Número de idosos cresceu 57,4% em 12 anos no Brasil

por Lusa

O número de pessoas com 65 ou mais anos no Brasil cresceu 57,4% em 12 anos, segundo dados do Censo 2022 divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O instituto responsável pelas estatísticas do Governo brasileiro informou que o total de pessoas com 65 anos ou mais (22.169.101) chegou a 10,9% da população brasileira.

Além de constatar o aumento da população idosa desde o último recenseamento, em 2010, o Censo 2022 concluiu que houve uma diminuição da parcela da população de até 14 anos no mesmo período, que passou de 24,1% para 19,8% dos habitantes, evidenciando o envelhecimento da população brasileira.

"Ao longo do tempo a base da pirâmide etária foi se estreitando devido à redução da fecundidade e dos nascimentos que ocorrem no Brasil. Essa mudança no formato da pirâmide etária passa a ser visível a partir dos anos 1990 e a pirâmide etária do Brasil perde, claramente, seu formato piramidal a partir de 2000", explicou, num comunicado, Izabel Marri, diretora de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE.

"O que se observa ao longo dos anos é redução da população jovem, com aumento da população em idade adulta e também do topo da pirâmide até 2022", acrescentou.

O índice de envelhecimento chegou a 55,2 em 2022, indicando que há 55,2 idosos para cada 100 crianças de 0 a 14 anos. Em 2010, o índice era de 30,7.

Os dados mostram que a idade mediana da população brasileira aumentou seis anos desde 2010 e atingiu os 35 anos em 2022.

A região norte do Brasil é a mais jovem do país, com 25,2% da sua população com até 14 anos, seguida pelo nordeste, com 21,1%. As regiões Sudeste e Sul apresentam estruturas mais envelhecidas, com 18% e 18,2% de jovens de 0 a 14 anos, e as maiores proporções de idosos com 65 anos e mais (12,2% e 12,1%, respetivamente). O Centro-Oeste possui uma estrutura intermediária, com distribuição etária próxima da média do país.

"Podemos perceber que a queda da fecundidade ocorreu primeiramente no Sudeste e no Sul do Brasil, o que as faz as regiões mais envelhecidas, com menor proporção de jovens. A região Norte, embora também tenha registado uma redução da fecundidade ao longo dos últimos anos em todos os estratos socioeconómicos, ainda se mantém a região proporcionalmente mais jovem. Também é na região Norte que observamos a menor proporção de pessoas adultas e idosas em relação às outras regiões", pontuou Izabel Marri.

O IBGE também fez uma correção no número total da população do país. O segundo apuramento do Censo 2022 mostrou que o Brasil tem uma população de 203.080.756 habitantes, com 18.244 pessoas a mais do que no primeiro apuramento.

"Após a divulgação dos primeiros resultados foi necessário realizar, pontualmente, alguns procedimentos de revisão, que acarretaram nessa diferença ínfima em termos percentuais", explicou o responsável técnico do Censo, Luciano Duarte.

Em relação aos resultados do Censo 2022 divulgados anteriormente, 566 municípios sofreram alteração de população.

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