NATO. Mark Rutte pede aos Estados Unidos e Europa para juntarem esforços

por RTP
Reuters

O líder da NATO pediu esta quarta-feira que tanto os Estados Unidos como a Europa não se podem separar em matéria de segurança, numa altura de grandes tensões dentro da aliança transatlântica. Mark Rutte afirmou não é a altura ideal para cair em "tentações".

Rutte proferiu estas declarações numa Universidade de Economia em Varsóvia, capital da Polónia, e acrescentou que os Estados Unidos têm necessidade de ver da parte da Europa maior esforço no que diz respeito a assuntos de segurança para tornar a NATO mais justa.

“Vou ser muito claro, este não é o tempo para agirmos sozinhos. Nem para a Europa, nem para a América do Norte. Os desafios da segurança a nível global são demasiados para qualquer um de nós tentar resolver sozinhos”, declarou Mark Rutte.

O líder da aliança continuou e afirmou: “No que diz respeito a manter a Europa e América do Norte em segurança, não existe uma alternativa à NATO”.

Rutte faz estas declarações no seguimento de críticas de Donald Trump aos países da aliança que não investem o suficiente em defesa, afirmando que não iria defender aliados numa altura em que há muita indecisão na conclusão do conflito armado entre Ucrânia e Rússia.

Depois dos avisos do presidente norte-americano, vários países europeus, entre eles o Reino Unido e a Alemanha, anunciaram um aumento no investimento em defesa e muitos outros tentam agora seguir o exemplo.

Trump afirmou que os países da NATO devem gastar, pelo menos, cinco por cento do seu orçamento em Defesa, um crescimento em três por cento tendo em conta o que já é regra.

“Sim, a Europa precisa de saber que o Tio Sam ainda nos vai proteger. Mas os Estados Unidos também precisam de saber que os aliados da NATO vão fazer melhor. Vamos começar um novo capítulo na aliança transatlântica, em que vamos construir uma NATO mais forte, mais justa e muito mais letal”.

A dissuasão nuclear também foi tema de conversa em Varsóvia, com Mark Rutte a afirmar que as demonstrações de força de França e Reino Unido nunca poderão substituir o papel dos Estados Unidos nesta matéria.

Tudo porque Donald Trump tem criticado fortemente vários aliados na NATO e mostrado uma maior aproximação a Vladimir Putin numa tentativa de terminar com a guerra na Ucrânia.
Grupo de Signal não muda relação com Europa
O Signalgate, relacionado com o grupo de Signal de vários membros da administração norte-americana que falou de informação classificada, trouxe várias ondas de choque, já que algumas das mensagens continham críticas aos europeus.

Tendo em conta o teor do que depois foi publicado pela revista The Atlantic, Mark Rutte acredita que a relação de confiança com os americanos não foi abalada.

Sobre um hipotético fim da guerra na Ucrânia, o líder da NATO garantiu que não existirá normalização de relações com o Kremlin.

“Não vai acontecer. Vai durar décadas, porque existe completa falta de confiança. A ameaça ainda está lá mesmo que a guerra chegue a um fim, a ameaça russa ainda está lá”, concluiu Rutte.

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