À margem de uma cimeira económica realizada hoje em Abuja, capital da Nigéria, a ministra Zainab Ahmed referiu que o crescimento da população na Nigéria representa uma grande preocupação das autoridades públicas.

A governante tem abordado o assunto com os líderes tradicionais influentes no país, que se opuseram ao controlo de natalidade por razões morais e religiosas.

"Esperamos que, com o apoio deles, criemos uma política que limite o número de filhos que uma mãe pode ter, porque é importante apoiar o nosso crescimento", acrescentou.

Na sua conta da rede Twitter, Zainab Ahmed escreveu que o Governo não era a favor de um limite de nascimentos, mas sim de um "espaçamento de nascimentos".

A ministra das Finanças nigeriana afirmou que "o crescimento exponencial da população foi identificado como um desafio".

"Nós nunca dissemos que o Governo federal limitaria o número de nascimentos", sublinhou.

Segundo o relatório das Nações Unidas de 2017 sobre as "Perspetivas da População Mundial", a Nigéria é o país cuja população está a crescer mais rapidamente.

Atualmente, é o sétimo país mais populoso do mundo, com quase 190 milhões de habitantes.

Contudo, de acordo com as previsões da Organização das Nações Unidas (ONU), a população da Nigéria deve exceder a dos Estados Unidos e subir para a terceira posição mundial até 2050.

Esse assunto é regularmente debatido numa região onde o desemprego dos jovens atingiu o seu recorde, assim como a violência e a taxa de delinquência.

Todavia, os partidários do controlo de natalidade são uma minoria e deparam com uma forte resistência na sociedade nigeriana.

Em 2012, o ex-Presidente Goodluck Jonathan, desencadeou um alvoroço - tanto em cristãos, como em muçulmanos - ao afirmar que os nigerianos não deveriam ter mais filhos do que os seus meios permitem para criá-los.