Muhammad Yunus regressou esta quarta-feira ao Bangladesh, país que tem vivido semanas de violência e de protestos. As manifestações, iniciadas por estudantes universitários, forçaram a primeira-ministra Sheikh Hasina a renunciar e a fugir para a vizinha Índia. Agora, o Prémio Nobel da Paz vai liderar um governo interino e apela à população para que "cesse todos os tipos de violência".
Yunus aceitou os pedidos de líderes estudantis, militares e do presidente para liderar um governo interino e preparar eleições no Bangladesh.
Na primeira declaração que fez, o Nobel da Paz afirmou que os estudantes salvaram o país, devolveram a liberdade que tem de ser protegida: "O caminho que os nossos estudantes apontaram é para continuar".
Ele vai ser empossado esta quinta-feira líder do governo interino que será constituído por elementos de outros partidos, à exceção do partido da ex-primeira-ministra, após semanas de violência que mataram cerca de 300 pessoas e feriram milhares Yunus, conhecido como o “banqueiro dos pobres”, recebeu o Prémio Nobel da Paz em 2006 por fundar um banco pioneiro na luta contra a pobreza, através de pequenos empréstimos a mutuários necessitados. Aos 84 anos, crítico severo de Hasina, Yunus chega a Dhaka após tratamento médico em Paris.
Nos últimos 30 anos, Sheikh Hasina governou o país durante 20 e acabou por ser derrubada pelo movimento de estudantes que protestou contra as quotas em cargos públicos que dispararam em julho.
Os protestos foram alimentados também pelas duras condições económicas e pela repressão política no país que conseguiu a independência do Paquistão em 1971.
Os protestos foram alimentados também pelas duras condições económicas e pela repressão política no país que conseguiu a independência do Paquistão em 1971.