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Norte-americanos vão a votos. O que disseram os candidatos nos últimos comícios?

por Cristina Sambado - RTP
Getty Images via AFP

Cerca de 240 milhões de eleitores vão escolher o próximo inquilino da Casa Branca. A corrida tem sido uma luta renhida entre a candidata democrata e o candidato republicano. Kamala Harris escolheu a Pensilvânia para o último comício, já Donald Trump lançou os derradeiros apelos ao voto no Michigan.

Estas poderão ser umas das eleições mais renhidas da história. Todos os votos contam”, afirmou Kamala Harris perante cerca de 30 mil apoiantes na cidade de Filadélfia, no Estado da Pensilvânia.

Para a atual vice-presidente e ex-procuradora geral e senadora da Califórnia, “temos a oportunidade de virar finalmente a página de uma década de projetos políticos movidos pelo medo e pela divisão”.

Em Filadélfia, berço da democracia norte-americana, e num cenário escolhido cuidadosamente, junto a uma grande escadaria que ficou imortalizada no filme Rocky, a candidata democrata recordou que “gerações antes de nós lideraram a luta pela liberdade, e agora o bastão está nas nossas mãos”.

“Precisamos de começar a trabalhar e fazer com que as pessoas votem”, apelou.

No discurso final da sua curta campanha de 107 dias, Kamala Harris realçou que nestas eleições, "temos a oportunidade de virarmos finalmente a página de uma década de políticas alimentadas por medos e divisões. Estamos fartos disso. Estamos fartos! Estamos exaustos com isso", sublinhou.
"Não vamos voltar atrás. Não vamos voltar atrás", garantiu com os apoiantes a apoiá-la nas palavras. "Não vamos retroceder porque a América está pronta para um recomeço, estamos prontos para um presidente que sabe que o verdadeiro peso do líder, não se mede por quem derrotamos. Baseia-se quem conseguimos elevar".

Harris ofereceu novamente aos eleitores a promessa de um país mais gentil e compassivo. A "lista de inimigos" de Trump, insistiu, está prestes a ser suplantada por sua "lista de afazeres".

Kamala enumerou de seguida a lista algumas das coisas que promete fazer depois de ser eleita, incluindo proibir a prática de preços abusivos por empresas em alimentos, cortar impostos para trabalhadores e famílias de classe média e diminuir o custo dos cuidados de saúde, acrescentando: "o acesso aos cuidados de saúde deve ser um direito e não apenas um privilégio daqueles que podem pagar".

A candidata democrata, que ainda é vice-presidente dos EUA, vai passar esta terça-feira na Casa Branca em Washington Kamala Harris voltou ainda a pegar num dos seus cavalos de batalha ao mencionar o direito das mulheres de decidir sobre os seus próprios corpos e a determinação em sancionar leis que protejam a liberdade reprodutiva das mulheres.

“A América está pronta para um novo começo”, afirmou Harris. “Pronta para um novo caminho a seguir, onde vemos nosso compatriota americano, não como um inimigo, mas como um vizinho.”

Kamala garantiu ainda que o seu partido está “otimista e entusiasmado por aquilo que podemos fazer. É tempo para uma nova geração de liderança nos Estados Unidos e eu estou pronta para vos oferecer essa liderança como próxima presidente dos Estados Unidos da América”.
  A candidata democrata espera que estas eleições signifiquem um virar de página em relação à política do medo e da divisão. "Esta noite, pergunto-vos uma última vez: estão prontos para fazerem ouvir as vossas vozes? Acreditamos na liberdade? Acreditamos nas oportunidades? Acreditamos no sonho da América? Estamos a postos para lutar por isso? E quando lutamos, ganhamos. Que Deus vos abençoe e os Estados Unidos da América", afirmou a candidata democrata na reta final do último comício.


O último comício de Kamala Harris contou com uma série de celebridades, como Lady Gaga e Oprah Winfrey, entre outros.
“Deus salvou-me para salvar a América”Donald Trump prometeu em Grand Rapids, no Estado do Michigan, um dos sete decisivos para estas eleições, que quer “conduzir a América e o Mundo a novos patamares”, realçando que estava numa ótima “posição” para regressar à Casa Branca.

"Muita gente diz que Deus salvou-me para eu salvar a América. Há muita gente a dizer isso. E com a vossa ajuda cumpriremos essa missão extraordinária. Juntos iremos cumpri-la e vamos salvar o nosso país. Houve muita gente a dizer isso", afirmou Trump numa referência às tentativas de assassinato de que foi alvo ao longo desta campanha.

Trump voltou a encerrar a campanha no Michigan, como aconteceu em 2016 e 2020. O candidato republicano vai passar o dia das eleições na Flórida, onde irá votar, apesar de ter dito de início que iria optar pelo voto antecipado."A todos os cidadãos do nosso país, peço a honra do vosso voto. Não quero o vosso dinheiro, não quero nada. Só quero o vosso voto. Estamos na reta final".

O último comício de Donald Trump ficou marcado pela ausência de Ivanka Trump, a filha que foi sua conselheira na Casa Branca durante o primeiro mandato, e de mulher Melania Trump. Os restantes filhos, noras e genros estiveram ao lado do candidato republicano.


No último comício, ao qual chegou cerca de duas horas atrasado, Donal Trump não poupou nas críticas à presidência de Barack Obama. "É um movimento inédito e vai ser um movimento que vai salvar o nosso país. Vai ser um movimento que nos vai salvar. Mas é triste, porque nunca teremos isto. Mas teremos outras reuniões, com tudo o que temos feito ao longo de todos estes anos de trabalho”, começou por esclarecer.

Para de seguida atacar o seu antecessor na Casa Branca, “começámos com uma situação muito má há quatro anos. Foi angustiante ter de esperar quatro anos. E se não estive muito bem, farei agora muito melhor que na primeira vez. Não faria isto se tivesse menos votos. Tivemos quase mais de 12 milhões de votos. E o Obama, o Barack Hussein Obama, não conseguiu isso. Teve muito menos votos que qualquer outro candidato da segunda vez. E ele ganhou”.

No seu discurso no último comício, Donald Trump voltou também a atacar o atual presidente, Joe Biden, a ex-presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosy, e o principal investigador do primeiro impeachment, Adam Schiff.

“Joe Biden, em um de seus momentos de loucura, disse que éramos todos lixo”, comentou Trump, acrescentando “Eles roubaram a eleição de um presidente”, numa aparente referência à desistência de Biden da campanha para ser substituído por Harris.

Donald Trump frisou ainda que o país está em perigo e que estas eleições vão salvar o país.


"Temos a bola na mão. Estamos na linha dos dois metros, talvez menos de um metro, mas está nas nossas mãos e se marcarmos será o maior evento da história do nosso país. E deixem-me dizer que vai ser muito mais importante, vai salvar o nosso país. Porque o país está em perigo. Outra coisa que devem saber é que Kamala partiu e eu vou arranjar, e depressa", prometeu.

A candidata republicana foi ainda acusada de ter um QI baixo e de ser mentirosa.

“Kamala é uma pessoa de QI muito baixo e não precisamos de um indivíduo de QI muito baixo. Temos isso há quatro anos e nosso país está a ir pelo ralo”, acusou Trump.

"Se você votar na mentirosa Kamala, terá mais quatro anos de miséria, fracasso e desastre dos quais nosso país pode nunca se recuperar", acrescentou.
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