Benjamin Netanyahu já comunicou ao presidente israelita o acordo para um novo governo entre o seu partido Likud e duas formações sionistas e ultraortodoxas naquele que será o sexto mandato como primeiro-ministro à frente do executivo mais à direita de sempre. As negociações para a coligação arrastaram-se por muitas semanas, devendo implicar cedências de Netanyahu no alargamento dos colonatos, segundo o Jerusalem Post.
בזכות התמיכה הציבורית העצומה לה זכינו בבחירות האחרונות, עלה בידי להקים ממשלה שתפעל לטובת כל אזרחי ישראל 🇮🇱❤️ pic.twitter.com/ijtDppkaSm
— Benjamin Netanyahu - בנימין נתניהו (@netanyahu) December 21, 2022
“Quero anunciar que, fruto do incrível apoio público que tivemos nas eleições, consegui formar um governo que vai cuidar de todos os israelitas”, anunciou Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro designando.
Após semanas de negociações duras, a formação liderada pelo Likud apresenta-se - quase dois meses depois das eleições de 1 de novembro - como o governo mais à direita de sempre no país.
Trata-se de uma coligação ainda pendente de um processo negocial com os parceiros ultraortodoxos e de extrema-direita que, segundo Netanyahu, deverá ser fechado nos próximos dias, possivelmente “na próxima semana”. O Likud, com 32 assentos no Parlamento, estará, de qualquer forma, refém dos ultraortodoxos (18 lugares) e da aliança Sionismo Religioso (14), composição de partidos de extrema-direita abertamente homofóbica e anti-árabe.
Em cima da mesa deverão ainda estar os colonatos e a expansão da ocupação nos territórios palestinianos da Cisjordânia. A este dossier junta-se o cenário de reforço dos poderes do Knesset com possibilidade de o Parlamento poder vir a poder reverter decisões do Supremo Tribunal, um ponto relativamente ao qual a oposição tem vindo a manifestar preocupação.
De acordo com o Jerusalem Post, o novo executivo de Netanyahu estará aberto a avançar para a legalização de novos colonatos, decisão sensível para o poder em Washington. Acresce a possibilidade de o futuro governo vir a transferir a autoridade sobre a vida civil israelita na Área C da Cisjordânia do IDF (Forças Armadas israelitas) para ministérios da nova coligação.
Será com estas cedências que Netanyahu se prepara, após 15 anos no poder e vários processos de corrupção que o envolvem a si e ao seu núcleo familiar, para regressar à liderança do país.
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