Mais de 130 organizações não-governamentais (ONG) de 31 países pediram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas um embargo urgente de armas a Myanmar (antiga Birmânia) "para dissuadir novos abusos por parte da junta (militar)".
Entre os países mencionados, têm assento no Conselho de Segurança a China e a Rússia (dois países com direito de veto), bem como a Índia, membro não permanente desde janeiro.
"Dadas as atrocidades em massa contra os rohingyas, décadas de crimes de guerra e o derrube do governo eleito, o mínimo que o Conselho de Segurança da ONU pode fazer é impor um embargo global de armas a Myanmar", defendeu o diretor da ONG Human Rights Watch, Kenneth Roth.
O Conselho de Segurança da ONU "deveria também impor sanções específicas, proibições de viagens e congelamento de bens aos líderes da junta", sustentaram os signatários da carta.
Os Estados Unidos impuseram na segunda-feira sanções contra dois membros da junta militar de Myanmar (antiga Birmânia), que se juntam a dez militares anteriormente sancionados por Washington.
Estas sanções seguem-se às impostas em 11 de fevereiro contra dez oficiais birmaneses, incluindo o comandante das Forças Armadas, general Min Aung Hlaing, que liderou o golpe militar que levou à deposição do governo eleito de Aung San Suu Kyi.
Hlaing tem presidido à junta militar que governa o país desde o golpe de Estado.
A 1 de fevereiro, o exército prendeu a chefe do governo civil birmanês, Aung San Suu Kyi, o presidente, Win Myint, e vários ministros e dirigentes do partido governamental, proclamou o estado de emergência e colocou no poder um grupo de generais.
Os militares tomaram o poder alegando irregularidades durante o processo eleitoral do ano passado, apesar de as autoridades eleitorais terem negado a existência de fraudes.