O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, condenou hoje os protestos estudantis pró-palestinianos que alastraram pelos `campus` universitários dos Estados Unidos, classificando-os como "horríveis" e "antissemitas".
"O que está a acontecer nos `campus` universitários dos Estados Unidos é horrível. Turbas antissemitas apoderaram-se das principais universidades", afirmou Netanyahu numa mensagem de vídeo gravada em inglês.
Desde há vários dias, algumas das grandes universidades norte-americanas, como Columbia, em Nova Iorque, Berkeley, na Califórnia, e Yale, no Connecticut, são palco de protestos e concentrações com tendas que apelam acima de tudo para uma mudança de rumo na política de Washington em relação a Israel.
Netanyahu disse que as atuais manifestações fazem lembrar "o que aconteceu nas universidades alemãs na década de 1930", onde foi restringido o número de alunos judeus.
"Assistimos a este aumento exponencial do antissemitismo nos Estados unidos e nas sociedades ocidentais, enquanto Israel tenta defender-se de terroristas genocidas que se escondem atrás dos civis", afirmou.
O líder israelita alertou também que os incidentes antissemitas costumam preceder "conflitos maiores, que envolvem o mundo inteiro".
Pelo menos 34.200 pessoas morreram e mais de 77.000 ficaram feridas na guerra que Israel lançou na Faixa de Gaza a 07 de outubro, em retaliação ao ataque no mesmo dia perpetrado pelo movimento islamita palestiniano Hamas em território israelita, que fez 1.163 mortos, na maioria civis, e 250 reféns, cerca de 130 dos quais permanecem em cativeiro e 34 terão entretanto morrido, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.
O conflito, em curso há mais de seis meses, fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
A Universidade de Columbia, epicentro dos protestos nos complexos universitários, chegou na terça-feira à noite a um acordo de última hora com os ativistas para reduzir o âmbito dos seus protestos.
Esse acordo, que evitou um desmantelamento policial à meia-noite, deu aos campistas 48 horas para limitarem os seus protestos cumprindo algumas condições: reduzir o número de tendas, expulsar os ativistas não-universitários, proibir "a linguagem discriminatória" e cumprir as ordens da polícia em matéria de segurança.
Tal medida protege o direito à liberdade de expressão e, ao mesmo tempo, responde às queixas sobre a falta de segurança que representavam a presença e a atividade em dezenas de tendas em metade do `campus` principal, ou os comportamentos alegadamente antissemitas de alguns dos campistas em relação a outros estudantes de religião judaica.