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Neuralink. Empresa fundada por Musk implanta chip em cérebro humano

por Joana Raposo Santos - RTP
Dado Ruvic - Reuters

A Neuralink, empresa neurotecnológica fundada pelo bilionário Elon Musk, implantou com sucesso o seu primeiro chip num cérebro humano. O objetivo inicial desta tecnologia é permitir que as pessoas sem mobilidade possam controlar um rato ou teclado de computador utilizando apenas os seus pensamentos.

O primeiro humano recebeu um implante da Neuralink ontem [domingo] e está a recuperar bem. Os resultados iniciais mostram uma deteção promissora de picos de neurónios”, escreveu Elon Musk na segunda-feira na rede social X.

Esses “picos” são a atividade dos neurónios, células que utilizam sinais elétricos e químicos para enviar informações para o cérebro e para o corpo.

No ano passado, a agência federal norte-americana Food and Drug Administration (FDA) autorizou a Neuralink a realizar o primeiro ensaio clínico para testar o implante em seres humanos.

Esse passo foi visto como fundamental nas ambições da empresa de ajudar pacientes a superar casos de paralisia, assim como uma série de outras doenças neurológicas.

Em setembro, a Neuralink começou a recrutar participantes para um “ensaio clínico inovador de um dispositivo médico experimental para a primeira interface cérebro-computador”.

“Se tem tetraplegia e está interessado em explorar novas formas de controlar o seu computador, pode ser elegível”, referiu então a empresa.
“Telepatia”
Segundo a Neuralink, o estudo utiliza um robot para colocar cirurgicamente um implante de interface cérebro-computador numa região do cérebro que controla a intenção de um indivíduo se mover.

O objetivo inicial deste procedimento é permitir que os implantados controlem, por exemplo, um rato de computador ou um teclado utilizando apenas os seus pensamentos. Por esta razão, Elon Musk anunciou que o nome dado ao primeiro implante será “Telepathy” (telepatia).

O chip “permite controlar o telemóvel ou o computador e, através deles, quase todos os dispositivos, apenas com o pensamento”, detalhou Musk na rede social X, adiantando que “os primeiros utilizadores serão aqueles que perderam o uso dos seus membros”.

“Imaginem se Stephen Hawking pudesse comunicar mais depressa do que um datilógrafo ou um leiloeiro. É esse o objetivo”, escreveu.
Danos em macacos
A Neuralink tem sido alvo de escrutínio devido aos seus protocolos de segurança, tendo já sido multada por violar as regras do Departamento de Transportes dos Estados Unidos quanto ao transporte de materiais perigosos.Em junho do ano passado, a empresa foi avaliada em cerca de 5 mil milhões de dólares.

Em novembro, quatro legisladores norte-americanos pediram à Comissão de Valores Mobiliários que investigasse se Musk tinha enganado os investidores quando à segurança da sua tecnologia, depois de registos veterinários terem revelado problemas com os implantes em macacos, incluindo paralisia, convulsões e inchaço cerebral.

Em resposta, o bilionário assegurou que "nenhum macaco morreu como resultado dos implantes da Neuralink", explicando que a empresa escolheu propositadamente macacos "em estado terminal" para evitar riscos em animais saudáveis.
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