Halli Thorleifsson, residente na Islândia, tem distrofia muscular e usa uma cadeira de rodas. Foi despedido da empresa Twitter sem qualquer justificação ou aviso. Atualmente diz ter “dificuldade em trabalhos manuais prolongados como usar o rato ou digitar horas a fio sem que as mãos comecem a ter cãibras”.
“No entanto, posso escrever por uma ou duas horas de cada vez. Isso não era um problema no Twitter 1.0, já que eu era um diretor e o meu trabalho era principalmente ajudar as equipas a seguir em frente, dar-lhes orientação estratégica e tática”, argumentou Thorleifsson no Twitter perante a pressão do despedimento da empresa de Elon Musk.
Conversa viral
A história começou há uns dias quando Halli não conseguiu aceder à plataforma Twitter para trabalhar. Ele e pelo menos mais duzentos funcionários que foram dispensados sem qualquer aviso.
O islandês, depois de várias tentativas infrutíferas de obter resposta da empresa, decidiu dirigir-se diretamente ao presidente-executivo do Twitter, Elon Musk.
E twittou publicamente porque “se um número significativo de pessoas 'retweetar' esta mensagem, talvez o presidente do Twitter me responda aqui?", escreveu Thorleifsson na segunda-feira.
E efetivamente Musk respondeu, com uma pergunta: "Que trabalho é que tem feito?".
O diálogo prosseguiu com o dono do Twitter a escrever: “Ele tem uma conta proeminente e ativa no Twitter e é rico. A razão pela qual ele me confrontou em público foi para obter uma grande indemnização. Pelo que me disseram, ele quase não trabalhou nos últimos quatro meses, como gerente intermediário ou não.”
Thorleifsson, esclareceu a limitação física e acrescentou: "A razão pela qual lhe perguntei em público (se ainda tinha emprego ou não) foi porque nem o senhor, nem qualquer outra pessoa na empresa respondeu às minhas mensagens privadas". "Tinha todo o direito de me despedir. Mas teria sido bom avisar-me!".
Musk seguiu a conversa no Twitter com nova mensagem na terça-feira descrevendo Thorleifsson como "o pior" antes de excluí-lo.
As desculpas de Musk
Thorleifsson tinha uma startup criativa, a Ueno, que vendeu ao Twitter em 2021. Não revelou quanto recebeu na transação mas Halli é conhecido na Islândia por fazer campanha para melhor acesso para cadeiras de rodas. De acordo com os media locais estruturou o negócio deliberadamente para pagar uma alta taxa de imposto ao governo islandês.
No ano passado, Halli foi eleito Figura do Ano na Islândia por quatro órgãos de comunicação social.
As críticas públicas de Musk desencadearam uma onda contra o multimilionário.
O fotógrafo Daniel Houghton saiu em defesa de Halli. "Como alguém que trabalhou diretamente com Halli Thorleifsson durante as alterações da rede, é super dececionante ver isto. Não apenas porque a sua ética de trabalho é de outro nível, mas o talento e humildade são de classe mundial."
E Musk respondeu. "Com base no seu comentário, acabei de fazer uma videochamada com Halli para descobrir o que é real e o que me disseram. É uma longa história. É melhor falar com as pessoas do que comunicar via tweet."
"Gostaria de pedir desculpas a Halli pelo meu mal-entendido sobre a sua situação” escreveu Musk. “Foi baseado em coisas que me disseram que eram falsas ou, em alguns casos, verdadeiras, mas não significativas”, acrescentou.
Questionado no Twitter sobre o futuro, Halli respondeu e colocou-se longe da rede social. "Vou abrir um restaurante no centro de Reiquiavique em breve. Terá o nome da minha mãe".