Myanmar. Milhares de pessoas nas ruas manifestam-se contra o golpe militar

por Mário Aleixo - RTP
As pessoas saíram à rua em defesa da liberdade Reuters

Milhares de pessoas manifestaram-se em Myanmar, nas últimas horas, para protestar contra o golpe militar e exigir a libertação da líder de facto do governo deposto pelo exército, Aung San Suu Kyi, detida desde segunda-feira.

Exibindo cartazes a pedir a libertação de Suu Kyi e do presidente, Win Myint, sindicalistas e estudantes gritaram "Vida longa à Mãe Suu" e "Abaixo a ditadura militar", num cruzamento perto da universidade, na capital.

De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), a polícia de choque bloqueou o acesso à universidade, com canhões de água estacionados naquela zona, não havendo registo de confrontos.

Os protestos têm-se repetido desde terça-feira, com o número de manifestantes a aumentar, apesar do acesso às redes sociais, usadas para a mobilização, estar bloqueado, por ordem do exército.

No sábado, os militares que tomaram o poder bloquearam o acesso à internet praticamente em todo o país, tornando o Twitter e o Instagram inacessíveis.

Também ontem (sábado) cerca de mil pessoas manifestaram-se na capital, em protesto contra o golpe de Estado, agitando bandeiras vermelhas do partido de Aung San Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (LND).

A oposição ao golpe começou inicialmente com pessoas a bater em tachos e panelas às janelas na capital.

A resistência aos militares tem vindo a ganhar força desde o golpe de Estado, visto internacionalmente como um "chocante revés" no país do sudeste asiático, que estava a progredir em direção à democracia, após décadas de regime militar.

O exército de Myanmar declarou na segunda-feira o estado de emergência e assumiu o controlo do país durante um ano, após a detenção de Aung San Suu Kyi, do Presidente do país, Win Myint, e de outros líderes governamentais.

Myanmar emergiu há apenas 10 anos de um regime militar que estava no poder há quase meio século.

c/agências

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