Myanmar. Ministros do G-7 e UE condenaram firmemente violência contra manifestantes

por Lusa

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G-7 e o chefe da diplomacia europeia condenaram hoje "firmemente" a violência cometida pelas forças de segurança birmanesas contra manifestantes pacíficos pró-democracia em Myanmar.

"Nós, os ministros dos Negócios Estrangeiros do Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, assim como o Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, condenamos firmemente a violência das forças de segurança birmanesas contra as manifestações pacíficas", de acordo com o comunicado conjunto.

Os ministros do G-7 e UE apelaram ao exército e à polícia de Myanmar a "exercerem o máximo de contenção" e "respeitarem os direitos humanos".

"É inaceitável usar munições reais contra pessoas desarmadas", sublinharam os ministros na nota.

"Condenamos a intimidação e a opressão contra as pessoas que se opõem ao golpe [militar]. Estamos preocupados com a repressão contra a liberdade de expressão", acrescentou o texto.

No comunicado é também condenada a ação "sistemática" das forças de segurança contra manifestantes, médicos, sociedade civil e jornalistas.

Desde o golpe militar de 01 de fevereiro, as autoridades birmanesas continuaram a intensificar o uso da força para enfraquecer a mobilização pró-democracia, recorrendo a balas de borracha, gás lacrimogéneo, canhões de água e às vezes munições reais contra os manifestantes.

As medidas tomadas pela junta militar, alvo de sanções internacionais, não impediram os manifestantes de tomarem as ruas e centenas de milhares de pessoas manifestaram-se novamente na segunda-feira para denunciar o golpe militar.

Cortes noturnos do serviço de internet, ordenados pela junta militar, fizeram recear que as autoridades estivessem a aproveitar para fazer detenções em massa.

Até ao momento, três manifestantes e um homem que fazia patrulha para evitar prisões no seu bairro em Rangum foram mortos a tirs.

O G-7 e a UE pedem o fim do estado de emergência imposto após o golpe militar e a "libertação imediata e incondicional" dos detidos, incluindo o Presidente birmanês, Win Myint, e a conselheira de Estado Aung San Suu Kyi.

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