Nova Zelândia. Polícia investiga possível crime em incêndio em albergue que matou seis pessoas

por RTP

A polícia da Nova Zelândia revelou esta quarta-feira que está a investigar um possível crime ligado ao incêndio num albergue da capital, Wellington, que causou pelo menos seis mortos e um número indeterminado de desaparecidos.

"Como se trata de um incêndio provocado envolvendo mortes, esta é uma investigação de homicídio", disse o comandante interino da polícia de Wellington numa conferência de imprensa.

Ninguém foi ainda detido, revelou o inspetor Dion Bennett. No entanto, o comandante garantiu que a polícia tem uma lista de pessoas que vai interrogar para identificar possíveis suspeitos.

Escusou-se a adiantar se havia a convicção de que o fogo foi posto deliberadamente ou se foram usados aceleradores de combustão. Dion Bennett recusou revelar as circunstâncias do incêndio que começou por volta da meia-noite de segunda-feira no albergue Loafers Lodge, num edifício com quatro andares e que tinha 92 quartos.

O incêndio provocou pelo menos seis mortos. Uma equipa de agentes entrou hoje no prédio hoje para iniciar a investigação e recuperar os restos mortais que se acredita ainda estarem no interior.

As autoridades temem que o número de mortos possa aumentar, numa altura em que "menos de 20 pessoas" permanecem desaparecidas.
Os serviços de emergência estimam que 94 pessoas estavam no albergue quando deflagrou o incêndio, mas Dion Bennett lembrou a possibilidade de que várias tenham deixado o albergue por conta própria ou não tenham lá ficado na noite da tragédia.

Bennett disse que nem todos os que estavam no albergue se registraram como seguros com as autoridades e pediu aos que escaparam do prédio que contatem a polícia. Alguns deixaram os telefones nos quartos quando fugiram.

Cinco pessoas também ficaram feridas, uma delas com gravidade.

O edifício onde ocorreu o incidente não dispunha de extintores de incêndio, algo que não era obrigatório por se tratar de um edifício antigo.

O Governo da Nova Zelândia adiantou que vai investigar se os regulamentos de construção de acomodações tão intensivas como o Loafers Lodge são adequados. Uma garantia deixada pelo primeiro-ministro Chris Hipkins a no parlamento.

Segundo a autarca de Wellington, o albergue Loafers Lodge acolhia trabalhadores e pessoas vulneráveis, entre residentes de longo e curto prazo. Tory Whanau disse que alguns vivem com baixos rendimentos ou estão de forma "transitória" na Nova Zelândia, país que vive uma crise imobiliária.
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