Mundial 2022. Adepta iraniana faz homenagem a Mahsa Amini e é censurada por seguranças

por RTP
Dylan Martinez - Reuters

Uma adepta iraniana homenageou Mahsa Amini durante o jogo do Irão contra o País de Gales que se realizou esta sexta-feira. A organização do campeonato não aceitou o protesto, reiterando que na lista de objetos proibidos pela FIFA constam aqueles que contêm "mensagens políticas, ofensivas ou discriminatórias".

A adepta segurava uma camisola da seleção iraniana com o nome de Mahsa Amini e com o número 22 - idade que a jovem tinha quando faleceu às mãos das autoridades iranianas - quando foi abordada por membros das forças de segurança.

De acordo com a Reuters, os seguranças pediram satisfações à jovem e alertaram-na que caso não parasse com o protesto teria de abandonar o recinto.

Os jogos do Irão no Campeonato do Mundo têm sido marcados por momentos pontuais de forte ativismo político por parte dos adeptos iranianos, que têm aproveitado a visibilidade da prova para mostrarem o seu descontentamento face à repressão dos direitos das mulheres no seu país.

Desde que a competição começou, vários são os símbolos a que os iranianos têm recorrido para se fazer ouvir: desde camisolas com as frases "Mulheres, Vida, Liberdade” e "Libertem o Irão"- lemas do atual protesto contra o regime de Teerão - a bandeiras com um 'xis' negro colado no centro, simbolizando a censura de que são alvo.

Os adeptos não são os únicos a protestar. Na passada segunda-feira, dia em que o Irão se estreou na competição frente à Inglaterra, os jogadores iranianos ficaram em silêncio enquanto o hino do país ecoava no Estádio Internacional Khalifa. Durante esses minutos de silêncio dos jogadores da seleção iraniana, a emoção tomou conta de muitos dos iranianos nas bancadas que choraram perante esta demonstração de solidariedade para com a causa das mulheres no país.

Apesar de os jogadores terem sido instruídos a permanecer em silêncio relativamente ao tema, a ordem já tinha sido ignorada por Ali Karimi, Sardar Azmoun e Mehdi Taremi, que se referiram aos protestos nas suas redes sociais.
PUB