As Nações Unidas acusaram os militares de Myanmar de perpetuarem um genocídio contra os rohingya. Aung San Suu Kyi, que não se tem manifestado sobre o assunto, já lhe viu retirados vários prémios pela sua inação. No entanto, a Comissão do Prémio Nobel da Paz afirma que não lhe pode retirar o prémio, entregue em 1991.
“Continuamos a pedir a todos os que se encontram em Myanmar para aliviar o sofrimento dos rohingya e parar com a sua persecução e supressão”, apelou Njolstad.
Na altura, a atual chefe de Governo foi galardoada com o prémio por liderar a Liga Nacional pela Democracia (LND), um movimento pró-democrático que lutava contra o Governo militar no Myanmar. As suas visões políticas fizeram com que fosse colocada em prisão domiciliária durante 15 anos.
Aliás, Aung San Suu Kyi nem sequer pôde comparecer à cerimónia de entrega do Nobel. Este foi aceite pelos seus filhos, uma vez que se encontrava em prisão domiciliária quando lhe foi atribuído o prémio.
Sete prémios revogados
A ativista era galardoada e elogiada pelos planos de paz e democracia que tecia para Myanmar. No entanto, depois de ter sido libertada da prisão domiciliária e ter conseguido chegar a chefe de Governo, o país tem assistido àquilo que as Nações Unidas definiram como uma “limpeza étnica” dos rohingya.
Este grupo étnico, uma minoria muçulmana no Myanmar, tem sido massacrado pelas forças militares do país desde agosto do ano passado. Várias pessoas foram mortas e violadas no conflito, que já obrigou 700 mil pessoas a fugir para o Bangladesh. Aung San Suu Kyi tem mostrado uma atitude passiva sobre o assunto.
A semana passada, numa conferência em Singapura, escolheu não chamar os rohingya pelo nome, referindo-se apenas a grupos terroristas. Quando questionada na palestra sobre o regresso dos rohingya a Rakhine, no Myanmar, a chefe de Estado sugeriu que era da responsabilidade do Bangladesh começar esse processo.
Até agora, as suas atitudes já fizeram com que lhe fossem revogados sete prémios. O mais recente foi o prémio Liberdade de Edimburgo.
O Lord Provost de Edimburgo, Frank Ross - equivalente a presidente de Câmara – chegou a escrever uma carta a Aung San Suu Kyi, onde apelava à sua “coragem moral e influência incomensuráveis” para promover o regresso seguro dos rohingya ao estado de Rakhine. Por não ter recebido nenhuma resposta, Ross retirou-lhe o prémio.