O país anunciou esta segunda-feira que decidiu colocar os militares num elevado nível de alerta a partir desta terça-feira, 1 de novembro, em reação à guerra na Ucrânia. Por causa do conflito, a Noruega é neste momento o maior exportador de gás natural para a União Europeia. Membro fundador da NATO, o país nórdico tem uma fronteira de quase 200 quilómetros com a Rússia.
“Não há indícios de que a Rússia esteja a expandir a sua guerra para outros países, mas o aumento das tensões deixa-nos mais expostos a ameaças, operações de inteligência e campanhas de influência”, afirmou Jonas Gahr Stoere.
De acordo com o ministro norueguês da Defesa, Bjoern Arild Gram, indicou que as Forças Armadas do país vão passar menos tempo em treino e mais tempo em tarefas operacionais.
A Força Aérea norueguesa cancelou o treino que deveria decorrer nos Estados Unidos com caças F35, preferindo mantê-los na Noruega, segundo indicou o chefe das Forças Armadas, Eirik Kristoffersen.
“Esperamos que esta situação dure pelo menos um ano”, acrescentou o general. A prioridade nas operações de vigilância será dada às atividades marítimas, sobretudo no Mar do Norte.
Na sequência da invasão russa da Ucrânia e a queda nos fluxos russos de gás natural, a Noruega tornou-se no principal exportador de gás natural para a União Europeia, fornecendo cerca de um quarto de todas as importações comunitárias.
Em finais de setembro, após as fugas de gás no Nord Stream, Oslo mobilizou os militares pela primeira vez para proteger as suas plataformas críticas associadas ao gás natural. A Noruega é um dos membros fundadores da NATO e partilha uma fronteira de mais de 195 quilómetros com a Rússia.
De acordo com Jonas Gahr Stoere, as perdas que a Rússia enfrenta no terreno perante a resistência ucraniana poderão motivar Moscovo a procurar desviar as atenções do campo de batalha. “É por isso que sentimos muito mais os efeitos em cascata desta guerra”, vincou o primeiro-ministro.
O chefe de Governo norueguês adiantou que não há ainda motivos para acreditar que a Rússia queira envolver a Noruega diretamente no conflito, mas considera ainda assim que é necessário que “todos os países da NATO estejam mais vigilantes”, adiantou Stoere, citado pelo jornal Aftenposten.