Myanmar. Junta Militar volta a adiar a realização de eleições

por Lusa

A Junta Militar de Myanmar prolongou por seis meses o estado de emergência que deveria expirar à meia-noite, adiando mais uma vez as eleições prometidas desde o golpe de Estado de 2021, informou o serviço de imprensa do regime.

O Conselho de Defesa presidido pelo líder da junta, Min Aung Hlaing, tomou a decisão "por unanimidade", num contexto difícil para o Exército, que recuou nos combates entre forças étnicas e pró-democracia em várias regiões.

"A paz e a estabilidade ainda são esperadas", disse o líder da Junta Militar na reunião que decorreu em Naypyidaw, a capital do Myanmar (antiga Birmânia).

Os generais tomaram o poder sob o pretexto de fraude nas eleições legislativas de 2020, que o partido da dirigente Aung San Suu Kyi venceu.

Grupos de direitos humanos afirmam que as acusações são infundadas.

O estado de emergência tem sido renovado num contexto de conflito civil generalizado em várias regiões do país.

Um ataque coordenado de vários grupos de minorias étnicas perto da fronteira com a República Popular da China, em outubro de 2023, colocou os generais numa posição de fraqueza sem precedentes desde o golpe de Estado.

A Constituição de 2008 de Myanmar, redigida pelo Exército e que a Junta Militar mantém em vigor, exige que as autoridades organizem eleições no prazo de seis meses após o levantamento do estado de emergência.

De acordo com as Nações Unidas, os combates provocaram mais de 3,5 milhões de deslocados.

 

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