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Navio humanitário "Geo Barents" ajudou migrantes depois de levantamento de bloqueio

por Lusa

O navio "Geo Barents" da organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) resgatou hoje 95 migrantes e refugiados no Mediterrâneo central, naquela que foi a primeira operação do género após o levantamento do bloqueio administrativo das autoridades italianas.

O grupo de migrantes estava a tentar chegar à costa sul da Europa num barco de madeira sobrelotado.

"Muitas das pessoas a bordo eram mulheres e crianças, a maior parte delas menores não acompanhados. Estão agora todos a salvo a bordo do `Geo Barents`", anunciou a MSF, que agradeceu a outra ONG, a Sea Watch, pelo alerta e apoio aéreo.

O governo da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, reforçou as medidas de controlo dos navios das ONG, que são objeto de detenções recorrentes após desembarcarem migrantes resgatados em alto mar.

Mais de 1.100 migrantes e refugiados morreram no Mediterrâneo central, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), que já registou quase 23.900 vítimas desde 2014, quando começou a recolher dados sobre aquela que é considerada a rota mais mortífera do mundo.

Na semana passada, a Justiça italiana suspendeu o bloqueio do navio humanitário `Geo Barents`, imobilizado em finais de agosto por alegada violação repetida das disposições governamentais em matéria de salvamento de migrantes.

No mesmo dia em que a ONG dava uma conferência de imprensa no porto de Salerno, no sul de Itália, onde o navio foi apreendido a 26 de agosto passado, para denunciar a "criminalização" dos navios humanitários que resgatam migrantes em risco de vida no Mediterrâneo, o tribunal desta cidade, onde a MSF apresentara recurso, ordenou a suspensão temporária do bloqueio enquanto o processo judicial prosseguir e seja emitida uma decisão final, podendo assim o navio voltar ao mar.

Já depois de conhecida a decisão do tribunal de Salerno de suspender temporariamente o bloqueio, o chefe de missão da MSF para as atividades de busca e salvamento no mar regozijou-se por tal permitir que estas possam ser retomadas. "Em breve voltaremos a salvar vidas no Mediterrâneo central", afirmou Juan Matias Gil.

Desde o ano passado que as diversas ONG que operam no Mediterrâneo denunciam o que classificam como "uma política de guerra" que lhes é dirigida pelo atual executivo italiano, chefiado por Giorgia Meloni, que acusam de restringir o acesso humanitário no Mediterrâneo Central, considerada a rota migratória mais perigosa do mundo.

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