Myanmar cumpriu minuto de silêncio pelas vítimas do sismo

por RTP
Foto: Chalinee Thirasupa - Reuters

O Myanmar cumpriu esta terça-feira um minuto de silêncio pelos mais de 2.000 mortos no sismo devastador que atingiu o país na última sexta-feira.

As bandeiras no país vão permanecer em meia haste até ao próximo domingo, cumprindo-se uma semana de luto nacional que foi declarada pela junta militar na segunda-feira. O minuto de silêncio observou-se pelas 12h50 locais (7h20 em Portugal Continental).

De momento, há confirmação oficial de 2.056 mortes na sequência do sismo, 3.900 feridos e 270 desaparecidos.

No entanto, os peritos preveem que haja ainda milhares de mortos por contabilizar, já que o terramoto atingiu algumas das zonas mais densamente povoadas do país, nomeadamente Naypyidaw e Mandalay. Mais de 1.000 socorristas estrangeiros estão no Myanmar no âmbito de um esforço internacional para apoiar os serviços locais nos trabalhos de resgate. Até ao momento, já foram retiradas 650 pessoas com vida dos escombros, adiantam as autoridades oficiais.

Quatro dias depois do sismo de magnitude 7,7, vários birmaneses continuam a dormir ao relento e sem abrigo, numa altura em que ainda se sentem réplicas do sismo. Grande parte da população abriga-se longe dos edifícios, temendo que os abalos subsequentes possam causar mais danos.

“Não me sinto seguro”, afirmou Soe Tinte, um habitante local de 71 anos, à agência France Presse. “Temos muitas dificuldades, como o acesso à água, à eletricidade e às casas de banho. Ninguém sabe quanto tempo é que isto vai durar”, acrescentou.

A situação do sismo é ainda dificultada pelo conflito civil em curso no país desde o golpe de uma junta militar em 2021 contra o Governo eleito de Aung San Suu Kyi. A situação já era alarmante antes do terramoto, com os combates a deslocarem mais de 3,5 milhões de pessoas vulneráveis nos últimos anos, segundo dados das Nações Unidas.
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