Nações Unidas. Tempestade que atingiu Moçambique a pior de sempre no Hemisfério Sul

por RTP
Denis Onyodi - IFRC via EPA

A tempestade que atingiu Moçambique terá provocado o pior desastre natural de sempre a atingir o Hemisfério Sul, disseram esta manhã responsáveis das Nações Unidas. Mais de um milhão e 700 mil pessoas terão sido afetadas pelo mau tempo no país.

O cenário descrito pelas Nações Unidas é de "incrível devastação".

O ciclone Idai que passou por Moçambique deixou um rasto de destruição. O Presidente moçambicano afirmou ontem que mais de mil pessoas podem ter morrido.

A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Malawi e Zimbabué provocou pelo menos 222 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos na segunda-feira.

Mais de 1,5 milhões de pessoas foram afetadas pela tempestade naqueles três países africanos.

Para além dos efeitos inciais provocados pelo fortes ventos e chuva há uma enorme região do país que se debate agora com gigantescas inundações.

Lola Castro, do Programa Alimentar Mundial, diz que há zonas onde a água está seis metros acima do valor normal. O rio Buzi, na província de Sofala, galgou as margens, matando dezenas de pessoas.

O Programa Alimentar Mundial está na Cidade da Beira, capital da província de Sofala, a distribuir alimentos numa das escolas da região.
As equipas de resgate continuam a tentar salvar milhares de pessoas que estão em árvores e nos telhados das casas.
Reportagem de Pedro Martins, correspondente da RTP em Moçmabique

Em Moçambique, no Zimbabué e no Malawi, os três países mais afetados pelo ciclone Idai, as pontes e as estradas estão destruídas o que dificulta as operações de socorro.

A ajuda humanitária tenta chegar de helicóptero e em botes de borracha.

Em Moçambique, uma área de 100 quilómetros está totalmente inundada.

Mais de 1,7 milhões de pessoas foram afetadas em Moçambique, Malaui e Zimbabué pela passagem do ciclone Idai.


“Estamos a trabalhar com a NASA e com a Agência Espacial Europeia para obter informações mais completas sobre as áreas afetadas e o número de pessoas presas lá”, afirmou Carolina Haga, da Federação Internacional da Cruz Vermelha, à agência Reuters.

Filipe Nyusi, presidente de Moçambique, apelou à população que reside perto dos rios da região para que abandonem a área “para salvar as suas vidas”.
UE atribui apoio de emergência
A União Europeia (UE) anunciou hoje um apoio de emergência de 3,5 milhões de euros para ajudar a população africana afetada pela passagem do ciclone Idai em Moçambique, Malawi e Zimbabué, que causou dezenas de mortos.

Em comunicado, a Comissão Europeia anuncia um “pacote inicial de ajuda de emergência de 3,5 milhões de euros”, após as “graves inundações e o ciclone tropical Idai terem causado um grande número de vítimas e danos em casas e infraestruturas em Moçambique, no Malawi e no Zimbabué”.

Bruxelas precisa que a verba “será usada para fornecer apoio logístico para as pessoas afetadas, como abrigos de emergência, higiene, saneamento e cuidados de saúde”.

Do total, dois milhões serão alocados a Moçambique, um milhão ao Malawi e 500 mil euros ao Zimbabué.

Além desta verba, a UE já deu 250 mil euros para ajudar a população afetada na região.

C/Lusa
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