Um estudo publicado na segunda-feira revelou que as células possuem estruturas que funcionam como "autoestradas" para transportar substâncias e que podem ser usadas pelos vírus se houver infeção, mas um novo fármaco poderá inibir esse transporte.
A descoberta de uma nova forma farmacológica na proteína que faz parte daquelas vias de transporte pode contribuir para o desenvolvimento de medicamentos.
Esta identificação, a partir de um novo composto de origem natural de algas verdes-azuis (cianobactérias), “pode contribuir para o desenvolvimento de medicamentos para o tratamento do cancro, da doença de Alzheimer e infeções virais emergentes”, explicou o CSIC em comunicado.
Os microtúbulos são estruturas intracelulares que funcionam como vias celulares para o transporte de substancias, vesiculas e até vírus, no caso de uma célula ser infetada.
“Os pesquisadores acreditam que a desestabilização farmacológica dos microtúbulos contribuiria para evitar a geração de fábricas virais na célula”, pode ler-se ainda no documento,
Procedimento científico
“Como a proteína é inativada, os microtúbulos também não se podem formar, o transporte intracelular é bloqueado e, o mais importante, a separação dos cromossomas é evitada durante a divisão celular”, explicou Marian Oliva, do CIB-CSIC e uma das autoras do estudo.
A tubulina, proteína que faz parte dos microtúbulos, é um dos alvos de maior sucesso para o descobrimento de fármacos contra as doenças virais, neurológicas ou o cancro.
Até ao momento, foram identificados seis sítios que promovem a estabilização ou desmontagem dos microtúbulos, aos quais é acrescentado o agora localizado através desta investigação.
Cada alvo farmacológico dentro da tubulina modifica o seu funcionamento de forma diferente.
“Encontrar um novo alvo implica ter um novo leque de possibilidades, com a opção de poder encontrar medicamentos que, sem serem tóxicos, são eficazes no tratamento de doenças”, concluiu Oliva.
c/agências