As Filipinas revelaram esta quarta-feira que a guarda costeira chinesa utilizou canhões de água e embateu contra um navio no mar do Sul da China, enquanto Pequim disse que se limitou a "exercer controlo".
Um vídeo publicado pelo Grupo de Trabalho Nacional de Manila para o Mar do Sul da China mostra uma embarcação da Guarda Costeira chinesa a embater contra um barco do Gabinete de Pescas e Recursos Aquáticos, uma agência governamental filipina.
A embarcação chinesa "disparou um canhão de água contra o BRP Datu Pagbuaya (nome do navio), apontando diretamente para as antenas de navegação", afirmou, em comunicado, o porta-voz da Guarda Costeira das Filipinas para o mar do Sul da China, comodoro Jay Tarriela.
A guarda costeira "embateu intencionalmente" contra o navio filipino, antes de disparar uma segunda salva de canhões de água, acrescentou Tarriela.
Pequim disse que os navios chineses apenas "exerceram controlo (...) em conformidade com a lei".
"No dia 4 de dezembro, vários navios filipinos, incluindo navios da Guarda Costeira, tentaram entrar nas águas territoriais chinesas em torno da ilha de Huangyan", declarou Liu Dejun, porta-voz da Guarda Costeira chinesa, utilizando o nome chinês do recife de Scarborough.
Os navios filipinos "aproximaram-se perigosamente das patrulhas regulares da Guarda Costeira chinesa", acrescentou.
Na quinta-feira passada, o Exército chinês anunciou que ia enviar uma patrulha para perto do recife de Scarborough para "defender firmemente" a soberania, num contexto de tensões bilaterais recorrentes.
Situado numa zona rica em recursos piscatórios, o recife é reivindicado pela China, que assumiu o controlo em 2012, e pelas Filipinas.
Por razões históricas, a China reivindica a quase totalidade das ilhotas do mar do Sul da China, face a outros países vizinhos (Filipinas, Vietname, Brunei, Malásia). Em 2016, um tribunal internacional decidiu que as reivindicações chinesas não tinham base jurídica.