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"Não haverá cessar-fogo no norte". Israel bate com a porta a apelo multilateral sobre Líbano

por RTP
Amr Abdallah Dalsh - Reuters

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, saíram esta quinta-feira a público para rejeitar em toda a linha quaisquer propostas de cessar-fogo na frente de conflito com o Hezbollah. Telavive responde assim ao apelo de Estados Unidos, União Europeia e vários países árabes no sentido de uma trégua de 21 dias no Líbano: a ordem é para continuar a combater "com toda a força".

"Não haverá cessar-fogo no norte. Vamos continuar a combater a organização terrorista Hezbollah com toda a nossa força até à vitória e ao regresso seguro dos residentes do norte às suas casas", vincou o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros na plaforma X.

Katz está atualmente a substituir Netanyahu durante a viagem do primeiro-ministro aos Estados Unidos. Estas declarações frustram as esperanças de uma solução pacífica, depois de o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, ter manifestado que esperava que fosse alcançado um cessar-fogo em breve no Líbano.
Benjamin Netanyahu já deixou Israel rumo a Nova Iorque para discursar nas Nações Unidas, mas emitiu um comunicado afirmando que ordenou que os militares continuassem a combater com força total.

“As notícias sobre um cessar-fogo são incorretas. Trata-se de uma proposta franco-americana, à qual o primeiro-ministro nem sequer respondeu”, esclareceu o gabinete do chefe de Governo israelita.
Combates continuam "com toda a força"
O gabinete de Netanyahu disse que o primeiro-ministro “deu instruções às Forças Armadas para continuarem os combates com toda a força e de acordo com os planos apresentados”.

“Além disso, os combates em Gaza continuarão até que todos os objetivos da guerra sejam alcançados”
, acrescentou o gabinete do líder israelita.

Logo após a publicação da declaração, o exército de Israel anunciou ter lançado uma nova onda de ataques aéreos contra alvos do Hezbollah no Líbano.

“As Forças de Defesa de Israel estão atualmente a atacar alvos terroristas do Hezbollah no Líbano”, declarou o exército num comunicado, remetendo mais pormenores para mais tarde.Também o Hezbollah anunciou o disparo de foguetes contra instalações da indústria de defesa perto da cidade de Haifa (norte). O movimento islamista libanês afirmou num comunicado que bombardeou complexos do grupo estatal de armamento Rafael no norte de Israel com “salvas de rockets”.

Os Estados Unidos e países aliados, incluindo o Canadá, a França e a Alemanha, emitiram uma declaração conjunta na quarta-feira, apelando para um cessar-fogo de 21 dias na fronteira entre Israel e o Líbano.

“Apelamos para um cessar-fogo imediato de 21 dias na fronteira entre o Líbano e Israel para dar uma oportunidade à diplomacia” em relação à situação no Líbano e em Gaza, lê-se na declaração divulgada pela Casa Branca.

“É tempo de encontrar uma solução para a fronteira entre Israel e o Líbano que garanta a segurança e permita que os civis regressem às suas casas. A troca de tiros desde 7 de outubro, em particular nas últimas duas semanas, ameaça tornar-se um conflito muito mais alargado e prejudica os civis”, referia ainda a declaração conjunta.

O presidente norte-americano e o homólogo francês tinham estado reunidos à margem da assembleia geral da ONU em Nova Iorque e afirmaram que tinham trabalhado num cessar-fogo temporário “para dar à diplomacia uma oportunidade de ser bem-sucedida e evitar novas escaladas através da fronteira”.

A trégua visava promover negociações com reféns entre Israel e o grupo palestiniano Hamas, em guerra desde há 11 meses na Faixa de Gaza.
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