A Rússia exigiu hoje o fim imediato da "retórica de confrontação" e dos ataques contra alvos civis na zona de Nagorno-Karabakh, palco desde 27 de setembro de intensos combates entre o Azerbaijão e Arménia.
"Estamos convencidos de que o mais importante agora é que ambos cessem imediatamente a retórica de confrontação, algo que não necessita de grandes esforços. O segundo passo é o fim dos combates", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, numa conferência de imprensa com a secretária-geral do Conselho da Europa, Marija Pejcinovic Buric.
Lavrov destacou que a exigência já foi apresentada aos chefes de Estado dos países copresidentes do Grupo de Minsk da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE - França, Estados Unidos, França e Rússia) e está também contida na declaração dos ministros dos Negócios Estrangeiros arménio e azeri assinada a 10 deste mês na capital russa.
"Após a reunião de Moscovo, as nossas esperanças não se tornaram realidade. Continuaram os combates, continuaram os ataques contra infraestruturas sociais e contra cidades. Isto é inaceitável", acrescentou o chefe da diplomacia russa.
Enclave separatista arménio em território do Azerbaijão, país vizinho do Irão, o território do Nagorno-Karabakh é palco de violentos combates entre forças arménias e azeris desde 27 de setembro.
Nagorno-Karabakh, habitado na época soviética por uma maioria arménia cristã e uma minoria azeri muçulmana xiita, efetuou a secessão do Azerbaijão após a queda da URSS, motivando uma guerra com 30.000 mortos e centenas de milhares de deslocados.
A frente está em "banho maria" desde o cessar-fogo em 1984, apesar de confrontos regulares.
Os dois campos rejeitam mutuamente a responsabilidade pelo reinício das hostilidades.
No exterior, o receio consiste em que o conflito se internacionalize numa região, o Cáucaso do Sul, onde russos, turcos, iranianos e ocidentais possuem interesses, e quando Ancara encoraja a ofensiva de Baku e Moscovo está ligado a Erevan por um tratado militar.
O Presidente azeri, Ilham Aliev, excluiu qualquer trégua sem uma retirada arménia do Nagorno-Karabakh e acusa a Arménia de pretender envolver a Rússia no conflito, através da sua aliança com Erevan na Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC).