Plutão foi desclassificado para a categoria de planeta-anão, mas agora surge a hipótese do Sistema Solar terrestre incluir de novo um nono planeta. Será 10 vezes maior que a Terra e estará em órbita muito para lá de Neptuno, afirmam astrónomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena. As conclusões baseiam-se em simulações de computador, de acordo com o estudo publicado esta quarta-feira.
O planeta, a existir, mantém-se misterioso e ainda não foi observado diretamente.
Estará a orbitar o Sol a uma distância 50 vezes superior à da Terra, numa região conhecida como Cintura de Kuiper.
"É uma parte substancial do nosso Sistema Solar que está ali à espera de ser encontrada, o que é bastante excitante", afirmou um dos autores do estudo, o astrónomo Mike Brown, num comunicado.
O estudo foi publicado na edição desta semana do Astronomical Journal.
Os astrónomos Konstantin Batygin e Michael E.Brown basearam as suas simulações de computador em observações anteriores dos corpos que compõem a Cintura de Kuiper, conhecidos pela sigla KBO (Kuiper Belt Object).
Alguns destes KBO, observados desde 2012, parecem concentrar-se de forma inesperada num aglomerado com características orbitais.
O estudo demonstra que a probabilidade deste agrupamento se dever ao acaso é de 0,007 por cento, o que implica uma "origem dinâmica".
"Percebemos que o alinhamento orbital pode ser mantido por um planeta distante excêntrico com uma órbita semelhante à dos KBO mas cujo periélio (o ponto da órbita de um corpo mais próxima do Sol) é 180º mais distante do que o periélio dos corpos menores," referem os autores do estudo.
Um planeta ali explicaria ainda o comportamento e presença de outros objetos celestes na região, concluem.
Para lá de Neptuno
A Cintura de Kuiper estende-se para lá da órbita de Neptuno (a 30 Unidades Astronómicas do Sol) até 50 UA do Sol. A sua origem é incerta mas, devido ao seu formato, acredita-se que seus objetos são remanescentes da nebulosa protossolar.

O primeiro objeto da região foi descoberto em 1992, apesar da existência teórica da Cintura já ter sido apontada por Gerard Kuiper em 1951.
Desde então já foram catalogados mais de mil outros pequenos objetos, de um potencial de mais de 100 mil pequenos corpos celestes, a maioria com formação semelhante à dos cometas. São feitos de metano, amónia e água. O facto de estarem numa órbita muito distante do Sol explicaria porque estes objetos nunca volatilizaram os seus gelos.
Os tamanhos dos KBO variam entre 1 e os 1000 km. Os astrónomos acreditam que os objetos já foram mais numerosos mas, interações com os planetas do Sistema Solar e colisões destruíram ou expulsaram uma boa parte deles.
Dos corpos já identificados há 12 com cerca de 1000 Km. Um deles, Eris, tem mesmo massa maior do que Plutão embora seja menos volumoso, de acordo com medições da sonda New Horizons.
Os mistérios de Sedna
A 26 de março de 2014 foi anunciada a descoberta de um corpo celeste semelhante a um planeta, totalmente gelado, para lá de Plutão e da Cintura de Kuiper, três vezes mais distante do Sol do que Neptuno.
Denominado Sedna, a sua existência e órbita excêntrica colocam várias questões sobre o que se passou exatamente nos primórdios da formação do Sistema Solar.
Para os autores do estudo hoje publicado, a existência do nono planeta poderá explicar em parte algumas das excentricidades de Sedna e de outros planetas anões semelhantes e próximos.
Estará a orbitar o Sol a uma distância 50 vezes superior à da Terra, numa região conhecida como Cintura de Kuiper.
"É uma parte substancial do nosso Sistema Solar que está ali à espera de ser encontrada, o que é bastante excitante", afirmou um dos autores do estudo, o astrónomo Mike Brown, num comunicado.
O estudo foi publicado na edição desta semana do Astronomical Journal.
Os astrónomos Konstantin Batygin e Michael E.Brown basearam as suas simulações de computador em observações anteriores dos corpos que compõem a Cintura de Kuiper, conhecidos pela sigla KBO (Kuiper Belt Object).
Alguns destes KBO, observados desde 2012, parecem concentrar-se de forma inesperada num aglomerado com características orbitais.
O estudo demonstra que a probabilidade deste agrupamento se dever ao acaso é de 0,007 por cento, o que implica uma "origem dinâmica".
"Percebemos que o alinhamento orbital pode ser mantido por um planeta distante excêntrico com uma órbita semelhante à dos KBO mas cujo periélio (o ponto da órbita de um corpo mais próxima do Sol) é 180º mais distante do que o periélio dos corpos menores," referem os autores do estudo.
Um planeta ali explicaria ainda o comportamento e presença de outros objetos celestes na região, concluem.
Para lá de Neptuno
A Cintura de Kuiper estende-se para lá da órbita de Neptuno (a 30 Unidades Astronómicas do Sol) até 50 UA do Sol. A sua origem é incerta mas, devido ao seu formato, acredita-se que seus objetos são remanescentes da nebulosa protossolar.
O primeiro objeto da região foi descoberto em 1992, apesar da existência teórica da Cintura já ter sido apontada por Gerard Kuiper em 1951.
Desde então já foram catalogados mais de mil outros pequenos objetos, de um potencial de mais de 100 mil pequenos corpos celestes, a maioria com formação semelhante à dos cometas. São feitos de metano, amónia e água. O facto de estarem numa órbita muito distante do Sol explicaria porque estes objetos nunca volatilizaram os seus gelos.
Os tamanhos dos KBO variam entre 1 e os 1000 km. Os astrónomos acreditam que os objetos já foram mais numerosos mas, interações com os planetas do Sistema Solar e colisões destruíram ou expulsaram uma boa parte deles.
Dos corpos já identificados há 12 com cerca de 1000 Km. Um deles, Eris, tem mesmo massa maior do que Plutão embora seja menos volumoso, de acordo com medições da sonda New Horizons.
Os mistérios de Sedna
A 26 de março de 2014 foi anunciada a descoberta de um corpo celeste semelhante a um planeta, totalmente gelado, para lá de Plutão e da Cintura de Kuiper, três vezes mais distante do Sol do que Neptuno.
Denominado Sedna, a sua existência e órbita excêntrica colocam várias questões sobre o que se passou exatamente nos primórdios da formação do Sistema Solar.
Para os autores do estudo hoje publicado, a existência do nono planeta poderá explicar em parte algumas das excentricidades de Sedna e de outros planetas anões semelhantes e próximos.