Novo ministro do Interior de Timor-Leste conta com a GNR

por Agência LUSA

Alcino Barris, que sexta-feira será empossado ministro do Interior de Timor-Leste em substituição de Rogério Lobato, disse hoje à Lusa contar com a GNR para garantir a estabilidade e manter a paz e ordem públicas.

"Conto com a GNR para travar ou reduzir as atitudes anarquistas em Díli ", disse Alcino Barris, a propósito do grupo de 120 militares da Guarda Nacional Republicana que parte sexta-feira para Timor-Leste, a pedido das autoridades timorenses.

Actual vice-ministro do Interior, Barris sobe a ministro na sequência da demissão de Rogério Lobato, hoje anunciada pelo primeiro-ministro Mari Alkatiri, conforme sugestão do presidente Xanana Gusmão face à deterioração da segurança e da estabilidade em Timor-Leste.

Além de Rogério Lobato, também Roque Rodrigues se demitiu do cargo de ministro da Defesa, em que será substituído por José Ramos Horta, que acumulará as novas funções com as de ministro de Estado, dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.

O presidente timorense, Xanana Gusmão, assumiu a "responsabilidade principal nas áreas da defesa e segurança nacionais, na qualidade de Comandante Supremo das Forças Armadas", conforme anunciou em comunicado divulgado terça-feira, depois de uma reunião de dois dias do Conselho de Estado.

Questionado sobre a forma como tenciona actuar, nesta primeira fase, como ministro do Interior, Alcino Barris referiu que uma das suas primeiras preocupações "será garantir a reorganização da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL)" .

"Vamos reorganizar de novo a PNTL. Conto para já com os cerca de 200 efectivos que se encontram no quartel-general e com alguns que estão na Academia [de Polícia]", salientou.

Os efectivos da PNTL no quartel-general da polícia "vão assumir as suas funções de patrulhamento, e conto também com a GNR", disse.

Indagado se neste programa de reorganização conta com o comandante-geral da PNTL, superintendente Paulo de Fátima Martins, o futuro ministro do Interior lamentou a sua ausência, depois de ter sido referenciada a sua saída de Díli na semana passada, e disse contar com o comandante operacional, comandante Ismael Babo.

"Conto também com o director da Academia de Polícia e com o director do Departamento de Migração, comandante Carlos Jerónimo", acrescentou.

Dos cerca de 3.000 efectivos da PNTL, antes do início dos confrontos, um terço estava colocado no distrito de Díli, distribuídos pelas várias componentes da instituição: Unidade Marítima, Unidade de Intervenção Rápida, Comando Distrital, Quartel-General, Corpo de Segurança Pessoal e Departamento de Migração.

No passado dia 24 de Maio, quando era já patente uma acentuada diminuição dos efectivos, a PNTL contava somente com apenas 15 efectivos na sede do Comando Distrital de Díli, unidade onde estavam colocados mais de 400 efectivos, e no Quartel-General, em Caicoli, estavam ao serviço cerca de 30 efectivos, acompanhados dos comandantes operacionais.

A diminuição de efectivos deveu-se a parte dos polícias se terem juntado aos militares revoltosos, grupo em que emerge o major Alfredo Reinado, comandante da Polícia Militar, que a 3 de Maio abandonou a cadeia de comando das forças armadas.

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