Guerra perdura há 127 dias. Número de mortos na Faixa de Gaza ultrapassa os 28 mil
O último balanço de vítimas da contraofensiva israelita na Faixa de Gaza, que se prolonga há já 127 dias, aponta para 28.064 palestinianos mortos e outros 67.611 feridos. Em 24 horas, revelou este sábado o Ministério da Saúde do território administrado pelo movimento radical Hamas, os ataques das forças do Estado hebraico fizeram pelo menos 117 vítimas mortais.
Segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, o exército israelita "perpetrou 16 massacres contra famílias" desde sexta-feira. Além dos 117 mortos, ficaram feridas 152 pessoas.
A agência palestiniana Wafa refere que 25 palestinianos foram mortos em bombardeamentos israelitas sobre Rafah, no sul da Faixa de Gaza, perto da linha de fronteira com o Egito.Rafah era considerada um porto seguro para os civis palestinianos. É agora um assumido alvo militar de Israel.
Na sexta-feira, o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, sustentou ser "impossível atingir o objetivo de guerra de eliminar o Hamas e deixar quatro batalhões em Rafah".
Telavive ordenou a evacuação da zona - um gesto de eficácia incerta, dado que Rafah acolhe atualmente 1,3 milhões de civis palestinianos sem alternativas de proteção.
À medida que acelera os preparativos para fazer abater a máquina de guerra sobre Rafah, Israel mantém a pressão em Khan Younis, igualmente na porção meridional da Faixa de Gaza. Aqui, as tropas israelitas cercam há 20 dias os hospitais de Naser e Al Amal.
"As forças de ocupação prenderam oito membros do pessoal da associação do Hospital Al Amal, incluindo quatro médicos, para além de quatro feridos e cinco acompanhantes de doentes", adiantou o Crescente Vermelho palestiniano, referindo-se a uma incursão levada a cabo na sexta-feira.
Os soldados do Tsahal, indicou ainda o Crescente Vermelho, "revistaram o hospital, destruíram alguns dispositivos, equipamentos e mobiliário, detiveram funcionários, interrogaram-nos, espancaram-nos e insultaram-nos e impediram os funcionários e acompanhantes de doentes de beber água ou usar a casa de banho".
"Catástrofe global"
O Hamas veio este sábado advertir contra a ofensiva militar terrestre de Israel em Rafah, antevendo mesmo o que descreveu como uma "catástrofe e um massacre global".
"Alertamos para uma catástrofe e massacre global que poderá deixar dezenas de milhares de mártires e feridos se houver uma invasão da província de Rafah", afirmam as autoridades de Gaza em comunicado, para, uma vez mais, responsabilizarem "totalmente a Administração dos Estados Unidos, a comunidade internacional e a ocupação israelita".A Administração norte-americana e a ONU alertaram Israel, nos últimos dias, para o "desastre" em potência de uma ofensiva sobre Rafah, na ausência de um plano claro para a deslocação dos civis palestinianos.
O braço político do movimento radical palestiniano acusa Israel de ter protagonizado "milhares de massacres no resto das províncias da Faixa de Gaza durante a atual guerra de genocídio".
"Exigimos a convocação imediata e urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a adoção de uma resolução que garanta que a ocupação israelita seja forçada a parar a guerra de genocídio que está a cometer contra civis, crianças e mulheres na Faixa de Gaza", insta o Hamas.
c/ agências internacionais