O quadro de Mona Lisa serviu de cenário para o discurso do presidente francês, Emmanuel Macron, que anunciou um plano ambicioso para reabilitar o Museu do Louvre.
Ao longo dos últimos anos o espaço parisiense tem tido inúmeras queixas sobre as condições em que as coleções são expostas assim como o congestionamento entre os visitantes na entrada da Pirâmide.
Emmanuel Macron anuncia o "Novo Renascimento" no Louvre | Foto: Bertrand Guay via Reuters
O projeto “Novo Renascimento”
De acordo com o anúncio de Macron, o projeto “Novo Renascimento” será financiado inteiramente pelos “próprios recursos” do museu.
A remodelação o Louvre deve custar entre 700 e 800 milhões de euros acrescentou a assessoria do presidente.
Durante a apresentação das novidades, Macron salientou que a pintura da Mona Lisa irá estar exposta num “espaço especial” que será só seu. Desta forma, a obra-prima de Leonardo da Vinci, ficará "independentemente, em comparação com o resto do museu", e terá o "seu próprio passe de acesso".
Para a concretização do projeto, França lançará nos próximos meses um “concurso de arquitetura internacional” para selecionar os vencedores até ao final do ano. A reabilitação do edifício deverá estar concluída até 2031, o mais tardar, declarou Macron.
A primeira parte da renovação irá incluir a "nova grande entrada" a ser criada na Colonnade de Perrault, uma nova sala especial sob o pátio Carré “para receber a Mona Lisa” e novas áreas para exposições. A equipa de Macron estima que irá custar cerca de 400 milhões de euros.
Essa verba será suportada “inteiramente pelos cofres do museu”, incluindo o rendimento da filial em Abu Dhabi e donativos esperadas, nomeadamente dos Estados Unidos.
O grupo de trabalho acredita que o museu não necessitará de fechar portas e explica que as restantes reformas em todo o museu, a serem realizadas na próxima década custarão entre 300 a 400 milhões de euros.
O Estado deverá contribuir com apenas 10 milhões de euros para avaliações iniciais. Macron propôs que "uma taxa diferente e mais alta para visitantes estrangeiros de países fora da União Europeia" a partir do próximo ano possa ajudar a cobrir os custos.
O projeto de renovação será “colossal”, concluiu o presidente francês.
Alerta de edifício degradado
O alerta para a necessidade urgente de obras no palácio surgiu na semana passada após um memorando escrito pela diretora Laurence des Cars dirigido ao ministro da Cultura, Rachida Dati.
No documento, então confidencial, Cars revelava os problemas que o Louvre estava a enfrentar, revelando a "proliferação de danos nos espaços do museu" com inundações e equipamento obsoleto.
Apontava que algumas áreas “não são mais estanque, outras apresentam variações significativas de temperatura, colocando em risco a preservação de obras de arte”, escreveu a diretora.
Só no ano passado, o Louvre recebeu 8,7 milhões de visitantes – o dobro de pessoas para o qual estaria dimensionado. Após aca reabilitação, o museu ficará preparado para receber "pelo menos 12 milhões de visitantes por ano".
O palácio do Louvre foi casa dos reis franceses até Luís XIV que o abandonou quando mandou construir Versalhes no final dos anos 1600.
Escultura Vitória Alada de Samotrácia | Foto de Daniele D'Andreti na Unsplash
Para além da Mona Lisa, o Louvre abriga inúmeras obras-primas que sobreviveram ao longo dos séculos e deixaram uma marca na história.
Entre tantas contam-se a escultura grega de mármore de Vênus de Milo, também conhecida por Afrodite, ou a Vitória Alada de Samotrácia que representa a deusa grega Nice e acredita-se que foi esculpida entre 220 e 190 a.C..