Os devotos hindus foram oferecer orações ao rio sagrado, Yamuna, dar um mergulho na água e adorar o sol nascente, agradecendo as bênçãos da vida na Terra. Este banho faz parte do festival religioso Chhath Puja. A bênção foi envolta pela maior poluição do ar deste ano e pela espuma tóxica que flutua no rio indiano.
"Yamuna não é mais um rio", declarou à CBS, Manoj Mishra, da organização Yamuna Jiye Abhiyaan, um grupo que faz campanha para limpar o rio.
"É uma coleção de 18 esgotos que fluem para dentro dele, carregando um cocktail tóxico de esgoto, produtos químicos, detergentes, lixo industrial e excrementos", acrescentou.
Menos de 10 por cento do esgoto que é lançado ao rio é tratado. Milhões de pessoas continuam a usar a água para atividades domésticas, colocando-se em risco de contrair doenças.Visuals of toxic foam on the Yamuna River caused by air pollution.#YamunaRiver pic.twitter.com/2PXaVCekHC
— News18 (@CNNnews18) November 8, 2021
De acordo com o ativista, diversos especialistas temem que a sopa tóxica possa tornar-se uma incubadora de superbactérias resistentes a medicamentos.
Mishra defende que a "primeira prioridade do governo indiano deve ser devolver o rio ao rio".
Os diversos governos traçaram planos para limpar o rio sagrado, inclusivé o Tribunal Nacional Verde, que trata de assuntos ambientais, estabeleceu em 2015 um conjunto de medidas para restaurar o Yamuna.
Mas "nenhum tijolo foi colocado durante este tempo", disse Mishra, acrescentando que a luta do governo central contra a poluição do ar e da água, está longe de ser eficaz.
"O que está a faltar é uma maior consciencialização da urgência por parte dos governantes, eles não podem continuar a acordar durante os invernos e acharem que estão sozinhos", sublinhou a repórter ambiental Bahar Dutt, autora de "Rewilding India: Experiments in saving nature".
Ar insalubre Um manto de fumo cobriu a cidade, que tradicionalmente tem a pior qualidade do ar de todas as capitais do mundo, e fez disparar os valores para a poluiçao do ar mais perigosa de 2021.
"O que está a faltar é uma maior consciencialização da urgência por parte dos governantes, eles não podem continuar a acordar durante os invernos e acharem que estão sozinhos", sublinhou a repórter ambiental Bahar Dutt, autora de "Rewilding India: Experiments in saving nature".
Ar insalubre Um manto de fumo cobriu a cidade, que tradicionalmente tem a pior qualidade do ar de todas as capitais do mundo, e fez disparar os valores para a poluiçao do ar mais perigosa de 2021.
O Índice de Qualidade do Ar (AQI) subiu para 463 numa escala de 500, o máximo registrado em 2021, indicando condições "graves" que afetam até mesmo pessoas saudáveis. O registo foi feito pelas autoridaders centrais indianas que monitorizam a concentração da poluição do ar.
A Organização Mundial de Saúde também considerou o ar inseguro, especialmente para quem já sofre de doenças respiratórias.
Os fogos de artíficio do fim das festividades do Diwali, associados às queimadas feitas pelos agricultores que preparam os terrenos para a sementeira seguinte, terão contribuído para a subida dos valores de poluição.
Rajat Gupta - EPA
Os governos indianos são continuamente acusados por colocar a economia em primeiro lugar em detrimento da saúde e compromissos ambientais.
O primeiro-ministro Narendra Modi afirmou na Cimeira do Clima, COP26, em Glasgow, que pretende que a Índia alcance emissões líquidas zero de carbono até 2070.
Alguns especialistas duvidam e estimam que a meta está, pelo menos, duas décadas atrasada.