O secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luís Almagro, instou segunda-feira a Comunidade Internacional a atuar para evitar que a Venezuela se transforme num "Ruanda", onde, em 1994, quase um milhão de pessoas foram assassinadas.
"Com efeito, a responsabilidade de proteger consiste em evitar que aconteça. Não devemos esperar a que a Venezuela seja (um) Ruanda. Há que evitar que seja (um) Ruanda", escreveu na sua conta na rede social Twitter.
Almagro sublinhou ainda que "já são milhões de pessoas assassinadas, torturadas, deslocadas na Venezuela" e que "a responsabilidade é proteger, não é contar mortos".
Na passada sexta-feira, durante uma visita à Colômbia, Luís Almagro disse que não se deve descartar uma intervenção militar contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro e insistiu que os venezuelanos precisam de ajuda humanitária.
"Quanto a uma intervenção militar para derrubar o Governo de Nicolás Maduro, acho que não devemos descartar nenhuma opção", disse Luís Almagro, acusando o regime venezuelano de cometer "crimes contra a humanidade" e de provocar o sofrimento da própria população.
Luís Almagro falava aos jornalistas na cidade de Cúcuta (fronteiriça com a Venezuela e primeiro ponto de chegada dos venezuelanos), onde se deslocou para contactar com migrantes e analisar a crise.
"A comunidade internacional tem que dar uma resposta a isto. A comunidade internacional é responsável e não pode permitir uma ditadura na Venezuela. Uma ditadura que afeta a estabilidade de toda a região, a partir do narcotráfico, a partir do crime organizado, a partir da profunda crise humanitária que criou", disse.