"Não pode fingir que não existe". Polónia inicia debate sobre o aborto no Parlamento
Os deputados polacos começaram esta quinta-feira a discutir a flexibilização de algumas leis restritas sobre o aborto, atualmente só autorizado em caso de violação, incesto ou de perigo para a vida da mulher. Um debate muito aguardado no país, predominantemente católico, que assistiu nos últimos oito anos a um declínio profundo dos direitos das mulheres, sob a governação nacionalista conservadora.
De acordo com a legislação em vigor, o aborto é praticamente proibido no país, sendo apenas legal em caso de violação, incesto ou perigo para a saúde ou vida da mulher. Até mesmo em casos de malformação fetal, uma decisão do Tribunal Constitucional que proíbe desde 2020 a interrupção voluntária da gravidez neste caso.
"O Estado não pode fingir que o aborto não existe: ele é praticado, sempre foi e sempre será", afirmou a ministra polaca da Igualdade.
Caso o Parlamento venha a aprovar estes projetos de lei, ainda terão de ser assinados pelo atual presidente polaco Andrzej Duda, um aliado conservador do partido ultraconservador Lei e Justiça (PiS) que se espera que vete quaisquer alterações à legislação.