O
Presidente da Guiné-Bissau morreu após um ataque realizado por militares das
Forças Armadas à sua casa. Horas antes o Chefe do Estado-Maior-General das
Forças Armadas, o general Tagmé Na Waié, morreu num atentado à bomba.
Portugal
pede a mobilização da comunidade internacional
Em
declarações à RTP, o ministro português dos Negócios Estrangeiros afirmou que
“até ao momento” não há “nenhum incidente envolvendo cidadãos portugueses em Bissau. Esperemos
que esta situação se mantenha”.
Luís
Amado afirmou que “ é fundamental que a comunidade internacional se mobilize. A
Guiné-Bissau é um Estado muito fragilizado, com instituições muito vulneráveis
e quando vemos simultaneamente serem decapitadas as Forças Armadas e a
Presidência da República a nossa primeira preocupação é garantir que se reponha
rapidamente a ordem constitucional”.
O
Governo português garante que “tem estado a trabalhar no sentido de, em
contacto com as autoridades regionais, com o país e também parceiros, criar
condições para que rapidamente este vazio seja ultrapassado e a ordem
constitucional seja retomada em Bissau”.
Estado-Maior-General
das Forças Armadas garante obediência ao poder político
Num
comunicado assinado pelo capitão de Mar Zamora Induta, o Estado Maior-General
das Forças Armadas da Guiné-Bissau garantiu que vai obedecer ao poder político
e às instituições da República e apelou à calma.
Lê-se
no comunicado que “no dia 1 de Março, pelas 19h41, uma bomba colocada por
indivíduos ainda não identificados explodiu no edifício principal do
Estado-Maior vitimando mortalmente o General Tagmé Na Waié, tendo deixado
gravemente feridos três escoltas seus quando subiam para o gabinete.”
E
acrescenta: “Não obstante as medidas tomadas para evitar possíveis dissabores,
um grupo de cidadãos por identificar assaltou a residência do Presidente da
República tendo-o baleado até à morte”.
A
instituição militar informa que “a situação está sob controlo” e “apela à
população para se manter calma e serena e não abandonar as residências”.
CPLP
convoca reunião extraordinária
Perante
a situação, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) informou que
ainda hoje ira ter uma reunião extraordinária para debater a situação na
Guiné-Bissau.
A
reunião irá ocorrer na sede da CPLP, em Lisboa.