O chefe da junta militar de Myanmar pediu ajuda a países estrangeiros, depois de inundações terem causado pelo menos 33 mortos e mais de 235 mil desalojados, noticiaram hoje os meios de comunicação social estatais.
"Os funcionários do governo devem contactar os países estrangeiros para receberem auxílio e ajuda para as vítimas", disse o general Min Aung Hlaing, num raro apelo feito na sexta-feira, indicou o jornal Global New Light of Myanmar.
No mesmo dia, o porta-voz da junta, Zaw Min Tun, anunciou que as inundações causadas pelo tufão Yagi tinham provocado pelo menos 33 mortos e "236.649 desalojados", acrescentando que as comunicações com certas zonas tinham sido cortadas.
Além disso, as autoridades estão a investigar relatos não confirmados de que dezenas de trabalhadores migrantes desapareceram na sequência de aluimentos de terras numa zona de extração de ouro na região de Mandalay (centro), acrescentou o porta-voz.
No passado, a junta militar bloqueou ajuda internacional ou provocou o fracasso de programas de ajuda externa.
Em meados de junho de 2023, suspendeu as autorizações de viagem dos trabalhadores humanitários que tentavam ajudar cerca de um milhão de vítimas da tempestade Mocha, no oeste de Myanmar (antiga Birmânia).
A ONU condenou a decisão, que classificou como incompreensível.
Em 2008, quando a tempestade Nargis matou pelo menos 138 mil pessoas no país, a junta militar foi acusada de bloquear a ajuda de emergência e de recusar a entrada de trabalhadores humanitários e de fornecimentos.
Myanmar é palco de uma guerra civil desde que a junta tomou o poder em 2021.