New START. Duma carimba suspensão da participação russa em tratado de armas nucleares
Os deputados à Duma, a câmara baixa do Parlamento russo, aprovaram por unanimidade, esta quarta-feira, a suspensão da participação de Moscovo no tratado de desarmamento nuclear New START, anunciada na véspera por Vladimir Putin, durante o discurso anual sobre o estado da nação.
A proposta do presidente russo entra em vigor depois da publicação oficial.
Nos termos do diploma, apenas Vladimir Putin pode determinar, "no futuro", se a Rússia volta a estar vinculada ao derradeiro tratado de controlo de armas nucleares assinado com os Estados Unidos.O New START foi assinado a 8 de abril de 2010, em
Praga, pelos antigos presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da
Rússia, Dmitry Medvedev.
O tratado em causa circunscreve o número de armas nucleares estratégicas a um máximo de 1.550 ogivas e 700 sistemas balísticos - terra, mar e ar - para cada uma das potências signatárias.
Foi na terça-feira que Putin anunciou a intenção de colocar entre parêntesis o tratado sobre armas nucleares, sustentando que não se tratava de um "abandono".
Na plataforma de mensagens Telegram, Dmitry Medvedev, agora vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, considerou a medida proclamada por Putin uma resposta "há muito esperada" a Estados Unidos e NATO.
"Esta decisão foi-nos imposta pela guerra declarada pelos Estados Unidos e outros países da NATO contra o nosso país. Terá uma enorme ressonância no mundo em geral e nos Estados Unidos em particular", escreveu o antigo presidente.Horas antes da votação na Duma, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia garantia que Moscovo continuaria a cumprir as restrições definidas pelo New START.
Também o presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, responsabilizou em comunicado os Estados Unidos pela suspensão do tratado: "Ao deixar de cumprir as suas obrigações e rejeitar as propostas do nosso país sobre questões de segurança global, os Estados Unidos destruíram a arquitetura da estabilidade internacional".
Kiev exortou, por sua vez, a comunidade internacional a adotar "medidas conjuntas urgentes para prevenir e combater qualquer forma de chantagem nuclear por parte do Estado terrorista".
c/ agências