Os Estados Unidos defenderam hoje que "está à vista" um entendimento sobre o acordo nuclear iraniano, ressalvando que, se tal não acontecer nas próximas semanas, o regresso do país a este acordo será impossível.
Os EUA retiraram-se deste acordo em 2018, quando estavam sob a presidência de Donald Trump, que considerou o texto insuficiente.
As negociações entre o Irão, Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia começaram na primavera de 2021, contando ainda com a participação indireta dos EUA.
O Irão e a comunidade internacional vão retomar na terça-feira, em Viena, as negociações sobre o acordo nuclear de 2015, com o Governo de Teerão a insistir no levantamento das sanções económicas impostas pelos Estados Unidos.
O anúncio da oitava ronda de negociações do chamado Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) foi feito pela União Europeia (UE), que está a coordenar o processo.
"Após consultas nas capitais com os respetivos governos, os participantes continuarão as discussões sobre a perspetiva de um possível regresso dos Estados Unidos ao JCPOA e sobre a forma de assegurar a implementação plena e efetiva do acordo por todas as partes", disse a UE numa declaração divulgada em Bruxelas.
Em Teerão, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Said Khatibzadeh, disse que a delegação do Irão "está em Viena para retirar as sanções" aplicadas ao país pelos EUA.
As conversações visam a reintegração dos EUA no JCPOA e fazer com que o Irão volte a cumprir os seus compromissos, uma vez que Teerão se libertou gradualmente das restrições impostas pelo acordo, em resposta às medidas norte-americanas.
O acordo de 2015 visava oferecer ao Irão um alívio das sanções internacionais em troca de limitar drasticamente o seu programa nuclear, sob rigoroso controlo da ONU, garantindo que não estava a tentar desenvolver armas nucleares, como sempre afirmou.