O Japão decidiu congelar os ativos de 17 indivíduos russos, anunciou o ministro das Finanças do país. Os alvos destas sanções incluem legisladores do Parlamento russo e membros da família do banqueiro Yuri Kovalchuk.
Uma manifestante interrompeu hoje o telejornal de maior audiência na Rússia com um cartaz no qual criticava a ofensiva militar russa na Ucrânia, situação muito rara num país onde a informação é estritamente controlada.
De acordo com a ONG de defesa dos direitos dos manifestantes OVD-Info, que identifica a mulher como Marina Ovsiannikova, funcionária da cadeia de televisão, a manifestante foi depois detida.
Ovsiannikova apareceu subitamente exibindo o cartaz durante o principal programa de informação da noite na mais poderosa cadeia de televisão na Rússia - Pervy Kanal - batizado de "Vremia" ("o tempo"), seguido por milhões de russos desde a época soviética.
"Parem a guerra. Não acreditem na propaganda. Aqui estão a mentir-vos", podia ler-se no cartaz exibido pela manifestante passando atrás da apresentadora do programa, Ekaterina Andreïeva.
O cenário foi subitamente alterado pela estação, que passou a uma reportagem sobre hospitais, pondo fim à atuação da manifestante.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, avançou há momentos que as negociações entre Kiev e Moscovo vão continuar esta terça-feira.
O líder disse ainda ter falado com o primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, como parte dos esforços negociais para acabar a guerra com a Rússia “com uma paz justa”.
“A nossa delegação também trabalhou este assunto em negociações com a delegação russa. Disseram-me que correu muito bem. Vão continuar amanhã”, acrescentou o presidente num vídeo publicado esta noite.
Os Estados Unidos, juntamente com a França, Alemanha, Itália e Reino Unido discutiram hoje a implementação de novas medidas para responsabilizar a Rússia pela guerra na Ucrânia, incluindo a imposição de mais sanções económicas.
Em comunicado, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, informou que essas discussões envolveram, ao nível dos respetivos Ministérios dos Negócios Estrangeiros, o secretário-geral francês, François Delattre, o secretário de estado alemão, Andreas Michaelis, o secretário-geral italiano, Ettore Sequi, e o ministro de Estado do Reino Unido para a Europa e América do Norte, James Cleverly, além da vice-secretária de Estado norte-americana, Wendy Sherman.
"Os participantes discutiram outras medidas para responsabilizar a Rússia por uma guerra escolhida por Moscovo, inclusive impondo mais custos económicos", detalhou Ned Price.
"Eles discutiram a provisão de segurança coordenada adicional e assistência humanitária à Ucrânia. Enfatizaram também o seu apoio contínuo à soberania ucraniana, integridade territorial e a sua determinação de permanecer ao lado da Ucrânia", conclui o comunicado.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prolongou a lei marcial no país por mais 30 dias. A informação foi avançada pela estação bielorrussa Nexta.
Zelenskyy extends martial law in #Ukraine for another 30 days pic.twitter.com/x4781hdVJ2
— NEXTA (@nexta_tv) March 14, 2022
O Conselho da União Europeia anunciou esta segunda-feira a implementação de sanções contra Roman Abramovich e outros 14 oligarcas e ainda sete entidades russas.
Uma trabalhadora da estação televisiva russa Channel 1 apareceu em direto com um cartaz em protesto contra a guerra na Ucrânia. Uma situação insólita que aconteceu em direto, com a trabalhadora a ser reconhecida como Marina Ovysannikova.
Absolutely astonishing. During Russian Channel 1’s evening news broadcast, a woman ran onto the set with a sign: “No war…Don’t believe the propaganda. They’re lying to you here.” pic.twitter.com/wBdFGtzTsg
— Steve Rosenberg (@BBCSteveR) March 14, 2022
Durante um noticiário, Marina segura um cartaz com as palavras "No War" e de acordo com o "The Guardian", a restante mensagem pode ser traduzida como "Não acreditem na propaganda. Eles estão a mentir-vos".
A mulher, que tem pai ucraniano, já foi detida. Antes deixou também uma mensagem gravada em que pedia para os russos saírem à rua para protestarem contra Vladimir Putin.
A Ucrânia evacuou esta segunda-feira quatro mil pessoas da linha da frente, através de sete corredores humanitários, de acordo com Iryna Vereshchuk através de vídeo.
A governante revelou também que três outros corredores humanitários não tiveram sucesso e acusou as forças russas de atacar civis que estavam a tentar sair da região de Kiev.
A Estónia afirmou que os serviços secretos russos e bielorrussos estão a intensificar esforços na fronteira com a União Europeia. Os serviços de segurança estónios revelou que russos e bielorrussos estão a tentar recrutar informadores entre os viajantes.
Muitos refugiados que chegaram a Portugal estão a apoiar-se na comunidade ucraniana que vive no país há vários anos. A maioria chega sem nada e, mesmo com familiares a recebê-los, a adaptação é um desafio.
O Presidente da República disse que o país não tem ilusões quanto aos tempos muito difíceis que se avizinham. Numa declaração depois da reunião do conselho de estado, Marcelo Rebelo de Sousa pediu aos portugueses um esforço como o que foi feito com a pandemia.
O Conselho de Estado condenou unanimemente a invasão russa, mas teve algumas ausências, como a do histórico comunista Domingos Abrantes.
O Conselho de Segurança recebeu um briefing da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, a acusar a Rússia de praticar terrorismo de estado contra a Ucrânia.
O correspondente da RTP em Washington, João Ricardo de Vasconcelos, está a acompanhar o debate nas Nações Unidas.
A segurança nos centros de acolhimento de refugiados na Polónia está a ser reforçada. Há relatos de tráfico de mulheres e crianças.
A União Europeia confirmou a morte de mais de 2400 civis em Mariupol, desde o início da guerra. Entre as vítimas mortais está uma das grávidas feridas no ataque russo a uma maternidade na semana passada, e também o bebé.
Pela primeira vez, 160 viaturas conseguiram deixar a cidade, mas a ajuda humanitária não entra e a população está já há uma semana sem água, comida, luz e gás.
As forças de defesa ucranianas tentam a todo o custo travar o avanço das tropas russas para o centro de Kiev. A defesa territorial tem incorporado muitos dos homens impedidos de saírem do país.
A reportagem é dos enviados da RTP a Kiev, Cândida Pinto e David Araújo.
A enviada especial da RTP a Kiev Cândida Pinto notou diferenças na capital ucraniana: foram erguidas barreiras para controlar a circulação de pessoas. Algumas zonas da capital ainda têm residentes e continuam com comércio aberto.
Ao 19.º dia de guerra, o Kremlin garantiu que a invasão está a decorrer como planeado, mas um oficial russo admitiu pela primeira vez em público que, na verdade, a operação não está a evoluir com a rapidez que se pensava.
As forças russas bombardearam um edifício residencial a 10 quilómetros da capital ucraniana.
Um jornalista americano da Fox News ficou esta segunda-feira ferido na Ucrânia. A cadeia de televisão conservadora anunciou que o correspondente Benjamin Hall ficou ferido, perti da cidade de Kiev.
Portugal já recebeu 8.250 pedidos de estatuto de proteção temporária desde o início da invasão russa em território ucraniano. Trata-se de cidadãos de várias nacionalidades que se encontravam na Ucrânia. A informação foi avançada pelo SEF.
O Tribunal Internacional de Justiça, pertencente às Nações Unidas, revelou esta segunda-feira que vai pronunciar-se sobre a situação na Ucrânia depois de o país ter colocado a Rússia em tribunal.
Uma audiência que foi boicotada pela Rússia no dia 7 de março, a Ucrânia pediu para que a Rússia terminasse a atividade militar, alegando que a invasão foi baseada numa interpretação deficiente do tratado de genocídio das Nações Unidas.
A informação é avançada pelo vice-chefe do Gabinete do Presidente da Ucrânia, Kyrylo Tymoshenko, citado pela agência noticiosa, Interfax-Ucrânia.
"Foram construídos 26 corredores humanitários. Graças a eles, os autocarros conseguiram sair e evacuar um número considerável de pessoas. Podemos falar de cerca de 150 mil pessoas", acrescentou Tymoshenko.
O presidente Vladimir Putin falou esta segunda-feira com o primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, sobre o conflito armado na Ucrânia. De acordo com o Kremlin a chamada foi feita a pedido de Israel.
Bennett disse ao presidente da Federação Russa que está em contacto com vários líderes mundiais e houve acordo sobre a continuidade de diálogo com Kiev.
Naftali Bennett tem estado em contacto com Vladimir Putin numa tentativa de ser mediador no conflito com a Ucrânia.
A mensagem, enviada em telegrama diplomático e entregue pessoalmente por elementos dos serviços secretos, também refere que a China deverá negar publicamente essa intenção.
Pedro Siza Vieira confirmou, em conferência de imprensa, que este conflito “determinou uma disrupção das cadeias de abastecimento”. Segundo o ministro da Economia tanto a Ucrânia como a Rússia são grandes fornecedores de bens alimentares.
“Temos um aumento de custos em consequência disso”, acrescentou Siza Vieira. “Isto vai determinar um aumento dos custos para os produtores, (…) que se vai repercutir nos preços ao consumidor”.
Em função disto, o ministro da Economia adiantou que “o Governo decidiu definir prioridades na sua atuação”, como “assegurar o aprovisionamento de bens essenciais”. O Governo vai tentar também mitigar os efeitos no aumento do preço de determinados produtos, apoiando as empresas, e apoiar os consumidores mais vulneráveis.
E “numa tentativa de proteger os consumidores mais vulneráveis, aprovamos um subsídio de 10 euros por cada botija de gás para os beneficiários da tarifa social de eletricidade”.
O prefeito da cidade de Kharkiv, na linha de frente da Ucrânia, afirmou que a cidade está sob constante ataque das forças russas, que dispararam contra distritos centrais, causando um número não especificado de vítimas.
"Estão a disparar em nós constantemente", disse Ihor Terekhov na televisão nacional.
O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, assegurou que o Irão não apoia a guerra da Rússia na Ucrânia. Depois de conversar via telefone com o seu homólogo iraniano, Hossein Amirabdollahian, Keleba afirmou que a Rússia tem de parar de bombardear civis”.
"O Irão é contra a guerra na Ucrânia e apoia uma solução pacífica. Pedi para transmitir a minha mensagem em Moscovo: a Rússia deve parar de bombardear civis, comprometer-se com o cessar-fogo e retirar-se da Ucrânia", escreveu Kuleba no Twitter.
Spoke with Iranian FM Hossein Amirabdollahian ahead of his visit to Moscow tomorrow. Iran is against the war in Ukraine, supports a peaceful solution. I asked to convey my message in Moscow: Russia must stop bombing civilians, commit to the ceasefire, and withdraw from Ukraine.
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) March 14, 2022
Citado pela Reuters, o governador da região de Rivne, Vitaliy Koval, adiantou que um ataque aéreo russo a uma torre de TV em Antopil, nos subúrbios de Rivne, fez nove mortos e nove feridos.
A cidade de Rivne fica no noroeste do país, a cerca de 180 quilómetros de Lviv.
Os Estados-membros da União Europeia chegaram hoje a um acordo sobre o alargamento da lista de oligarcas russos sancionados como represália pela agressão militar da Rússia à Ucrânia, que contempla a inclusão do multimilionário Roman Abramovich, revelaram fontes diplomáticas.
A decisão, que se enquadra do quarto pacote de sanções da UE contra Moscovo, anunciado na passada sexta-feira pela Comissão Europeia, terá que ser adotada formalmente, o que deverá suceder ainda durante o dia hoje, e deverá contemplar a inclusão na lista de sanções de mais 15 indivíduos e nove entidades, adiantaram as mesmas fontes.
O ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps, revelou hoje que ele e a família decidiram acolher na sua casa refugiados da guerra na Ucrânia.
"Passámos as últimas semanas a discutir em família a situação devastadora na Ucrânia e, por isso, pretendemos inscrever-nos hoje para nos juntarmos a outras famílias do Reino Unido e oferecer a nossa casa para fornecer refúgio aos ucranianos até que seja seguro para eles regressarem ao país”, anunciou na rede social Twitter.
We've spent the past few weeks as a family discussing the devastating situation in Ukraine, and so we intend to apply today to join other UK households in offering our home to provide refuge to Ukrainians until it is safe for them to return to their country.
— Rt Hon Grant Shapps MP (@grantshapps) March 14, 2022
O chanceler alemão, Olaf Scholz, saudou as negociações entre Kiev e Moscovo, mas afirmou que devem produzir em breve resultados que permitam um cessar-fogo.
"Temos de garantir que os resultados serão alcançados em breve e que tornem possível um cessar-fogo", disse Scholz numa conferência de imprensa, citado pela Reuters.
A Eslováquia decidiu expulsar três funcionários da embaixada russa com base em informações do serviço secreto, tendo estes que deixar o país dentro de 72 horas, anunciou o Ministério eslovaco dos Negócios Estrangeiros.
"O Ministério dos Negócios Estrangeiros insta, ao mesmo tempo, fortemente a Embaixada da Federação Russa que os seus representantes realizem as suas atividades de acordo com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas", afirmou em comunicado.
Os ministros da Defesa de Estados membros da NATO vão reuni-se em Bruxelas, na próxima quarta-feira, para discutir a invasão russa da Ucrânia, anunicou o Ministério da Defesa da Turquia.
A economia da Ucrânia deve contrair 10 por cento em 2022 como resultado da invasão da Rússia, mas a perspetiva pode piorar acentuadamente se o conflito durar mais, disse o Fundo Monetário Internacional num relatório divulgado, esta segunda-feira.
O relatório, preparado antes da aprovação do FMI do financiamento de emergência de 14 mil milhões de dólares, indica que a produção económica da Ucrânia pode encolher entre 25 a 35 por cento, com base em dados reais do produto interno bruto do Iraque, Líbano e outros países em guerra. O mesmo documento refere que se prevê que a dívida pública do país suba ainda para os 60 por cento do PIB este ano.
A invasão russa da Ucrânia é um "fracasso tático e estratégico", afirmou hoje no Conselho de Segurança da ONU o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, cujo país preside este ano à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). Como resultado, a Rússia mudou a sua abordagem desde a invasão de 24 de fevereiro e passou a "atacar estruturas civis", acrescentou o ministro Zbigniew Rau, acusando Moscovo de "terrorismo de Estado" pelo qual os seus autores "serão julgados".
Recordando a acusação de Moscovo de falta de imparcialidade na presidência polaca da OSCE, o chefe da diplomacia da Polónia sublinhou que "a imparcialidade acaba onde começam as violações do direito humanitário internacional".
No âmbito da OSCE, "a Rússia teve todas as oportunidades de trabalhar diplomaticamente nas suas preocupações de segurança", mas "o pior cenário traduziu-se em realidade", lamentou o ministro perante os membros dos Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).
"A agressão da Rússia põe em causa a OSCE, põe em causa a sua organização e o seu futuro", denunciou ainda.
Vladimir Putin assinou uma lei, publicada hoje no portal oficial, que permite que as companhias aéreas russas registem na Rússia os aviões que alugam no estrangeiro, para que possam voar no país. A medida permitirá que as empresas continuem a usar esses aviões em voos domésticos, apesar das sanções ocidentais, ainda que possam ser apreendidos se voarem fora de fronteiras.
Esta lei faz parte das medidas adotadas em resposta às sanções sem precedentes adotadas por muitos países ocidentais contra a Rússia, por causa da invasão da Ucrânia.
A reunião desta segunda-feira do Conselho de Estado, que tem como único ponto da ordem de trabalhos "a situação na Ucrânia", começou cerca das 15h20, com quatro ausências. De acordo com fonte da Presidência da República, Domingos Abrantes, Carlos César, Miguel Albuquerque e Rui Rio estão ausentes, António Damásio participa por videoconferência, e os restantes conselheiros presencialmente.
Cerca de 160 carros conseguiram hoje sair por um corredor humanitário da cidade ucraniana de Mariupol, cercada por forças russas e separatistas pró-russas, informou o município. A coluna de veículos conseguiu cruzar a estrada que liga este porto estratégico do Mar de Azov à cidade ucraniana de Zaporozhe por volta das 13:00 locais (11:00 em Lisboa), segundo indicou a câmara municipal de Mariupol na aplicação de mensagens Telegram.
A autarquia não especifica, no entanto, quantas pessoas conseguiram fugir da cidade, onde as condições são catastróficas após dias de bombardeio e cerco.
"Atualmente, o cessar-fogo está a ser observado no corredor humanitário", disse a mesma fonte.
"Está uma equipa atualmente na Roménia", afirmou ainda João Gomes Cravinho.
Sem adiantar a despesa para armamento, o ministro da Defesa lamentou que "esta guerra vá ficar muito cara para todos".
"O importante nesta fase é darmos o apoio que é necessário na Ucrânia, porque se não dermos fica mais caro ainda".
O bombaerdeamento das forças russas ainda está a impedir a entrega de ajuda humanitária à cidade portuária de Mariupol, no Mar Negro, esta segunda-feira, disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk.
Segundo a mesma, o comboio que estava a tentar chegar à cidade para entregar ajuda e ajudar a retirar mulheres e crianças não conseguiu entrar na região.
A guerra na Ucrânia provocou pelo menos 636 mortos e 1.125 feridos entre a população civil, incluindo mais de uma centena de crianças, até ao final do dia de domingo, anunciou hoje a ONU. No seu relatório diário sobre baixas civis, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) contabiliza 46 crianças mortas e 62 feridas.
As Nações Unidas vão disponibilizar mais 40 milhões de dólares para ajudar os mais vulneráveis neste conflito.
“As coisas estão numa situação de maior precariedade”, lamentou António Guterres. “Gostaria, por isso, de sublinhar a importância do direito humanitário”.
“Há muitos deslocados e em números cada vez maiores. Estamos gratos aos países vizinhos por terem acolhido mais de 2,8 milhões de refugiados nas últimas duas semanas”.
Em declarações do Conselho da ONU, o secretário-geral frisou que a maioria dos refugiados ucranianos são mulheres e crianças e que estão cada vez mais vulneráveis perante “potenciais predadores” do tráfico humano.
“As mulheres e crianças precisam de segurança durante a sua viagem”, alertou Guterres.
Outra das dimensões abordadas por Guterres neste pronunciamento foram as consequências económicas desta guerra em países em desenvolvimento, que, além de terem sido fustigado pela pandemia de covid-19, veem agora o seu "cesto de pão" a ser bombardeado.
"A Rússia e a Ucrânia representam mais da metade da oferta mundial de óleo de girassol e cerca de 30 por cento do trigo do mundo. A Ucrânia sozinha fornece mais da metade do suprimento de trigo do Programa Mundial de Alimentos", afirmou.
"Os preços dos alimentos, combustíveis e fertilizantes estão a subir rapidamente. As cadeias de fornecimento estão a ser interrompidas. E os custos e atrasos no transporte de mercadorias importadas – quando disponíveis – estão em níveis recordes", lamentou, frisando que os mais pobres são os mais afetados por estes fatores.
António Guterres renovou assim o seu apelo para que os países "encontrem maneiras criativas de financiar" as crises humanitárias em todo o mundo, e cedam "imediatamente" fundos para esse fim.
"O meu apelo aos líderes é para que resistam à tentação de aumentar os orçamentos militares", defendeu Guterres, que estendeu ainda os seus apelos pelo fim das ameaças de conflito nuclear.
O secretário-geral das Nações Unidas afirmou que "aumentar o nível de alerta das forças nucleares russas é um desenvolvimento de arrepiar os ossos" e que a perspetiva de um "conflito nuclear, antes impensável, agora está de volta ao reino das possibilidades".
"É hora de parar o horror desencadeado sobre o povo da Ucrânia e seguir o caminho da diplomacia e paz", pediu o português.
Em declarações à Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, Denys Shmygal acusou a Federação Russa de “não ter valores”.
“As forças russas comportam-se como terroristas, destruindo escolas, prédios residenciais, matando crianças, fazendo reféns, sequestrando representantes de autoridades locais e civis. Tudo isto começou há 18 dias”, afirmou o primeiro-ministro ucraniano.
Segundo Shmygal, as repressões russas contra a Ucrânia já acontecem há mais de oito anos, situação que o Governo ucraniano já tinha reportado ao Conselho da Europa.
“Todos os dias recebemos denúncias de crimes contra a liberdade de imprensa, do acesso à Educação ou aos Cuidados de Saúde”, continuou.
A ministra Ana Mendes Godinho falava hoje aos jornalistas à margem de uma reunião de ministros do Emprego e Assuntos Sociais da União Europeia.
A technical pause has been taken in the negotiations until tomorrow. For additional work in the working subgroups and clarification of individual definitions. Negotiations continue...
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) March 14, 2022
As Nações Unidas confirmam a morte de pelo menos 636 civis na Ucrânia, incluindo 46 crianças.
No entanto, a organização admite que o balanço de vítimas mortais seja muito superior, tendo em conta os combates em curso nas cidades de Kharkiv e Mariupol.
As forças russas bombardearam esta segunda-feira de manhã um bairro de Kiev. Um bloco de apartamentos com nove andares ficou destruído na zona de Obolon, na sequência do ataque. Há uma vítima mortal confirmada e pelo menos seis feridos. O cerco a Kiev intensifica-se. No fim de semana, várias localidades nos subúrbios da capital foram fortemente bombardeadas.
13h24 - Kiev. "As pessoas continuam a circular mas são todas revistadas"
Os enviados especiais da RTP Cândida Pinto e David Araújo, de regresso à capital ucraniana, descreveram o ambiente que ali se vive. O cerco russo a Kiev aperta-se. "Há muitas barreiras no centro de Kiev e na periferia da cidade. Formam-se longas filas de pessoas que querem movimentar-se", relatou a repórter da RTP, em direto para a edição desta segunda-feira do Jornal da Tarde.
13h14 - Mais de 7.200 pedidos de proteção
Portugal já recebeu 7.225 pedidos de estatuto de proteção temporária desde o início da guerra. Trata-se de cidadãos que estavam na Ucrânia e que são de várias nacionalidades.
Dados apurados pela RTP junto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
12h59 - Galp sobe preços da eletricidade e do gás natural a 15 de abril
A Galp vai aumentar as tarifas aos clientes domésticos a partir de 15 de abril, com aumentos mensais de até três euros no gás natural e de um a dois euros na eletricidade.
Em nota enviada aos clientes, a Galp destaca que "os novos preços, que constam da tabela de preços abaixo, refletem o aumento do custo de aquisição de energia em linha com a evolução do preço no mercado internacional", indicando os novos valores, mas sem referir a variação em causa.
Ouvida pela Lusa, fonte da Galp adiantou que "para os principais escalões de gás natural os aumentos mensais variam entre os 1,6 e os três euros, e para as principais potências contratadas no caso da eletricidade entre um a dois euros".
12h37 - Mais de 4,8 milhões de refugiados deslocados desde o início da guerra
O exército russo não descarta lançar ataques para assumir o controlo total das principais cidades ucranianas, alertou esta segunda-feira o Kremlin. Nesta altura, muitos dos principais centros urbanos do país estão cercados por forças russas.
"O Ministério da Defesa, para garantir a máxima segurança da população civil, não exclui a possibilidade de assumir o controlo total das grandes cidades que já estão cercadas", disse o porta-voz presidencial Dmitry Peskov.
The parties actively express their specified positions. Communication is being held yet it’s hard. The reason for the discord is too different political systems. 🇺🇦 is a free dialogue within the society & an obligatory consensus. 🇷🇺 is an ultimatum suppression of its own society pic.twitter.com/O00fnCd1WP
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) March 14, 2022
To those abroad scared of being ‘dragged into WWIII’. Ukraine fights back successfully. We need you to help us fight. Provide us with all necessary weapons. Apply more sanctions on Russia and isolate it fully. Help Ukraine force Putin into failure and you will avert a larger war.
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) March 14, 2022
- O Presidente da Ucrânia volta a apelar ao encerramento do espaço aéreo ucraniano. Volodymyr Zelensky avisa que, se o espaço aéreo do país não for encerrado, os mísseis da Rússia vão acabar por cair em território da NATO.
- O realizador e jornalista norte-americano Brent Renaud morreu quando quando seguia numa viatura na cidade de Irpin, a oeste de Kiev. A morte de Brent Renaud, de 50 anos, foi confirmada pela polícia de Kiev, que culpa as tropas russas.
- Mais de 5.500 pessoas foram retiradas de localidades na linha da frente da batalha através de nove corredores humanitários, de acordo com a vice-primeira-ministra ucraniana.