A revelação partiu esta quinta-feira do Instituto de Radioproteção e Segurança Nuclear de França, segundo o qual não esteve em perigo a saúde dos europeus. As suspeitas apontam para um presumível incidente na Rússia ou no Cazaquistão.
Segundo aquela estrutura, a nuvem radioativa não teve impactos ambientais ao ponto de afetar a saúde dos europeus.
O IRSN e outros institutos europeus de segurança nuclear detetaram altos níveis de ruténio 106 na atmosfera, o que não pode ocorrer de forma natural, ou seja, é certo que houve alguma libertação de material nuclear.
Mapa de prováveis pontos de origem do material radioativo (fonte: IRSN)
Com base em padrões meteorológicos, o incidente deverá ter acontecido entre a cordilheira dos Urais e o Rio Volga, o mais longo do continente europeu. Esta área engloba a Rússia e o Cazaquistão.
Russos negam incidente
“As autoridades russas reponderam que não tinham conhecimento de qualquer incidente nuclear no seu território”, afirmou Jean-Marc Peres, o diretor do IRSN. Da parte do Cazaquistão não houve qualquer resposta.
A quantidade de ruténio 106 libertada foi entre os 100 e os 300 terabecquerel e, no caso de ter acontecido em França, teria levado a uma evacuação com um raio de vários quilómetros desde o ponto de fuga.
O instituto francês aponta como causa provável do sinistro uma fuga no tratamento de combustível nuclear ou um acidente num centro de medicina nuclear, já que o ruténio 106 é utilizado neste tipo de medicina.
A possibilidade de um acidente numa central nuclear foi posta de parte, porque teriam sido libertadas outras substâncias radioativas.
Fora de questão também está a queda de um satélite em órbita - com ruténio -, já que não foi reportado nenhum acidente à AIEA - Agência Internacional de Energia Atómica.
c/ Reuters