A plataforma de satélites Starlink, da empresa norte-americana SpaceX, estará a ser usada pelos russos em territórios ocupados, acusam os serviços secretos ucranianos. O proprietário do sistema, Elon Musk, nega qualquer negócio contratado com Moscovo ou forças russas.
“Foram registados casos de utilização dos dispositivos em causa (satélites da Starlink) por parte dos ocupantes russos”, denunciou o porta-voz do Ministério de Assuntos Internos e Comunicações da Ucrânia, Andri Yusov.
Alega ainda que a rede de satélites da SpaceX, propriedade do norte-americano Elon Musk, estará a ser utilizada por unidades que combatem em cidades perto da região oriental de Donetsk, parcialmente ocupada.
Musk, já reagiu, garantindo que o serviço não está disponível no território russo nem existe qualquer tipo de tipo de comercialização de serviços para uso da rede de satélites.
“O que sabemos, até agora, é que nenhum Starlink foi vendido direta ou indiretamente para a Rússia. Várias notícias falsas afirmam que a SpaceX está a comercializar terminais Starlink para a Rússia. Isso é categoricamente falso”, assegurou a SpaceX.
A empresa do multimilionário também deixou claro que, "se a SpaceX tiver conhecimento de que a rede de satélites Starlink está a ser usada de forma ilegal, sem autorização", vai "investigar e tomar medidas para suspender esse uso, desativando o terminal".
SpaceX does not do business of any kind with the Russian Government or its military.
— Starlink (@Starlink) February 8, 2024
Starlink is not active in Russia, meaning service will not work in that country. SpaceX has never sold or marketed Starlink in Russia, nor has it shipped equipment to locations in Russia. If…
Sinais da Starlink em mãos russas
A rede de satélites desenvolvida pela SpaceX foi implementada rapidamente quando a Rússia invadiu a Ucrânia, há quase dois anos, para favorecer as comunicações das forças de Kiev no terreno.
Os serviços de informações militares da Ucrânia, GUR, alegam que os terminais estão a ser usados por unidades como a 83ª Brigada de Assalto Aéreo da Rússia, que luta perto de Klishchiivka e Andriivka, na região parcialmente ocupada de Donetsk.
O GUR afirma que intercetou uma comunicação entre dois soldados que discutiam a criação dos terminais. Uma das provas é um fragmento de áudio da conversa, que os serviços do GUR publicaram no Telegram.
Os terminais Starlink devem funcionar com uma tecnologia que permita não só a georreferenciação – GPS -, como como também definir um limite geográfico virtual de distribuição de sinal. Esta informação digital que configura a fronteira geográfica dos terminais barra os serviços, para que não funcionem em locais não autorizados.
Os serviços secretos de Kiev não comentam como terão os militares russos conseguido acesso aos terminais da Starlink. Tanto podem ter sido adquiridos fora do território ou usurpada das forças ucranianas.
Há ainda referências sobre a capacidade das forças russas para “falsificar” as barreiras geográficas: fazer com que um terminal de uma área bloqueada aparente situar-se numa zona autorizada.
c/ agências