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Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Nacionalistas russos criticam Putin e estratégia militar na Ucrânia

por RTP
Reuters

Nas últimas semana, Kiev tem anunciado a reconquista de várias regiões ucranianas aos invasores russos e a retomada da cidade Izium, na província de Kharkiv, foi a pior derrota militar da Rússia desde o início da invasão à Ucrânia. Com perda do principal bastião no nordeste da Ucrânia, os nacionalistas russos criticaram Vladimir Putin e pediram que o presidente mude a estratégia para garantir a vitória final na guerra.

No domingo, o exército ucraniano confirmou que retomou "mais de 20 localidades" em 24 horas, no quadro da sua contra-ofensiva contra o exército russo, nomeadamente no leste da Ucrânia. Numa mensagem em reação a esta notícia, Ramzan Kadyrov, o líder da Chechénia indicado pelo Kremlin, criticou a liderança do exército russo.

“Se hoje ou amanhã não forem feitas mudanças na condução da operação militar especial, serei forçado a dirigir-me à liderança do país para explicar a situação no terreno”
, disse Kadyrov numa mensagem publicada no Telegram.

Advertindo que o Kremlin pode enfrentar consequências com a perda de território que as a Rússia afirmava que pretendia manter “para sempre”, Kadyrov sugeriu que Vladimir Putin pode não estar ciente do estado real das coisas.

“Cometeram erros e acho que vão tirar as conclusões necessárias”, disse na mensagem de aúdio, no domingo. “É uma situação interessante. Surpreendente, diria eu”.Nacionalistas preocupados com silêncio russo

A Ucrânia afirmou no domingo ter recuperado cerca de 3.000 quilómetros quadrados do território, principalmente na região de Kharkiv, desde o início de setembro.

"A libertação de localidades dos invasores russos continua nas regiões de Kharkiv e Donetsk", lê-se no relatório do Exército ucraniano. Em toda a linha de frente, “as forças ucranianas conseguiram expulsar o inimigo de mais de 20 localidades” em 24 horas, acrescenta-se no documento.

"Durante a retirada, as tropas russas abandonaram as suas posições à pressa e fugiram".

E, enquanto as forças russas abandonavam as cidades no sábado, Putin estava a inaugurar a maior roda gigante da Europa num parque de Moscovo, para celebrar a fundação da cidade em 1147. O silêncio do Kremlin em resposta a esta derrota provocou descontentamento nas redes sociais entre alguns russos pró-guerra e nacionalistas.

Desde o início da invasão em fevereiro, o Kremlin tem-se concentrado em silenciar as vozes críticas à guerra, mas são vários os líderes nacionalistas que pressionam, cada vez mais, a Rússia para que mude de estratégia e envie mais tropas para vencer a guerra contra a Ucrânia.

À medida que as forças ucranianas iam reconquistando território, o Ministério russo da Defesa foi publicando vídeos, alegando que os militares russos estavam a ser enviados para a região de Kharkiv. No domingo, o Ministério afirmou ainda que as forças russas tinham atacado posições ucranianas na região com dispositivos aéreas, mísseis e artilharia.

Mas nem Putin, que é o comandante supremo das Forças Armadas da Rússia, nem o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, comentaram publicamente a derrota russa no domingo.

Sergei Mironov, líder do partido da oposição mas leal a Putin, Rússia Justa, escreveu no Twitter que o fogo de artifício pelas celebrações em Moscovo deveria ser cancelado, considerando a situação militar. Também pelo Telegram, o correspondente de guerra Semyon Pegov referiu-se às comemorações como “insultuosas” e à recusa das autoridades russas de avançar para uma guerra em grande escala como “esquizofrénica”.

"Ou a Rússia se constrói ela mesma com o nascimento de uma nova elite política, ou deixará de existir", escreveu Pegov.

As forças ucranianas, por seu lado, continuam a avançar para o norte na região de Kharkiv e para o sul e leste do país, disse o chefe do Exército da Ucrânia.

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