"Não estás sozinha". Greta Thunberg novamente detida em protesto contra a guerra em Gaza
A ativista Greta Thunberg foi detida esta quarta-feira pela polícia dinamarquesa durante um protesto em Copenhaga contra a guerra em Gaza, anunciou um porta-voz do grupo de estudantes que organizou a manifestação. É a segunda vez num espaço de poucos meses que a jovem sueca é detida em demonstrações de apoio à Palestina.
"São suspeitos de terem forçado a entrada no edifício e de o terem bloqueado", adiantou a polícia à agência France Press.
Embora as autoridades tenham recusado partilhar a identidade dos detidos, o representante do movimento Estudantes Contra a Ocupação garantiu que a jovem sueca Greta Thunberg tinha sido levada pela polícia.
No Instagram, este grupo de estudantes partilhou um vídeo da jovem sueca a ser levada algemada para o interior de uma carrinha da polícia, enquanto se ouve um eco de vozes a cantar “não estás sozinha”.
Numa história publicada no Instagram esta manhã, Thunberg dizia estar com o grupo Estudantes Contra a Ocupação no edifício administrativo da universidade. "Foi chamada a polícia, que entrou violentamente no edifício com espingardas. Estão a despejar toda a gente", escreveu.
"Estamos aqui porque o diálogo, os acampamentos, as demonstrações e outros métodos ao longo de três anos de campanha não levaram a Universidade a cumprir com as exigências, incluindo um boicote académico institucional", acrescentou. "Estudantes foram detidos e estão a ser levados para a esquadra neste momento".
O movimento Estudantes Contra a Ocupação disse, por sua vez, que "enquanto a situação na Palestina se deteriora, a Universidade de Copenhaga continua a cooperar com instituições académicas em Israel".
"Estamos a ocupar as instalações da administração central da Universidade com uma exigência: um boicote académico agora mesmo", acrescentou.
Segunda detenção em protestos pró-Palestina
Desde a primavera, vários movimentos pró-palestinianos montaram acampamentos em universidades dos Estados Unidos e da Europa para protestar contra os bombardeamentos de Israel em Gaza e a ocupação dos territórios palestinianos.
Greta Thunberg já tinha sido detida numa manifestação pró-Palestina em maio deste ano, realizada no exterior da arena onde se realizou o festival Eurovisão, em Malmö, Suécia.
"Acho absurdo que a polícia se comporte desta forma quando protestamos contra a violência em Gaza", disse na altura à estação SVT.
Em outubro do ano passado, o Exército israelita atacou Thunberg depois de esta ter enviado uma mensagem de apoio aos palestinianos, pouco depois do ataque do Hamas.
"Quem quer que se identifique com a Greta de alguma forma no futuro será, na minha visão, um apoiante do terrorismo", declarou então o porta-voz do Exército.
Em dezembro, a ativista acusou Israel de "crimes de guerra" e de "genocídio", numa altura em que a ofensiva em Gaza se intensificava.
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