O naufrágio de uma embarcação de migrantes junto à costa italiana fez pelo menos 59 mortos. É o mais recente episódio de um problema com mais de duas décadas que todos os anos faz milhares de vítimas.
"Até alguns minutos, o número de vítimas confirmadas era de 59", disse Vincenzo Voce ao canal de notícias Sky TG-24, às 16:00 locais (15:00 em Lisboa).
No anterior balanço, as equipas de socorro italianas davam conta de 45 corpos de migrantes encontrados e 80 sobreviventes do naufrágio ocorrido hoje de madrugada ao sul de Itália, mas receavam que pudesse haver mais vítimas mortais.
Entre as vítimas encontram-se muitas crianças, incluindo um recém-nascido, e mulheres, segundo relatos dos socorristas.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, expressou, num comunicado, o seu "profundo pesar" pela tragédia e disse que era "criminoso colocar um barco de 20 metros com 200 pessoas a bordo e uma previsão de mau tempo" no mar.
A incerteza quanto ao número de vítimas deve-se a diferentes relatos dos sobreviventes quanto às pessoas que viajavam no barco que naufragou.
O número de passageiros adiantado por sobreviventes varia entre 150 e 250, disseram elementos das equipas de socorro, admitindo haver dificuldades de comunicação com os migrantes por causa da língua.
A imprensa italiana noticiou que os migrantes são do Iraque, Irão, Síria e Afeganistão, depois de inicialmente também ter sido referida a presença de paquistaneses.
Segundo a guarda costeira, o barco partiu-se nas rochas a poucos metros da costa, numa altura em que o mar estava muito agitado.
As imagens da polícia italiana mostravam destroços de madeira espalhados ao longo de uma centena de metros da praia, onde muitos socorristas e sobreviventes estavam à espera de serem transferidos para um centro de receção.
Meloni disse que o Governo está empenhado em evitar a partida de barcos em condições que resultem em tragédias como a de hoje, e prometeu continuar a fazê-lo, "exigindo sobretudo a maior colaboração dos Estados de partida e de origem".
Este naufrágio ocorreu poucos dias depois de o parlamento ter aprovado novas regras controversas sobre o resgate de migrantes, formuladas pelo executivo dominado pela extrema-direita.
Meloni, líder do partido de extrema-direita Fratelli d`Italia (FDI), assumiu a chefia de um governo de coligação em outubro de 2022, após prometer reduzir o número de migrantes que chegavam a Itália.
A nova lei obriga os navios humanitários a efetuar apenas um salvamento de cada vez, o que, segundo os críticos, aumenta o risco de morte no Mediterrâneo central, que é considerado a travessia mais perigosa do mundo para os migrantes.
c/ Lusa