique, de 1917.
A central nuclear de Zaporizhzhia, controlada pelas forças russas, perdeu ligação com mais uma linha de fornecimento de energia, mas existem ainda duas que garantem a operacionalidade dos sistemas de segurança, revelou hoje a Agência Internacional de Energia Atómica.
A agência nuclear da ONU (AIEA) recebeu a informação, por parte das autoridades ucranianas, que a maior central nuclear da Europa, no sul da Ucrânia, perdeu a ligação com outra das cinco linhas de alta tensão, quatro principais e uma de reserva, que fornecem eletricidade.
O regulador nuclear ucraniano referiu à AIEA que não está claro o que causou o corte no fornecimento nas instalações que há 12 dias são controladas pelas forças russas que invadiram a Ucrânia.
A polícia russa de telecomunicações, Roskomnadzor, atualizou hoje para pelo menos 30 'sites' de meios de comunicação bloqueados, enquanto Moscovo reforça o controlo de informações publicadas na Internet sobre o conflito na Ucrânia.
Ao final do dia de hoje, as autoridades russas adiantaram que bloquearam o 'site' da televisão britânica BBC e prometeram outras retaliações na "guerra da informação", iniciada, de acordo com o Kremlin, pelo Ocidente.
O regulador Roskomnadzor "bloqueou o 'site' da BBC News na Rússia", indicou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, em mensagens no Telegram.
"Penso que isto é apenas o início da resposta à guerra de informação lançada pelo Ocidente contra a Rússia", acrescentou.
A meio da tarde, foi anunciado que o Roskomnadzor havia bloqueado hoje os 'sites' de pelo menos mais 15 meios de comunicação.
Três navios com bandeira do Panamá foram atingidos por mísseis russos no Mar Negro desde o início da invasão da Ucrânia por Moscovo, disse hoje a Autoridade Marítima desse país da América Central.
A entidade assegura que um dos navios afundou, mas não foram registadas vítimas mortais.
O Ministério Público francês abriu um inquérito para averiguar um possível crime de guerra na morte, segunda-feira, na Ucrânia, de Pierre Zakrzewski, jornalista franco-irlandês, indicou hoje fonte oficial à agência France-Presse.
O inquérito foi aberto devido à nacionalidade francesa do jornalista, cuja morte resulta num "atentado voluntário à vida de uma pessoa protegida pelo direito internacional", precisou o Ministério Público da área do antiterrorismo (Pnat), competente em matéria de crimes contra a Humanidade.
A morte de Zakrzewski também pode ser considerada, legalmente, um "ataque deliberado contra uma pessoa civil que não participa diretamente nas hostilidades", acrescentou a mesma fonte.
A União Europeia quer trabalhar com os Estados Unidos para "reconstruir" a Ucrânia após a guerra iniciada pela Rússia, disse hoje o vice-presidente da Comissão Europeia para as Relações Interinstitucionais, Maros Sefcovic, numa visita a Washington.
Durante uma conferência de imprensa, Maros Sefcovic afirmou que a visita do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Bruxelas (Bélgica) na próxima semana é "muito importante" não apenas para discutir o caminho atual do conflito, mas para se preparar o futuro.
"Vamos ter de cooperar juntos para, espero, mais cedo ou mais tarde, reconstruir a Ucrânia. Vou precisar de um enorme apoio para reconstruir as casas, a infraestrutura e atrair investimentos", indicou.
O dirigente também defendeu a manutenção de "contacto permanente" com Washington para monitorizar o funcionamento das sanções e detetar se há "lacunas".
Cinco corpos, incluindo de três crianças, foram encontrados nos escombros de um prédio habitacional atingido por um ataque russo em Cherniguiv, no norte da Ucrânia, revelou hoje fonte da proteção civil.
"Ao limpar os escombros de um prédio, os socorristas retiraram cinco corpos, incluindo os de três crianças", referiram os serviços de emergência através da rede social Telegram.
As Forças Armadas ucranianas publicaram também fotos do edifício destruído, noticiou a agência France Presse (AFP).
Também nesta localidade a norte de Kiev pelo menos dez pessoas morreram hoje, quando tropas russas dispararam sobre civis que se encontravam na fila para comprar pão, indicaram as autoridades ucranianas.
O Ministério Público ucraniano determinou a abertura de uma investigação sobre "homicídios premeditados" cometidos com "armas de fogo".
Cherniguiv, localidade estratégica localizada ao norte de Kiev e perto da fronteira com a Bielorrússia, país aliado da Rússia, tem sido fortemente bombardeada pela Força Aérea russa desde o início da invasão de Moscovo da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Segundo o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, 103 crianças foram mortas desde o início do conflito e mais de uma centena de hospitais foram danificados ou destruídos.
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) vai deixar de examinar os processos judiciais contra a Rússia, depois daquele país ter sido expulso do Conselho da Europa, com a aprovação do Comité de Ministros, foi hoje anunciado.
Numa declaração hoje divulgada, o TEDH adiantou que "decidiu suspender a análise de todas as reclamações contra a Rússia" enquanto são avaliadas as consequências jurídicas para o trabalho do Tribunal decorrentes da expulsão russa do Conselho da Europa.
O artigo 58.º da Convenção Europeia dos Direitos do Homem prevê um prazo de seis meses para continuar a analisar os casos a partir do momento em que um Estado abandona a Convenção ou deixa de ser membro do Conselho da Europa.
A partir de 1.º de janeiro deste ano, a Rússia era o país com mais processos pendentes no Tribunal de Estrasburgo, com 17.013, 24,2% do total. Por outras palavras, quase um em cada quatro casos pendentes está relacionado à Rússia.
Só no ano passado, quase 10.000 ações judiciais foram recebidas contra a Rússia.
A Moldova, colada a Odessa, é um país pequeno e pobre, sem grande capacidade logística para acolher os ucranianos que estão em fuga da guerra.
Há centenas de pessoas a regressar à Ucrânia. Muitas querem combater. Outras não receberam apoio suficiente dos países de acolhimento.
À Roménia e Moldova chegam muitos fugitivos das cidades mais atacadas. A enviada-especial da RTP Rosário Salgueiro esteve com uma família acabada de chegar de Kharkiv.
A guerra na Ucrânia levou um apresentador de televisão a tornar-se angariador de material para o exército ucraniano. O apresentador criou um movimento de voluntários e já angariou milhões para a compra de drones, coletes anti-bala e outros materiais para a frente de combate.
Os enviados-especiais da RTP a Kiev, Cândida Pinto e David Araújo, foram conhecê-lo.
O correspondente da RTP em Moscovo, Evgueni Mouravitch, foi obrigado a sair da Rússia devido à nova lei de limitação de liberdade de expressão devido à guerra.
Entrevistado por José Rodrigues dos Santos no Telejornal, analisou os últimos desenvolvimentos nas negociações que abrem a porta a um plano de paz.
Mouravitch acredita que o Kremlin está a procurar uma saída para o conflito e de algo que lhe permita apresentar como conquista.
O jornalista acrescenta que a campanha não está a decorrer como provavelmente esperavam os russos, mesmo se só o presidente Vladimir Putin saiba mesmo o que pretendia com a ofensiva.
"A situação parece estar num impasse e qualquer coisa que permita a Putin salvar a face será bem vinda para resolver a campanha", afirma o correspondente da RTP.
O secretário-geral da NATO disse que os esforços diplomáticos estão a dar frutos porque a Ucrânia resiste no campo de batalha.
Os ministros da Defesa da aliança reafirmaram o apoio político e militar a Kiev, como constatou o correspondente da RTP em Bruxelas, Duarte Valente.
A OMS acusou a Rússia de ter lançado 43 ataques contra hospitais ucraniano, desde o início da guerra.
A situação permanece muito crítica em Mariupol, onde apenas uma unidade de saúde está a receber as vítimas da guerra, depois dos bombardeamentos que alvejaram uma maternidade e um hospital.
Perto de 30 mil pessoas conseguiram sair de Mariupol, mas apenas três mil chegaram ao destino: a cidade de Zaporíjia.
Esboço de plano de paz é recebido com ceticismo pela Ucrânia que exige garantias de segurança e de soberania.
A Rússia pretende que a Ucrânia se torne um país neutro e desmilitarizado, algo que o Governo ucraniano não estará disposto a arriscar.
A análise da enviada especial da RTP a Kiev, Cândida Pinto.
O Congresso dos Estados Unidos aplaudiu de pé o presidente da Ucrânia.
Num discurso emotivo feito por videoconferência, Volodymyr Zelensky pediu mais armas e uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia.
O presidente Joe Biden descreveu depois Vladimir Putin como um criminoso de guerra.
O presidente dos Estados Unidos descreveu Vladimir Putin como um "Criminoso de guerra". É a primeira-vez que Joe Biden usa o termo para se referir ao presidente russo desde o início da guerra.
Biden foi questionado por vários jornalistas no fim de uma conferência de imprensa e na altura não respondeu, mas logo a seguir, num convívio informal, acabou por dar a resposta.
O Kremlin já reagiu, considerando as palavras do Presidente dos EUA "inaceitáveis e imperdoáveis".
Pode ser um esboço de paz. Fontes ligadas às negociações entre a Ucrânia e a Rússia revelaram que os dois países têm um esboço de plano para acabar com guerra.
As fontes dizem que o plano prevê a suspensão dos combates e a retirada das tropas russas, em troca da não entrada da Ucrânia na NATO.
Mas em Kiev há receios de que Moscovo esteja apenas a tentar ganhar tempo para reagrupar as suas forças e lançar um novo ataque.
Um porta-voz do Kremlin condenou esta quarta-feira as declarações de Joe Biden que hoje chamou Vladimir Putin de "criminoso de guerra".
Dmitry Peskov disse, de acordo com a agência estatal de notícias russa TASS, que os comentários de Biden são "retórica inaceitável e imperdoável".
Estão na sombra da guerra e dizem que o trabalho ainda não começou verdadeiramente. Em Lviv, centenas de psicólogos estão a dar apoio aos que fogem do conflito.
Há crianças em stress, idosos com enorme sentimento de perda que vêm de todas as zonas do país. Os psicólogos admitem que o pior ainda está para vir
A reportagem é do enviado especial da Antena 1 Luís Peixoto.
O presidente norte-americano disse esta quarta-feira que o presidente russo Vladimir Putin é um "criminoso de guerra", em conversa com repórteres na Casa Branca.
BREAKING: Pres. Biden calls Russian Pres. Vladimir Putin a " war criminal." https://t.co/ORuOYE3lBs pic.twitter.com/9XHbwoCZrq
— ABC News (@ABC) March 16, 2022
De acordo com a imprensa americana, é a primeira vez que Joe Biden utiliza esta expressão para falar sobre o presidente da Rússia.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras amunciaram esta quarta-feira que foram realizados a Portugal cerca de 11.803 pedidos de estatuto de proteção temporária, desde o início da invasão russa na Ucrânia, em informação avançada pela RTP.
Trata-se de cidadãos que estavam na Ucrânia e são de várias nacionalidades.
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse vão ser implementados sistemas de financiamento para ajudar na integração dos jovens ucranianos no sistema de ensino. "A Ucrânia terá o apoio da União Europeia".
Um funcionário do gabinete de Volodymyr Zelensky anunciou esta quarta-feira que o presidente da Câmara de Melitopol foi libertado pelas tropas russas, de acordo com a agência de notícias Reuters.
"O presidente da Câmara de Melitopol, Ivan Fedorov, foi libertado do cativeiro russo", revelou Andriy Yermak numa publicação online. Feforov estava detido desde a última sexta-feira.
O ministro da Defesa da Federação Russa veio a público negar que as tropas russas tenham bombardeado um teatro na cidade de Mariupol onde estavam centenas de pessoas abrigadas, numa informação avançada pela agência noticiosa RIA.
Um teatro em Mariupol que servia de abrigo para civis foi bombardeado esta quarta-feira pelas forças russas, avança a Reuters.
Serhiy Orlov, vice-presidente da autarquia de Mariupol, disse à BBC que estima que no teatro estivessem entre 1.000 e 1.200 pessoas. Até agora, não é conhecido o número de vítimas.
O Canadá vai proibir a entrada de aeronaves bielorrussas no seu espaço aéreo, em resposta ao apoio à invasão da Ucrânia pela Rússia, anunciou o ministro canadiano dos Transportes, Omar Alghabra.
We are prohibiting Belarusian aircraft from entering Canadian airspace in response to their support for Russia's unprovoked aggression in Ukraine.
— Omar Alghabra (@OmarAlghabra) March 16, 2022
Numa declaração na Casa Branca, Joe Biden acusou a Rússia de estar a “impor morte e sacrifício, e a destruir zonas residenciais e hospitais”. Na terça-feira, segundo o presidente dos Estados Unidos, foram divulgados relatórios que indicavam que as forças russas mantêm reféns médicos e profissionais de saúde na Ucrânia.
“É um ataque sem precedentes”, lamentou.
“A NATO e os seus aliados estão empenhadíssimos em promover todo o apoio possível e estamos também a tentar impedir e a atacar severamente a economia russa para que não consigam continuar a avançar”, afirmou Biden, acrescentando que os EUA estão a aceder ao pedido de ajuda e de mais armamento da Ucrânia.
É preciso garantir, disse, que a Ucrânia tem “todo o equipamento necessário de forma a contra-atacar os ataques russos”, como helicópteros ou drones.
“Enviámos 60 milhões de dólares em armamento”, referindo que haverá um investimento adicional.
Tudo isto, segundo Biden, demonstra uma vontade de mandar uma “mensagem muito clara de apoio à Ucrânia”, com os nossos aliados.
“Esta batalha pode ser muito longa e difícil, mas o povo norte-americano está pronto a dar apoio ao povo ucraniano e a condenar Putin pelo ataque às populações civis. E vamos continuar a apoiar a luta da Ucrânia pela democracia”, afirmou, acrescentando que foram aprovados 300 milhões de dólares em ajuda humanitária.
O objetivo dos EUA e dos aliados é garantir que “Putin fica isolado” e que pague “o preço pelo que tem feito”.
“Temos de lutar contra a vontade de um autocrata e pelos desejos de um povo que quer ser livre”.
O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) decidiu esta quarta-feira, por 13 votos contra dois, exigir que a Rússia "suspenda imediatamente as operações militares" na Ucrânia.
"A Federação Russa deve garantir que qualquer unidade militar ou grupo armado ilegal que apoie (...) evite tomar medidas que encorajem operações militares" na Ucrânia, disse o presidente do TIJ, Joan Donoghue, durante a leitura pública da ordem judicial.
Os juízes decidiram ainda, por unanimidade, pedir a Moscovo e à Ucrânia que "se abstenham de qualquer ação que possa agravar ou prolongar a disputa perante o tribunal".~
"O TIJ ordenou que parasse imediatamente a invasão. A ordem é vinculativa sob o direito internacional. A Rússia deve cumprir imediatamente. Ignorar a ordem isolará ainda mais a Rússia", acrescentou.
Ukraine gained a complete victory in its case against Russia at the International Court of Justice. The ICJ ordered to immediately stop the invasion. The order is binding under international law. Russia must comply immediately. Ignoring the order will isolate Russia even further
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) March 16, 2022
Vladimir Putin comparou as sanções contra a Rússia a perseguições antissemitas e prometeu ajudar os alvos da reação ocidental à invasão da Ucrânia, que qualificou como um sucesso.
"A operação [na Ucrânia] está a ser realizada com sucesso, em estrita conformidade com os planos preestabelecidos", disse Putin durante uma reunião governamental transmitida pela televisão, segundo relato da agência francesa AFP.
Putin reafirmou que Moscovo não tenciona ocupar a Ucrânia e que ordenou a ofensiva porque tinham sido esgotadas "todas as opções diplomáticas".
Referiu ter "todas as razões para acreditar" que "componentes de armas biológicas" estavam a ser desenvolvidos na Ucrânia e que não poderia deixar que o país vizinho fosse usado para "ações agressivas contra a Rússia".
"Simplesmente, não tínhamos quaisquer opções para resolver o problema pacificamente", afirmou.
Putin disse que o Ocidente "deixou cair a máscara" ao decretar sanções contra a Rússia na sequência da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, que Moscovo designa oficialmente como uma "operação militar especial".
"O Ocidente deixou cair a máscara da decência e começou a agir de uma forma odiosa. Os paralelos com os `pogrom` antissemitas são óbvios", disse Putin, recorrendo a um termo russo usado para descrever perseguições contra os judeus ao longo da História.
Putin ordenou a invasão da Ucrânia para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho.
O diálogo entre ucranianos e russos estará agora em patamares mais realistas e há esperanças nas negociações neste 21.º dia do conflito.
A guerra na Ucrânia já causou 43 ataques contra instalações de saúde, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, mais de 300 instalações de saúde ucranianas estão na linha do conflito ou em áreas que a Rússia passou a controlar e outras 600 estão a 10 quilómetros da linha do conflito.
"Enormes quantias de dinheiro estão a ser gastas em armas", criticou, assinalando que a OMS apenas obteve oito milhões de dólares (7,2 milhões de euros) de um total de 57,5 milhões de dólares (52,3 milhões de euros) de financiamento solicitado para a assistência sanitária à Ucrânia.
Até à data, a OMS enviou para a Ucrânia cerca de 100 toneladas de material médico, incluindo "kits" de transfusão de sangue, desfibrilhadores, insulina, oxigénio e anestésicos. O diretor-executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Mike Ryan, sublinhou que ataques contra instalações de saúde na Ucrânia e noutras partes do mundo são "totalmente inaceitáveis" e violam o direito humanitário internacional.
De acordo com Ryan, não se trata apenas de "destruir edifícios", mas de "destruir a esperança" de as pessoas serem tratadas.
Uma informação dá conta que Moscovo e Kiev poderão ter chegado a um princípio de entendimento na quarta ronda de negociações. Esse princípio de entendimento é avançado na edição online do Financial Times.
O acordo pressupõe um cessar-fogo e a retirada das tropas russas da Ucrânia.
Implica também que Kiev desista de aderir à NATO e reconheça as limitações nas forças armadas.
A guerra na Ucrânia fez pelo menos 726 mortos e 1.174 feridos entre a população civil nos primeiros 20 dias de combates, indicou hoje o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. A agência da ONU sublinhou que estes são os números dos casos já confirmados, mas que o número real de vítimas da invasão russa da Ucrânia deverá ser muito superior.
Entre os mortos, há pelo menos 104 mulheres e 52 crianças, ao passo que no balanço de feridos foram contabilizadas pelo menos 77 mulheres e 63 menores de idade, segundo os números diariamente atualizados pelo organismo dirigido por Michelle Bachelet.
A Ucrânia já deteve cerca 1.000 invasores russos, disse Volodymyr Zelensky, numa reunião com o procurador do Tribunal Penal Internacional Karim Khan, que está a investigar alegações de crimes de guerra cometidos pela Rússia.
"Temos pessoas, cerca de 1.000 prisioneiros; temos provas em vídeo e tudo que eles [prisioneiros] contaram sem qualquer pressão", disse Zelensky, assegurando existirem evidências que devem ser levadas à Justiça.
"Todos os criminosos que trouxeram sofrimento à Ucrânia e tiraram a vida a pessoas devem ser levados à Justiça", referiu Zelensky, citado pela agência de notícias ucraniana Ukrinform.
Volodomyr Zelensky vai dirigir-se aos deputados israelitas por videoconferência no domingo, anunciou o presidente do Parlamento de Israel, numa altura em que o Estado judeu tenta mediar de forma cautelosa o conflito entre Kiev e Moscovo. Num breve comunicado, Mickey Levy declarou estar "honrado" pelo discurso que o presidente ucraniano fará aos parlamentares israelitas, pois vai ocorrer "num momento em que o povo da Ucrânia enfrenta um período tão difícil".
O Presidente ucraniano falará no domingo às 18h00, horário local (16h00 em Lisboa), durante uma sessão extraordinária, já que o Parlamento israelita está em férias.
No fim da Cimeira de Ministros da Defesa da NATO, em Bruxelas, o secretário-geral da organização afirmou que “centenas de milhares de militares estão em alerta máximo”. Segundo Jens Stoltenberg, devido à escalada do conflito na Ucrânia, estão 100 mil soldados norte-americanos na Europa e cerca de 40 mil nos comandos diretos da NATO, da sua maior parte da Europa Oriental, com “bastante equipamento e defesa aérea”.
“Estamos perante uma nova realidade no que toca à nossa segurança e é por isso que temos que reorganizar a nossa Defesa coletiva a longo prazo”, avançou Stoltenberg, acrescentando que foi pedido aos comandos da NATO que reforcem “os seus esforços a todos os níveis – terrestre, marítimo e aéreo”.
“É preciso ter cuidado e ver a necessidade de aumentar o equipamento”, continuou. “E é preciso que os aliados estejam conscientes desta questão”.
De acordo com o secretário-geral da NATO, são necessárias “mais verbas”, para garantir que “podemos trabalhar em conjunto na nossa Defesa coletiva”.
“Damos apoio às forças ucranianas e esperamos que sejam alcançados acordos nas negociações, mas não pretendemos recorrer às tropas da NATO em território ucraniano”, disse ainda.
O ministro britânico da Defesa afirmou à BBC que o Reino Unido está a fornecer à Ucrânia mísseis antiaéreos ‘starstreak’.
"Nós estamos a fornecer”, disse Wallace, citado pela BBC.
"Aquilo que se ouviu à volta da mesa foi uma NATO, um conjunto de Aliados extremamente unidos e extremamente determinados. E isso são muito boas notícias para a Ucrânia, são más notícias para o Kremlin. Há claramente a noção de que tem daqui de resultar um fracasso estratégico para a Rússia. Caso contrário, seria uma ameaça para a NATO e isso não será tolerado", afirmou João Gomes Cravinho, em Bruxelas.
"Não tenho dúvidas nenhumas de que os chefes de Estado e de Governo reunirem-se de urgência passa um sinal fortíssimo. A minha expectativa é que aquilo que eu senti hoje à volta da mesa sobre a unidade e a determinação [...] creio que essa mensagem vai ser passada de forma muito vincada na próxima semana, na cimeira, e isso demonstrará que, do nosso lado, não aceitaremos que Putin tenha uma vitória estratégica na Ucrânia, terá que ter um fracasso estratégico", reforçou.
Relativamente à reunião de hoje, o ministro da Defesa sublinhou a "preocupação também em relação a falsas narrativas" do Kremlin e, sobretudo, o que as mesmas podem significar.
"Nós temos visto repetidamente no passado que a Rússia utiliza falsas narrativas e, portanto, quando fala de armas biológicas e químicas, isso é uma fonte de preocupação", afirmou.
Our position at the negotiations is quite specific - legally verified security guarantees; ceasefire; withdrawal of Russian troops. This is possible only with a direct dialogue between the heads of Ukraine and the Russian Federation. Details are in an interview with the @NewsHour pic.twitter.com/TlPUl3XfGK
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) March 16, 2022
A ministra francesa da Energia confirmou a conexão dos sistemas de energia da Ucrânia à rede da União Europeia. Também o presidente ucraniano, através de uma mensagem no Twitter, anunciou que a energia ucraniana “flui na UE e vice-versa”.
As redes elétricas da Ucrânia e da Moldova foram hoje ligadas à rede da Europa continental, anunciou a Comissão Europeia, considerando que a medida permitirá um "funcionamento estável" e "luzes acesas em tempos de escuridão" devido à guerra.🇺🇦 has become a member of 🇪🇺 Energy Union. The unification of 🇺🇦 & 🇪🇺 energy systems has been completed. Now 🇺🇦 electricity flows in 🇪🇺 & vice versa. Grateful to 🇪🇺 members, personally to @vonderleyen, @KadriSimson & everyone, thanks to whom we now have a single energy system!
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) March 16, 2022
"Hoje, as redes elétricas da Ucrânia e da Moldova foram sincronizadas com êxito com a rede da Europa continental. Isto ajudará a Ucrânia a manter o seu sistema elétrico estável, as casas quentes e as luzes acesas durante estes tempos de escuridão", anuncia a comissária europeia da Energia, Kadri Simson.
Numa declaração hoje publicada, a responsável pela tutela no executivo comunitário descreve este como "um marco histórico para a relação UE-Ucrânia nesta área" dado que "a Ucrânia faz agora parte da Europa".
A sincronização surge depois de, no final de fevereiro, os ministros da Energia da UE terem alcançado um consenso político sobre a interligação da rede elétrica ucraniana com a europeia, que contou com o aval da gestora portuguesa da Redes Energéticas Nacionais (REN), para fornecimento após invasão russa do país.
Dados avançados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, esta quarta-feira, indicam que Portugal já recebeu 10.698 pedidos de estatuto de proteção temporária desde o início da invasão russa à Ucrânia.
Segundo revelou o SEF à RTP, trata-se de cidadãos de várias nacionalidades que estavam em território ucraniano.
A notícia é avançada pela embaixada norte-americana na Ucrânia: dez pessoas foram mortas em Chernihiv quando estavam na fila do pão.
“Estes ataques horríveis têm de parar”, lê-se ainda na publicação. “Estamos a considerar todas as opções disponíveis para garantir a responsabilização destes crimes na Ucrânia”.
Today, Russian forces shot and killed 10 people standing in line for bread in Chernihiv. Such horrific attacks must stop. We are considering all available options to ensure accountability for any atrocity crimes in Ukraine.
— U.S. Embassy Kyiv (@USEmbassyKyiv) March 16, 2022
Numa reunião extraordinária esta quarta-feira de manhã, o Comité de Ministros decidiu que a Federação Russa deixa de ser membro do Conselho da Europa, após 26 anos de adesão. A decisão entra em vigor a partir de hoje.
Na terça-feira, a Assembleia Parlamentar tinha considerado, por unanimidade, que a Federação Russa não podia continuar a ser um Estado-membro do Conselho da Europa.
Cerca de 175 mil refugiados da Ucrânia já se registaram na Alemanha, até agora, confirmou à Reuters um porta-voz do Governo alemão. Contudo, estima-se que o número seja ainda maior uma vez que não é obrigatório registar todos os cidadãos ucranianos que entram no país, explicou Steffen Hebestreit.
- O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, afirmou nas últimas horas que considera possível alcançar um acordo nas negociações com Moscovo. Para o líder ucraniano, as posições defendidas pela Rússia parecem agora mais “realistas”.
- No mesmo sentido, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, disse esta quarta-feira que tem esperança em alcançar um acordo com a Ucrânia, mas que as negociações não têm sido fáceis.
- O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse na quarta-feira que está em cima da mesa das negociações a possibilidade a adoção por parte da Ucrânia de um estatuto neutro comparável ao da Áustria e da Suécia.
- Em Kiev, um edifício residencial de 12 andares foi danificado após ser atingido por bombardeios russos esta manhã. Pelo menos duas pessoas ficaram feridas.
- A segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, foi atacada durante a noite. Pelo menos duas pessoas morreram e dois prédios residenciais destruídos, adiantam os serviços de emergência.
- Em Skadovsk, na região de Kherson, o presidente e o vice-presidente da câmara da cidade portuária terão sido sequestrados por militares russos. A informação é avançada pelo chefe da diplomacia ucraniana.
- Na terça-feira, cerca de dois mil carros particulares conseguiram sair da cidade de Mariupol, sitiada há semanas pelas tropas russas. A imprensa internacional avança que há um hospital daquela cidade portuária que foi tomado pelas tropas russas e onde há 400 reféns, incluindo doentes e profissionais.
- Dentro de uma hora, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky deverá discursar perante Congresso norte-americano. A sessão deverá ter início às 9h00 em Washington (13h00 em Lisboa, 15h00 em Kiev). O presidente ucraniano deverá aproveitar para lançar novos apelos a uma zona de exclusão aérea e pedidos de mais ajuda militar.
Podoliak afirma que Kiev procura "garantias de segurança absolutas" contra a Rússia, em concreto um acordo com potências internacionais em que os signatários se comprometam a intervir ao lado da Ucrânia em caso de agressão.
"Isso significa que os signatários não ficarão à margem no caso de um ataque à Ucrânia, como é o que acontece hoje, mas que participarão ativamente do conflito do lado da Ucrânia", detalhou.
Kiev exige ainda o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia em caso de uma ofensiva contra o seu território.
Russian invaders continue to abduct democratically elected local leaders in Ukraine. Mayor of Skadovsk Oleksandr Yakovlyev and his deputy Yurii Palyukh abducted today. States & international organizations must demand Russia to immediately release all abducted Ukrainian officials! pic.twitter.com/bmaAuurx9h
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) March 16, 2022
Hoje "o número oficial ultrapassou a crítica e terrível marca de 100. Os dados não são definitivos, pois nos pontos problemáticos e nos territórios temporariamente ocupados o Ministério Público e as forças de segurança não têm a oportunidade de fiscalizar os atentados", especificou.
Venediktov também disse que as forças russas bombardearam mais de 400 escolas nestes 21 dias de guerra, das quais 59 desapareceram e não podem ser usadas novamente.
"É importante que as agências especializadas da ONU decidam o mais rápido possível implementar uma missão para avaliar as violações dos direitos das crianças no contexto do conflito armado na Ucrânia", pediu Venediktov.
Delegacje 🇵🇱Polski, 🇸🇮Słowenii i 🇨🇿Czech po wizycie w 🇺🇦Kijowie wróciły bezpiecznie na teren naszego kraju.
— Piotr Müller (@PiotrMuller) March 16, 2022
🇵🇱Polish, 🇸🇮Slovenian and 🇨🇿Czech delegations safely returned from 🇺🇦Kyiv to Poland.
"Gostaríamos que tudo acontecesse muito mais rapidamente, esse é um desejo sincero do lado russo. Queremos chegar à paz o mais rápido possível", disse Medinsky, citado pela agência Interfax.
"Precisamos de uma Ucrânia pacífica, livre, independente, neutra - não como membro de um bloco militar, não como membro da NATO", acrescentou.
What's going on right now. 1. Counteroffensive of the AFU in several operational areas. This radically changes the parties’ dispositions. 2. Russian journalists start quitting TV channels. 3. RF leaders are trying to find allies whose soldiers will be ready to die in 🇺🇦 fields.
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) March 16, 2022
Desde que o hospital foi capturado, na terça-feira, há pelo menos 400 pessoas - funcionários e doentes - a serem mantidos como reféns.
O som do berbequim. Poucas horas depois do ataque, os moradores de um prédio residencial em Kyiv deitam fora o que foi destruído , reconstroem o que é possível. Resiliência em nome de um país e de um futuro Com David Araújo . #Kyiv #Ukraine 🇺🇦 pic.twitter.com/HyqlTlvINP
— Cândida Pinto (@CandidaPinto__) March 15, 2022
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse na última madrugada que as exigências da Rússia durante as negociações estão a tornar-se "mais realistas" após quase três semanas de guerra.
Num discurso à nação transmitido na madrugada desta quarta-feira, Zelensky afirmou que é necessário mais tempo para as negociações, que prosseguem esta quarta-feira.
- A capital ucraniana está em recolher obrigatório de 35 horas desde a noite de terça-feira. A ordem, que se prolonga até a manhã de quinta-feira, surge depois da intensificação dos ataques na capital ucraniana, nomeadamente em zonas residenciais. Na terça-feira, vários prédios foram visados e pelo menos cinco pessoas morreram em Kiev.
- Num esforço diplomático inédito, os primeiros-ministros da República Checa, Polónia e Eslovénia viajaram na terça-feira para Kiev para se reunirem com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. A ideia da viagem foi acordada na cimeira de líderes da União Europeia em Versalhes, na França, na semana passada.
- De acordo com a UNICEF, cerca de 1,4 milhões de crianças foram forçadas a fugir da Ucrânia nos últimos 20 dias, desde o início da invasão russa. Assim, por cada minuto, há pelo menos 55 crianças que fogem do país. Ou seja, "praticamente uma criança por segundo", diz o porta-voz da UNICEF, James Elder.
- Na próxima semana, o presidente norte-americano Joe Biden irá viajar para a Europa pela primeira vez desde o início da guerra. O objetivo é participar num encontro da NATO sobre a crise atual.
- O conselheiro do Presidência ucraniana, Mykhailo Podoliak, adiantou na terça-feira que o processo de negociação com a Rússia prossegue esta quarta-feira, afirmando que existem "contradições fundamentais", mas que há "espaço para compromissos". Nestas negociações, a Ucrânia tem exigido um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas do seu território.