A nova líder do Partido Conservador e da oposição no Reino Unido, Kemi Badenoch, comprometeu-se hoje a escrutinar o Governo trabalhista e a "renovar" o partido para o regresso ao poder.
Minutos depois de ter sido anunciada a vencedora da eleição interna para suceder a Rishi Sunak, a antiga ministra da Economia afirmou: "É uma enorme honra ser eleita para este cargo, para liderar o partido que eu amo, o partido que me deu tanto".
Badenoch substitui o antigo primeiro-ministro que em julho conduziu os conservadores ao seu pior resultado eleitoral desde 1832. Os conservadores perderam mais de 200 lugares, passando a contar com 121.
Badenoch agradeceu a Sunak e desejou-lhe "o melhor para o futuro" e elogiou o finalista derrotado, Robert Jenrick, pela sua "energia e determinação".
"Não tenho dúvidas de vais ter um papel fundamental a desempenhar muitos anos", disse, num discurso em Londres transmitido pelas televisões britânicas.
Badenoch afirmou que o partido tem pela frente um trabalho "difícil, mas simples", começando por "escrutinar este Governo trabalhista".
"A segunda, não menos importante, é preparar o Governo para os próximos anos", com políticas claras e "um plano claro de como as implementar, um plano claro para mudar o país mudando a forma como este Governo funciona".
"Esse enorme trabalho começa hoje", anunciou.
Kemi Badenoch foi eleita com 53.806 votos (57%), à frente dos 41.388 votos (43%) de Robert Jenrick num total de 131.680 eleitores elegíveis. A taxa de participação foi de 72,8%.
Nascida no Reino Unido, filha de pais de origem nigeriana e criada no país africano, Kemi Badenoch, de 44 anos, defende um regresso aos valores conservadores, acusando o partido de se ter tornado mais "liberal" em questões sociais como o género e de ter "governado à esquerda".
A antiga engenheira de informática apresenta-se como uma pessoa que provoca a rutura, defendendo uma economia de mercado livre e com impostos baixos e prometendo "reconfigurar, relançar e reprogramar" o Estado britânico.
Crítica do multiculturalismo e autoproclamada inimiga do trabalho, Badenoch foi alvo de críticas por ter dito recentemente que "nem todas as culturas são igualmente válidas" e por ter sugerido que o subsídio de maternidade era excessivo.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, felicitou Badenoch por se tornar na "primeira líder negra de um partido" na Câmara dos Comuns, o que considerou "um momento de orgulho" para o país.
"Estou desejoso por trabalhar consigo e com o seu partido no interesse do povo britânico", escreveu na rede social X.